29 fevereiro, 2008

Última Hora: Gogol Bordello no Oeiras Alive!


É uma das melhores notícias dos últimos tempos: a trupe multinacional Gogol Bordello (na foto) vai regressar a Portugal - depois de um concerto avassalador no FMM de Sines, o ano passado (e um outro em Paredes de Coura) -, dia 10 de Julho, integrada na programação do Oeiras Alive, que decorre em Algés de 10 a 12 desse mês. Música balcânica, hinos punk, alegria delirante, mosh e pogo e stage-diving, tarantelas italianas transformadas em mísseis de longo alcance, duas japonesas gémeas em bombos de (verdadeira) festa e o carisma do ucraniano Eugene Hutz a incendiar o ambiente é o que se prevê, mais uma vez, para o seu concerto do Alive. No cartaz deste festival, para além dos Gogol Bordello, estão também já confirmados os nomes de Ben Harper & The Innocent Criminals, Rage Against The Machine e Within Temptation. Mais informações aqui.

Auto-Promoção (ou World-Djing no Éden Glorioso - Parte 4)

O CaféVinil, em Sintra, volta a ter uma programação musical bastante ecléctica e variada durante o mês de Março. Já amanhã, dia 1, os pratos estão por conta de Baby Doll (com a sessão «Valley of The Dolls»), enquanto uma semana depois, a 8, é a vez de, bem, huuuuummmmm, pois..., António Pires («Raízes e Antenas») - desta vez com um alinhamento menos, digamos, folk e mais world (nos seus cruzamentos com as electrónicas, o hip-hop, o ska, o rock...). Dia 15 é a vez de Alex («Pipi das Meias Altas»), dia 22 de Diogo & Joana («Projecto Abébia») e dia 29 de Pinela («Rock'n'Roll»). E durante todo o mês, o CaféVinil - que fica muito perto da estação de comboios e, ainda mais, da Biblioteca de Sintra - mostra uma exposição de fotografia de Maria João Lima, «Hidden Tracks». Mais informações aqui.

28 fevereiro, 2008

Donna Maria, M-PeX e Novembro - Ou Como Passar Tangentes ao Fado


De Amália Rodrigues a Carlos do Carmo - nomes que agora já ninguém se atreveria a não associar imediatamente ao fado -, dos Madredeus a Paulo Bragança, dos Ovelha Negra a Lula Pena, de Liana aos Sal, d'A Naifa* aos Fado em Si Bemol, de Cristina Branco aos Deolinda**, muitos são os artistas e grupos que, em alturas variadas e em contextos diferentes, têm levado o fado para alguns desvios saudáveis e territórios que não são exclusivos do fado. Nos últimos meses, três álbuns voltam a colocar a questão: pode o fado fundir-se com outras músicas? E como?... As respostas vêm dos Donna Maria, de M-PeX e dos Novembro (na imagem, desenhada por Miguel Filipe, cantor e guitarrista dos próprios Novembro).


DONNA MARIA
«MÚSICA PARA SER HUMANO»
EMI Music Portugal

É uma pena, mas não consigo gostar da música dos Donna Maria. Não tinha gostado no primeiro álbum, «Tudo É Para Sempre», e continuo a não gostar no segundo, o recente «Música Para Ser Humano», apesar de haver neste um peso menor das electrónicas - embora as electrónicas por lá continuem bem presentes - e um recurso maior a instrumentos acústicos, mais caminhos sonoros percorridos, um alargado leque de convidados de luxo (Rui Veloso, Luís Represas, Rão Kyao, Raquel Tavares, Júlio Pereira, Ricardo Parreira na guitarra portuguesa...). Mas muitas das canções do álbum continuam a soar demasiado a pompa e circunstância, a um artificialismo qualquer, a uma mistura de Madredeus com Gotan Project, sem grandes acrescentos de originalidade a essa fórmula. E é pena porque, se a voz de Marisa Pinto nem sempre se sente à vontade em algumas canções, há outras em que ela já voa livremente sobre as composições dos dois colegas de grupo - Miguel Ângelo Majer (samples, bateria e voz) e Ricardo Santos (piano acústico, sintetizadores e voz). E é pena porque o fado - e a música portuguesa em geral - precisava de um grande projecto de fusão do fado com as electrónicas, projecto que os Donna Maria não são e, infelizmente, ainda não existe. E é pena, finalmente, porque há no álbum alguns temas bastante bons, como o divertidíssimo «Zé Lisboa», onde ao fado se juntam a música brasileira e indiana, num exercício pop sem pudores, ou a bonita versão de «Pomba Branca», de Max. (5/10)



M-PEX
«PHADO»
This.co

M-PeX é o nome de um curiosíssimo projecto protagonizado, em solo absoluto, por Marco Miranda (guitarra portuguesa, guitarra clássica e programações). Um disco em que às bases electrónicas se junta uma guitarra portuguesa bastante bem tocada por Marco Miranda - ele também o compositor de todos os temas -, uma guitarra portuguesa que deve alguma coisa a Carlos Paredes (cf. em «Melodia da Saudade») mas, ainda mais, aos grandes mestres da guitarra de Lisboa, essencialmente a Armandinho. Tendo aprendido guitarra portuguesa com o seu avô, Luís Tomás Pinheiro, a quem o álbum «Phado» é dedicado, Miranda embrulha belíssimos ecos e memórias de fado - e de fados - em invólucros pouco usuais: o rock progressivo, o ambientalismo à Brian Eno, o drum'n'bass, o dub, o electro ou algumas invenções deliciosas (oiça-se o vocoder de «The Cloud's Whispering Song», a fazer lembrar os Air). Com a guitarra portuguesa usada em estado puro ou sujeita a transformações, cortes, distorções, manipulações, o que é estranho - e muito bom! - em «Phado» é que esta música nunca deixa, por uma vez que seja, de ser música portuguesa, mesmo quando as sonoridades de base estão muito longe daquilo que nós entendemos como «fado» ou como «música portuguesa». Uma excelente surpresa! (8/10)


NOVEMBRO
«À DERIVA»
Lisboa Records

Outra boa surpresa é o álbum de estreia dos Novembro, grupo liderado por Miguel Filipe - que compôs a totalidade dos temas do álbum «À Deriva», excepto «Algemas» e «Gastei Contigo as Palavras» -, que canta, toca guitarra portuguesa e guitarras acústicas e eléctricas, para além de ser o responsável pelas programações, e do qual também fazem parte Mark William Harding (bateria), Luís Aires (baixo eléctrico) e, só ao vivo, João Portela (guitarras), aos quais se juntaram em alguns temas do álbum Rodrigo Leão, Guto Pires e Tiago Lopes, entre outros. E uma boa surpresa porque, nos Novembro, conseguem coabitar muitas sonoridades que há alguns anos seria impensável conciliar: o fado, sim, mas também a abordagem desviante do fado encetada há vinte e tal anos por António Variações, aliados a um rock inteligente e fundo, que deve quase tudo ao movimento indie dos anos 80: os Joy Division, os Cocteau Twins, os Clan of Xymox, os Kitchens of Distinction... E, por aqui, já se pode ter uma ideia que os ambientes percorridos pelos Novembro estão, quase sempre, associados a conceitos como nostalgia, tristeza, saudade, ausência, desespero ou depressão. E isto tem tudo a ver com o fado, ou não tem? (7/10)

Notas:

* O terceiro álbum d'A Naifa, «Uma Inocente Inclinação Para o Mal», é editado no dia 31 de Março.

** O álbum de estreia dos Deolinda, «Canção ao Lado», está agora a ser finalizado nos estúdios Valentim de Carvalho, em Paço de Arcos, e sairá dentro de mês e meio. Amanhã, dia 29, os Deolinda dão o seu último concerto - no Auditório Carlos Paredes, em Benfica, Lisboa - antes da digressão de apresentação do álbum.

27 fevereiro, 2008

Beirut no FMM (e Um Cheiro a Festival no 25 de Abril de Sines)


Os Beirut, de Zach Condon (na foto), estão oficialmente confirmados para o FMM de Sines, estando o seu concerto marcado para dia 24 de Julho no Palco do Castelo. Um concerto desejado e em que se espera que venham à tona todas as emoções contidas nas canções dos álbuns «Gulag Orkestar» e «The Flying Club Cub», discos em que Condon demonstra a sua paixão pela música balcânica, os mariachis mexicanos, a musette e a chanson francesas, a folk norte-americana ou o rock indie das melhores escolas... Também com concertos anunciados para o FMM de Sines - e já avançados pelo blog Crónicas da Terra - estão a cantora suiça Erika Stucky (que regressa a Sines a 26 de Julho com um espectáculo de homenagem a... Jimi Hendrix), a fabulosa trupe norte-americana Hazmat Modine (18 de Julho, em Porto Covo) e o grupo de canto polifónico e percussões Lo Còr de La Plana, de Marselha. Todos eles a juntarem-se a outros nomes do programa entretanto já conhecidos como os dos Marful, da Orchestra Baobab e dos Kasai Allstars.

Entretanto, que se saiba, nenhum dos nomes já confirmados para as comemorações do 25 de Abril em Sines virão depois ao FMM, mas nenhum deles deslustraria no cartaz do festival. Ora veja-se só: dia 24 de Abril, na Avenida Vasco da Gama, há concertos com Júlio Pereira - recentemente regressado aos álbuns com «Geografias» - e o grupo feminino galego Malvela, onde pontifica a cantora Uxía. Um dia depois, no Centro de Artes, o cantor e guitarrista guineense Manecas Costa e o actor e humorista galego Carlos Blanco protagonizam o espectáculo cómico-musical «Humor Neghro», enquanto no dia 26 o palco do Centro de Artes é ocupado por um concerto dos Chuchurumel.

26 fevereiro, 2008

Couple Coffee and Band - E Agora, A Bossa-Nova


Depois terem editado o ano passado do maravilhoso álbum «Co'as Tamanquinhas do Zeca», de homenagem a José Afonso, os Couple Coffee vão agora gravar um álbum de comemoração do 50º aniversário da bossa-nova. O álbum, de nome «Young and Lovely - 50 Anos de Bossa Nova» será gravado ao vivo no Musicbox, em Lisboa, dias 1 e 2 de Março, e com os Couple Coffee - Luanda Cozetti (voz) e Norton Daiello (baixo eléctrico) - estarão mais uma vez os seus cúmplices Ruca Rebordão (percussões) e Sérgio Zurawski (guitarra eléctrica), interpretando temas de António Carlos Jobim, João Gilberto, Vinicius de Moraes, Carlos Lyra, Roberto Menescal e Nilton Mendonça, entre outros. E, a julgar pelo que os Couple Coffee fizeram antes nos álbuns «Puro» e «Co'as Tamanquinhas do Zeca», a juntar a uma rodagem de palco fabulosa (em duo e em quarteto), o novo disco está já a deixar água na boca.

25 fevereiro, 2008

Meredith Monk em Lisboa, Torres Vedras e Portalegre


A espantosa cantora Meredith Monk - uma das maiores aventureiras no desbravar dos limites da voz humana - vai regressar a Portugal para, pelo menos, três concertos: dia 26 de Abril no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, dia 30 de Abril no Teatro-Cine de Torres Vedras (onde também orientará um workshop, no dia anterior) e dia 1 de Maio no Centro de Artes do Espectáculo de Portalegre. Nestes concertos, Monk será acompanhada pelo Vocal Ensemble, agrupamento que reúne cantores de várias origens (Ásia, África, Europa e América Latina) e que domina várias técnicas vocais (do bel-canto ocidental à ópera chinesa e aos musicais da Broadway). O reportório dos concertos incluirá temas dos álbuns «Book of Days», «The Games», «Atlas», «Mercy» e do novo «Impermanence». Também para o CAE de Portalegre estão confirmados epectáculos de Señor Coconut and His Orchestra com Argenis Brito (dia 7 de Junho) e do enormíssimo John Cale (dia 17 de Maio), entre outros concertos bastante apetecíveis. Mais informações aqui, aqui e aqui.

22 fevereiro, 2008

DuOud, Maghrebika e Bodyshock - Mais Música de Fusão (Com e Sem Confusão)


O Ocidente (e quando falo em «ocidente» falo da Europa e dos Estados Unidos) sempre teve um grande fascínio pelos sons vindos do, em sentido lato, Oriente. E aqui o Oriente pode assumir a forma do Japão, da China, da Índia ou, um pouco mais perto de nós, da Turquia e dos países do norte de África. Hoje, no Raízes e Antenas, há lugar para a fusão de músicas (e músicos) ocidentais com músicas (e músicos) do norte de África e da Turquia: o álbum de colaboração dos DuOud - o duo de Smadj e Mehdi Haddab (na foto) - com Abdulatif Yagoub, Bodyshock e Maghrebika com Bill Laswell.


DUOUD & ABDULATIF YAGOUB
«SAKAT»
Indigo Records

Os DuOud são um maravilhoso exemplo de como as músicas tradicionais se podem misturar na perfeição com programações electrónicas, efeitos de estúdio, estilos «ocidentais» (dub, breakbeats, rock vindo de guitarras eléctricas, etc, etc...), sempre sem perder a essência e a verdade da música de raiz e a pureza dos seus instrumentos: as vozes, os sopros, as percussões, as cordas. DuOud, trocadilho - e se se reparar bem, DuOud pode ler-se de trás para a frente - com as palavras «duo» e «oud» (o alaúde árabe), é o grupo de dois músicos residentes em Paris, o tunisino Jean-Pierre Smadja (também conhecido como o DJ, produtor e engenheiro-de-som Smadj) e o argelino Mehdi Haddab (também dos Ekova). E, apesar de ambos tocarem oud - o que está bem presente no seu álbum de estreia, «Wild Serenade» -, para este segundo disco, «Sakat», os dois convocaram o cantor e mestre do alaúde Abdulatif Yagoub e ainda Ahmed Taher (que toca mismar, um instrumento de sopro), músicos que os DuOud «descobriram» no Iémen, durante uma digressão pelo norte de África. E foi no Iémen que o duo gravou, com Yagoub, Taher e os seus percussionistas, vários temas tradicionais que depois trabalharam e pós-produziram em Paris. Mas fizeram-no com tal paixão e arte que o resultado final nunca sufoca a música de raiz, antes sublinhando-a e levando-a para lugares belos e inesperados. Faz lembrar, só por vezes, o que Brian Eno e David Byrne fizeram em «My Life In The Bush of Ghosts»; e isso é bom! (9/10)


MAGHREBIKA
«NEFTAKHIR»
Barraka el Farnatshi/Barbarity

Embora não seja tão bom quanto «Sakat», o primeiro álbum de estreia dos Maghrebika, «Neftakhir», é também um feliz encontro entre músicos e produtores «ocidentais» - o germano-suiço Pat Jabbar (fundador da editora Barraka el Farnatshi, colaborador da cantora Sapho e o «descobridor» dos históricos Aisha Kandisha's Jarring Effects) e o «maior trabalhador do mundo da música depois de Frank Zappa» Bill Laswell (tal é a quantidade de discos e projectos em que se ele mete) - com dois argelinos radicados na Suiça, Abdelkader Belkacem e Abdelaziz Lamari, mais alguns músicos do norte de África e ainda as cantoras das B-Net Marrakech (cinco mulheres berberes que já tinham antes colaborado com Rachid Taha e Cheb I Sabbah). E o resultado do encontro é uma viagem, em primeira classe, por géneros norte-africanos - o rai, o gnawa, o shabee... - polvilhados por electrónicas variadas (lounge, trip-hop, dub, até o tecno - cf. em «Matkhafsh»), tudo locomovido pelo baixo eléctrico de Laswell. E se bem que, comparativamente com o álbum dos DuOud, as electrónicas e os efeitos de estúdio tenham em «Neftakhir» um peso maior, o álbum dos Maghrebika ouve-se quase com o mesmo agrado, sendo muitas vezes também viciosamente dançável. (8/10)


BODYSHOCK
«THE BELLYDANCE PROJECT»
Caravan Records

Claramente o menos interessante deste lote de três discos, «The Bellydance Project», dos Bodyshock - projecto de um homem só, o compositor, produtor e autor de bandas-sonoras Rabih Merhi - poderá ser, no entanto, um rebuçadinho para muitos DJs em busca de músicas exóticas/orientais propulsionadas a ritmos das pistas de dança ocidentais. Com inúmeras alusões à música turca, à música árabe, até à música indiana (em «Namaste») e à rembetika grega (em «Athena») - e fazendo uso de imensos instrumentos tradicionais (alaúdes, bendires, darabukas, bouzouki, ney, etc, etc), os géneros e os intrumentos tradicionais são depois mergulhados num caldo de efeitos electrónicos, sintetizadores, beats que nem sempre resultam - o primeiro tema, «Sahara Spirit», é simplesmente horrível! - mas que por vezes até conseguem passar mais ou menos despercebidos, lá mais para o fim do disco. E, para fazer alguma justiça ao título, quase todos os temas até são bons para exercícios variados de «dança-do-ventre». (5/10)

21 fevereiro, 2008

Festival MED de Loulé Com Balkan Beat Box


A edição deste ano do Festival MED de Loulé - mais uma vez a decorrer na última semana de Junho - já tem um nome confirmado, o dos fabulosos Balkan Beat Box, segundo avança o blog Crónicas da Terra. Os Balkan Beat Box são um duo constituído por dois israelitas, Ori Kaplan e Tamir Muskat, radicados em Nova Iorque e apaixonados por variadíssimos géneros de música - a música balcânica, o klezmer, a música árabe, o flamenco, as polifonias búlgaras e... as electrónicas, o punk, o ragga, o trance, o funk, o ska, o hip-hop. Géneros que, na sua música em disco - e muito epecialmente ao vivo, onde são acompanhados pelo MC Tomer Yosef, uma banda completa e dançarinas da dança-do-ventre - tomam formas novas e inesperadas, aliados a mensagens de apelo à paz entre judeus e árabes no Médio Oriente. Os leitores deste blog podem ler (ou reler) críticas aos dois álbuns editados até agora pelos Balkan Beat Box, «Balkan Beat Box» e «Nu-Med», em posts do Raízes e Antenas de 12 de Outubro de 2006 e 19 de Outubro de 2007, respectivamente.

20 fevereiro, 2008

Cromos Raízes e Antenas XXXIX


Este blog continua hoje a publicação da série «Cromos Raízes e Antenas», constituída por pequenas fichas sobre artistas, grupos, personagens (míticas ou reais), géneros, instrumentos musicais, editoras discográficas, divulgadores, filmes... Tudo isto sem ordem cronológica nem alfabética nem enciclopédica nem com hierarquia de importância nem sujeita a qualquer tipo de actualidade. É vagamente aleatória, randomizada, livre, à vontade do freguês (ou dos fregueses: os leitores deste blog estão todos convidados a enviar sugestões ou, melhor ainda!, as fichas completas de cromos para o espaço de comentários ou para o e-mail pires.ant@gmail.com - a «gerência» agradece; assim como agradece que venham daí acrescentos e correcções às várias entradas). As «carteirinhas» de cromos incluem sempre quatro exemplares, numerados e... coleccionáveis ;)


Cromo XXXIX.1 - Calexico


Influenciados por Ennio Morricone, Ry Cooder, country, fado, surf rock, jazz, música andina e mexicana, os Calexico são um dos mais interessantes exemplos de como várias músicas podem conviver numa música nova e excitante. Formados por Joey Burns na guitarra e voz e John Convertino na bateria e percussões (ambos envolvidos nos Friends of Dean Martinez e, ainda antes, nos Giant Sand), em Tucson, Arizona, Estados Unidos, em 1996, os Calexico tornaram-se - logo ao primeiro álbum, «The Black Light» (1998)- um dos nomes de ponta do alt-country norte-americano, sendo também bastante apreciados por largas franjas dos cultores do rock indie. Ao longo dos anos, os Calexico - actualmente uma banda alargada a seis músicos - têm tocado e gravado com gente como Victoria Williams, Howe Gelb (ex-«patrão» do duo nos Giant Sand), Iron & Wine ou Mariachi Luz de Luna.


Cromo XXXIX.2 - Celia Cruz


Por muitos considerada como a maior cantora cubana do último século, Celia Cruz - Úrsula Hilaria Celia Caridad Cruz Alfonso, nascida a 21 de Outubro de 1925, em Havana, falecida a 16 de Julho de 2003 - dedicou a sua vida à divulgação no exterior do seu país natal de vários géneros musicais cubanos, principalmente a salsa. Com uma carreira de enorme sucesso - no seu historial contam-se 23 discos de ouro -, é difícil imaginar que a sua vida artística começou como cantora de um bar de strip-tease e que teve como primeiro salário... um bolo. O seu primeiro disco, gravado na Venezuela, foi editado em 1948. Mas foi dois anos depois que começou a dar nas vistas, quando integrou a orquestra Sonora Matancera. E, nas décadas que se seguiram, Celia teve frutuosas parcerias com músicos como Tito Puente, Johnny Pacheco ou Ray Barretto, para além de ter pertencido ao mítico super-grupo latino-americano Fania All-Stars.


Cromo XXXIX.3 - Alim Qasimov


Dono de uma voz poderosíssima, extraordinariamente bem timbrada e transmissora de emoções únicas, Alim Qasimov (ou Gasimov) é o intérprete mais conhecido de um género raro e difícil de música, o mugam, um estilo próprio do Azerbaijão e de alguns países vizinhos em que a forma de cantar tem que estar directamente conectada, emocionalmente, com as palavras que se cantam. E, no mugam, tanto o cantor quanto os músicos que o acompanham, podem e devem improvisar a partir dos poemas da base de cada canção. Alim Qasimov nasceu em 1957, em Shamakha, no Azerbaijão, e tem tido uma assinalável carreira de sucesso internacional, nos últimos anos também ao lado da sua filha Fargana Qasimova. Um dueto de Alim com o malogrado Jeff Buckley - gravado no álbum «Live a L'Olympia», de Buckley - é uma maravilhosa porta aberta entre dois mundos.


Cromo XXXIX.4 - Farafina


Nome maior da música do Burkina Faso, os Farafina são um grupo de músicas e danças tradicionais fundado em 1978, na cidade de Bobo Dioulasso, por Mahama Konaté, que fazia parte, tocando balafon, do Ballet Nacional do Alto Volta (o antigo nome do Burkina Faso). Com uma música que partilha afinidades com a de outros países do antigo Império Mandinga, na África Ocidental, os Farafina usam essencialmente instrumentos tradicionais (balafon, djembé, kora, flauta, doum-doum...) para criar uma sonoridade pulsante, dançável, quentíssima. E no seu currículo contam com actuações históricas (Festival de Jazz de Montreux; o concerto de aniversário de Nelson Mandela no Estádio de Wembley, em Londres; Festival Womad...) e colaborações em álbuns de músicos e grupos como os Rolling Stones (em «Steel Wheels»), Jon Hassell (em «Flash of The Spirit») ou Ryuichi Sakamoto (em «Beauty»).

19 fevereiro, 2008

Marful no Porto e no FMM de Sines


O excelente grupo galego Marful tem dois concertos marcados para Portugal: dia 1 de Março nos Maus Hábitos, Porto, e dia 24 de Julho no FMM de Sines. O concerto no Porto está integrado na programação do «Galiza em Trânsito» - que inclui ainda um showcase da banda galega, à tarde, na FNAC de Sta. Catarina, e à noite, nos Maus Hábitos, lançamentos de livros, uma exposição, a apresentação da fanzine «1 folio», dança por Fran Riveiro, teatro («Flores Migratórias» pelo Teatro d2) e uma actuação do VJ The Chemical Orange. Em Sines, os Marful apresentar-se-ão na sua versão «salón de baile», em que ritmos de vários cantos do mundo - tangos, habaneras, foxtrot, twist ou passodobles - namoram intimamente com a folk galega. Tanto um como o outro espectáculo são uma estupenda oportunidade de conhecer este grupo - formado por Ugia Pedreira (voz), Pedro Pascual (acordeão diatónico), Pablo Pascual (clarinete-baixo) e Marcos Teira (guitarra), geralmente acompanhados por Luis Alberto Rodríguez (bateria) e Xacobe Martínez(contrabaixo) - cada vez mais importante da nossa irmã Galiza. E com o acrescento, saboroso, de que na sua versão «salón de baile», em Sines, os Marful terão a sua formação alargada a mais alguns músicos: Quim Farinha (dos Berrogüetto) no violino, a cantora Guadi Galego (ex-Berrogüetto e companheira de Ugia no projecto Nordestin@s) e o cantor Xabier Díaz, para além de quatro bailarinos.

18 fevereiro, 2008

Pepe Habichuela, Miguel Poveda e Fuensanta «La Moneta» - Quando o Flamenco Vem a Lisboa


O flamenco - género maior da música espanhola de raiz - vai ter uma bela mostra em Lisboa, talvez a maior e mais abrangente que alguma vez teve em território português. Com organização da Alto & Bom Som Produções, o Festival de Flamenco inclui três espectáculos musicais - dedicados à guitarra, ao canto e à dança flamenca - e ainda exposições, filmes, palestras e workshops. Os espectáculos, todos marcados para a Aula Magna, são protagonizados pelo guitarrista Pepe Habichuela (dia 29 de Março), pelo cantor Miguel Poveda (dia 19 de Abril) e pela bailarina Fuensanta «La Moneta» (na foto; dia 17 de Maio). O programa fica completo com os filmes «Herencia Flamenca», dedicado aos Ketama, «Flamenco», de Carlos Saura, e «Tributo a Carmen Amaya», a exposição «Arte Flamenco», do fotógrafo Mario Pacheco, palestras sobre «Os Novos Flamencos», «Guitarra Flamenca», «Compreender o Flamenco» e «Fronteiras do Flamenco» e workshops de guitarra, canto e dança. Mais informações aqui e aqui.

15 fevereiro, 2008

Pelo Ensino da Música Com Qualidade - Duas Petições


Os factos são agora conhecidos de todos, mas se não for esse o caso, aqui ficam dois links que vos poderão elucidar: o blog Ideias Soltas e o site Meloteca. Ou então, basta ler o texto das duas petições que se seguem para se ficar a perceber o que se passa. Façam o favor de assinar.

PETIÇÃO 1


To: Presidência da República Portuguesa e Primeiro-Ministro de Portugal
Ex.º Senhor
Presidente da República Portuguesa
Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva

Ex.º Senhor
Primeiro-Ministro de Portugal
Engenheiro José Sócrates


Nós, abaixo assinados, vimos, por este meio, sensibilizar Vs. Exs., enquanto representantes máximos de Portugal, para travarem, dentro do estrito respeito pela Vossas superiores competências, a pretensão do Ministério da Educação de alterar o Sistema Educativo Português, no que à Educação Artística diz respeito, nomeadamente ao Ensino Artístico Especializado, pelo facto de se basearem no relatório final de Estudo de Avaliação do Ensino Artístico, que carece, por falta de rigor metodológico, de validada científica, seja por não englobar, na equipa que o elaborou nenhum artista ou professor de qualquer arte, nem ter realizado o trabalho de campo que se exigia como fundamento junto das cerca de 100 Escolas de Ensino Especializado de música, dança e teatro, públicas e privadas, reconhecidas e financiadas pelo próprio Ministério da Educação.

Considerando que entre as recomendações dos participantes da Conferência Mundial de Educação Artística promovida pela UNESCO, ocorrida em Lisboa de 6 a 9 de Março de 2006, podemos ler:

- Reconhecer o valor das práticas e projectos de sucesso na área da Educação Artística, desenvolvidos a nível local e culturalmente pertinentes. Reconhecer que os projectos futuros devem reproduzir as práticas de sucesso até agora aplicadas;

- Dar prioridade à necessidade de uma melhor compreensão e de um reconhecimento mais profundo por parte do público das contribuições essenciais dadas pela Educação Artística aos indivíduos e à sociedade;

- Traduzir a crescente compreensão da importância da Educação Artística na alocação de recursos suficientes de modo a traduzir os princípios em acção, criar um reconhecimento acrescido dos benefícios das artes e da criatividade para todos e apoiar a concretização de uma nova visão das artes e da aprendizagem;

- Estimular o desenvolvimento de estratégias de aplicação e de controlo com vista a garantir a qualidade da Educação Artística;

- Dar à Educação Artística um lugar central e permanente no currículo educativo, financiando-a adequadamente e dotando-a de professores competentes e de qualidade;

- Conceber políticas de investigação nacional e regional no domínio da Educação Artística, tendo em conta as especificidades das culturas ancestrais e dos grupos de populações vulneráveis;

- Garantir uma continuidade que vá mais longe do que os programas governamentais nas políticas públicas dos Estados sobre Educação Artística;

- Integrar as artes no currículo escolar e na educação informal;

- Tornar a Educação Artística disponível dentro e fora das escolas a todos os indivíduos, independentemente das suas aptidões, necessidades e condição social, física, mental ou situação geográfica.

Parece-nos que:

1 – Sem prejuízo da validade de outras formas de educação artística, as Escolas de Ensino Especializado representam, no seu todo, o projecto de sucesso mais bem conseguido em Portugal na área da Educação Artística, seja qualitativa seja quantitativamente;

2 – A retirada do financiamento prevista pelo Ministério da Educação ao ensino especializado no 1º ciclo às Escolas de Ensino Especializado é uma inadmissível medida socialmente discriminatória, que contribui para a não inclusão social, e que reduzirá drasticamente a qualidade da Educação Artística;

3 – a extinção prevista do regime supletivo pelo Ministério da Educação e a adopção do regime integrado não promove, de imediato, a almejada interacção de saberes e conhecimento pelo facto de, nem Pais, nem docentes de outras áreas de saber, nem alunos estarem preparados para valorizar a Educação Artística como tão fundamental para a formação de identidades nem para o desenvolvimento da Pessoa, exigindo-se por isso a manutenção do regime supletivo e uma aposta no regime articulado como preparação para um futuro regime integrado pleno de convicção e adesão social.

Nesta conformidade, vimos solicitar a V. Exs. para travarem qualquer alteração ao Ensino Artístico Especializado sem um prévio, mas cientificamente válido e profundo, estudo da Educação Artística em Portugal, elaborado por uma equipa com relevante experiência na área específica, que corresponda e dê resposta aos quesitos acima mencionados transcritos e internacionalmente aceites.

Assinar aqui.


PETIÇÃO 2

To: Ministério da Educação
Porque Não Podemos Concordar Com a Ministra da Educação
Por Uma Escola Pública de Qualidade

-Extinção do ensino musical especializado no 1º ciclo

Por decisão ministerial as escolas públicas de música (vulgo Conservatórios) vão ser impedidas de dar aulas ao 1º ciclo (chamados cursos de iniciação). Assim, os actuais e futuros alunos (dos 6 aos 9 anos de idade), se quiserem continuar a estudar música, terão de frequentar aquilo que o estado passa a oferecer gratuitamente, as actividades de enriquecimento curricular (AEC), o que representa passar de um currículo de 6 horas semanais com estudo individual de instrumento, orquestra, formação musical, coro e expressão dramática, para uma actividade de currículo ainda desconhecido, provavelmente com a duração de apenas duas horas semanais.

Se por acaso o aluno quiser continuar com a mesma formação que as actuais iniciações oferecem, terá de se inscrever numa escola particular, deixando de pagar a propina anual da escola pública (em Lisboa é de 45€) para passar a desembolsar grandes quantias em dinheiro.

Ao tomar esta atitude de alargamento da oferta de ensino musical através das AECs, e de inviabilizar o ensino do 1º ciclo (iniciações) nos Conservatórios, o Ministério impede o ensino especializado de oferecer um ensino de qualidade que visa o desenvolvimento da criança na idade ideal para o início da formação como instrumentista. (Suzuki, Gordon, Manturzewska, Lhemann, Schuter-Dyson, Sosniak, Bloom).

A razão pela qual se extingue o 1º ciclo das escolas públicas de ensino especializado de música não tem como finalidade uma verdadeira democratização do ensino musical, assumindo declaradamente uma componente apenas de formação genérica, visando competências diferentes das que actualmente os Conservatórios oferecem para estas cargas etárias. A verdadeira razão encontra-se sim na necessidade de libertar os docentes que actualmente leccionam as iniciações, procedendo ao seu despedimento e posterior reconversão para leccionarem as AECs, pelas quais serão remunerados abaixo do seu actual estatuto, pois o Ministério sabe que nem a médio prazo terá docentes em número suficiente para a tal generalização do ensino da música ao 1º ciclo.

Trata-se pois apenas de uma operação de engenharia financeira sem ter em conta a degradação de qualidade que este novo sistema irá introduzir no ensino da música. Este novo sistema irá produzir indubitavelmente efeitos perversos e anti-democráticos pois terão naturalmente preferência na admissão às escolas públicas (a partir do 2º ciclo) aqueles candidatos que demonstrem maiores competências, competências essas que passarão a ser exclusivo do ensino particular a preços elevados. Haverá um favorecimento daqueles que têm maior capacidade económica para proporcionarem essa formação aos seus filhos em detrimento da criança de meios sócio - económicos mais desfavorecidos.
Não se deve, com o pretexto da criação de um ensino generalizado da música, extinguir o ensino vocacional (especializado).

-Regime de Frequência Supletivo
Sua Extinção

Com a intenção de reduzir a frequência destas escolas apenas ao regime integrado, será negada a existência tanto do regime supletivo como do articulado.
O regime articulado permite às famílias organizar a formação dos seus educandos através de uma articulação de tempos lectivos e de escolas, nomeadamente permitindo a escolha da escola básica e a gestão do seu currículo.
Simultaneamente, o regime supletivo permite às famílias escolherem as escolas e sobretudo ao aluno não ter que ficar agarrado apenas à opção música, realizando dois percursos paralelos até que a sua decisão de formação esteja definida.

Com especial furor ataca o Ministério da Educação o regime de frequência supletivo. Este regime de frequência caracteriza-se por permitir ao aluno frequentar as disciplinas musicais no Conservatório e as do ensino geral na escola de sua escolha. Afirma o Ministério que este regime de frequência se caracteriza por ser um ensino avulso no qual o estudante poderá ele próprio compor o seu currículo, sem obrigação de nenhum tipo de regras de precedências, podendo eternizar a sua presença na escola. Mais afirma o Ministério que o regime supletivo não permite uma certificação no final do ensino secundário visto o aluno poder optar por um diploma de ensino secundário de outra vertente, naquela em que frequenta as disciplinas não musicais. Não havendo certificação, não há sucesso escolar, conclui sem mais nem menos o Ministério. Para a 5 de Outubro os Conservatórios não formam alunos.

Vejamos o que realmente caracteriza este regime de frequência, aquele que é escolhido pela grande maioria dos alunos e encarregados de educação:

1º - Os alunos do regime supletivo são obrigados até ao final do 3º ciclo a frequentarem exactamente o mesmo nº de disciplinas que os alunos dos outros regimes, a saber: integrado e articulado. Obedecem às mesmas regras de precedência e de estudos.

2º - Durante o ensino secundário nesta escola, são obrigados a frequentar anualmente pelo menos três disciplinas, a saber, instrumento, formação musical e classe de conjunto. Também aqui o aluno não pode frequentar apenas uma só disciplina.

3º - O aluno do regime supletivo raramente obtém um diploma secundário de música pois já o obteve ou vai obter na via e curso que frequentou na outra escola secundária onde realizou a formação não musical.

4º - Não. O facto de se emitirem poucos diplomas secundários de ensino da música não é sinónimo de insucesso escolar, pois não exigindo o ensino superior da especialidade nenhuma classificação específica do ensino secundário de música, o aluno prefere fazer uma preparação paralela num curso científico-humanístico e logo que se sente preparado concorre para o ensino superior de música ou sai para a vida profissional. Será necessário deixar aqui claro que para se exercer uma profissão no campo da música, os diplomas não são necessários pois as pessoas têm que passar uma audição pratica para obterem o lugar. A única ocasião de que precisam de um diploma é para seguirem a carreira de ensino e para esta necessitam sim do diploma mais qualificado que é o do ensino superior e não o secundário.

5º - Provando que a não obtenção de diploma secundário de música não é sinónimo de insucesso escolar poderemos verificar que só na Escola de Música do Conservatório Nacional nos últimos seis anos 125 alunos seguiram os seus estudos superiores e cerca de 183 alunos foram para a vida profissional, ou seja a Escola foi o veículo escolhido pelos alunos para lhes dar a formação necessária para seguirem carreira. O Ministério deveria encontrar uma solução para este problema da certificação e não limitar-se pura e simplesmente a acabar com o regime de frequência supletivo.


6º - A verdadeira razão porque se acaba com o ensino supletivo e se recomenda que nas escolas públicas apenas se pratique o regime integrado está agora à vista, quando sabemos que o interesse fulcral da Ministra da Educação é a extensão das AECs vertente música, a todas as escolas do 1º ciclo. Para isso necessita de docentes. A Srª Ministra sabe que só assim obterá escolas muito mais pequenas implicando o despedimento de professores a nível dos 2º , 3º ciclos e secundário. Estes docentes servirão naturalmente para ministrarem as AECs.

7º - É fundamental que os Pais e Encarregados de educação percebam que a coberto de uma pseudo “democratização” do ensino da música se vai na realidade reduzir a prática musical apenas às AECs, e sobrecarregar as finanças familiares se se optar por prosseguir com uma formação específica agora apenas numa escola privada. De notar igualmente que com a extinção do regime supletivo se está a obrigar muito mais cedo o encarregado de educação a tomar a opção de uma carreira para o seu filho, visto só ser possível o ensino integrado nas escolas públicas, o que é obviamente difícil e claramente indesejável.

8º - É ainda preciso considerar o curso de canto, frequentado totalmente em ensino supletivo por alunos maiores de 17 anos, de acordo com as regras até hoje em vigor e definidas em Regulamento Interno, cuja viabilidade continua por discutir.

Pelo que foi dito nos números anteriores, poderemos afirmar que o regime de frequência supletivo é credível e formador de músicos em igualdade de circunstâncias com qualquer outro regime de frequência, e que a sua diabolização pelo Ministério obedece apenas a interesses de ordem financeira e não pedagógica.
Estamos ainda a cercear o direito de escolha dos encarregados de educação.

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14 fevereiro, 2008

Mandrágora - Segundo Álbum a Caminho


O grupo portuense Mandrágora vai editar o seu segundo álbum, «Escarpa», dia 9 de Maio, informa o nosso camarada Rui Dinis, d'A Trompa. Fazedores de uma folk que vai às raízes tradicionais portuguesas para as fundir com jazz, rock progressivo e algum experimentalismo, os Mandrágora - Filipa Santos (flautas, saxofone e gaita-de-foles), Ricardo Lopes (percussões, flautas e throat-singing), Pedro Viana (guitarra clássica), Sérgio Calisto (violoncelo, moraharpa, bouzouki e nyckelharpa) e João Serrador (baixo) - terão em «Escarpa» a colaboração de Simone Bottasso no acordeão diatónico, Matteo Dorigo na sanfona, Helena Madeira (Projecto Iara) na voz e Francisco Silva (Old Jerusalem) na voz e guitarra. «Escarpa» sucede ao álbum de estreia dos Mandrágora, homónimo, lançado em 2005, e é editado pela Hepta Trad.

13 fevereiro, 2008

Intercéltico de Sendim - As Nações Unidas de Miranda


E mais uma grande notícia chegada via Crónicas da Terra: a oitava edição do Festival Intercéltico de Sendim - mais uma vez organizado por Mário Correia, do Sons da Terra - decorre de 1 a 3 de Agosto, com algumas escolhas dentro do espírito habitual do festival mas também com algumas novidades absolutas, como a abertura às sonoridades do Leste da Europa! Por Sendim, este ano, vão passar músicas e músicos da Escócia, Portugal, Galiza, Astúrias, Hungria e Ucrânia. Ora veja-se: na primeira noite, a de dia 1, actuam os conimbricenses Ginga, seguidos dos asturianos Skanda e dos respeitadíssimos galegos (com voz portuguesa, a da cantora Sara Vidal, nossa camarada blogosférica nos Sons Vadios) Luar na Lubre. Mas as verdadeiras surpresas ficam reservadas para a segunda noite, a de dia 2, com actuações dos húngaros Kerekes Band (ver crítica ao disco «Pimasz» neste blog) e dos ucranianos Voanerges (na foto), ficando o encerramento oficial por conta da folk-progressiva dos escoceses Shooglenifty. Um encerramento que, como sempre em Sendim, não é bem encerramento já que no dia seguinte, domingo, dia 3, ainda haverá lugar para a «missa céltica» e para mais um concerto, desta vez com o rock cantado em mirandês dos Pica Tumilho. A programação fica completa com jams na Taberna dos Celtas, animação de rua e concertos temáticos com os gaiteiros da família Fernandes e uma evocação do tamborileiro Virgílio Cristal. Mais informações aqui.

12 fevereiro, 2008

Camané - Mais Um Centímetro na Linha da Vida


Uns longos sete anos depois da edição do seu último álbum de originais, «Pelo Dia Dentro», Camané apresta-se para lançar o seu novo álbum a 4 de Abril, através da EMI Music Iberia. Novamente com produção do velho cúmplice José Mário Branco, o novo álbum - ainda sem título conhecido - conta com a participação de José Manuel Neto (guitarra portuguesa), Carlos Manuel Proença (viola) e Carlos Bica (contrabaixo), para além de uma intervenção especial de Ricardo Rocha (guitarra portuguesa), uma parceria que Camané desejava há muito. Camané, recorde-se, editou até agora os álbuns de originais «Uma Noite de Fados» (1995), «Na Linha da Vida» (1998), «Esta Coisa da Alma» (2000) e «Pelo Dia Dentro» (2001), tendo nos últimos anos editado apenas registos ao vivo: o álbum «Como sempre... Como dantes» (2003) e o DVD «Ao Vivo no São Luíz» (2006). Paralelamente à sua carreira a solo, Camané esteve também envolvido, em 2004 e 2005, no projecto Humanos (em que cantava ao lado de Manuela Azevedo, dos Clã, e David Fonseca), de recuperação de temas inéditos de António Variações.

11 fevereiro, 2008

La MC Malcriado e Izé - Entre Cabo Verde e... O Mundo


A diáspora cabo-verdiana é, desde há décadas, um alfobre de excelente música (feita por grupos e artistas de Cabo Verde em França, Holanda, Portugal, Estados Unidos...) e muitas vezes mantendo a pureza das suas raízes. Mas, de outras vezes, fundindo-a com outras músicas, como é o caso desta crew de rappers cabo-verdianos sediados em França, os La MC Malcriado (na foto), colectivo que mistura muitas músicas tradicionais com músicas exteriores e ao qual também pertence Izé, cujo novo álbum a solo apresenta uma fórmula nova e mágica: a mistura de funaná com... kuduro.


LA MC MALCRIADO
«NOS POBREZA KÉ NOS RIKÉZA»
Lusafrica

Cabo-verdianos - ou filhos de cabo-verdianos - baseados em Paris, os La MC Malcriado (noutras grafias: LA MC Malcriado, LA-MC Malcriado ou, simplesmente, MC Malcriado) são um quarteto que mistura, com saber e um imenso amor pelas suas origens, géneros musicais habitualmente associados a Cabo Verde (coladeiras, batuques, funanás, kizombas, etc, etc) com beats de hip-hop, electrónicas, ragga, funk e tudo o mais que lhes venha à mão e que faça sentido nesta música. Nascido em 1998, o colectivo é agora formado por Stomy Bugsy, Jacky Brown (também dos Neg'Marrons), Izé e JP (este também dos 2 Doigts). E no seu álbum «Nos Pobreza Ké Nos Rikéza», a mistura de referências atinge um ponto de perfeição difícil de igualar. Com a participação, entre outros, de nomes grandes da kizomba (como Philippe Monteiro), do funaná (o mítico Zéca di Nha Reinalda) e das divas Cesária Évora e Mayra Andrade, os La MC Malcriado assinam um álbum variadíssimo, quase sempre absolutamente dançável e com uma universalidade - pela mistura perfeita de elementos sonoros tradicionais com elementos «universais» - rara. Muitas vezes politizado (oiça-se a fabulosa homenagem a Amílcar Cabral, último tema do álbum) e cantado em crioulo e francês, «Nos Pobreza Ké Nos Rikéza» é um grandíssimo álbum. (8/10)


IZÉ
«KUNANA SPIRIT»
Lusafrica/Tumbao

Já com dois álbuns a solo em nome próprio anteriores a este «Kunana Spirit» («Double Nationalité» e «Mobilizé»), Izé - um dos quatro La MC Malcriado - chega aqui a uma fórmula sonora novíssima e explosiva: a mistura de funaná com... kuduro!!! E o resultado é um álbum todo ele virado para as pistas de dança, não querendo isto dizer que não possa ser ouvido - e com prazer! - no sofá aqui de casa. E, se bem que andem por lá outras referências musicais (o batuque e a morna de um lado, o hip-hop do outro...), são mesmo os temas em que o acordeão e o «ferro» do funaná se juntam à batida irresistível do kuduro que Izé cumpre a sua missão: a criação de uma nitroglicerina musical em que a tradição cabo-verdiana se mistura com elementos exteriores (o kuduro angolano, que por sua vez já é uma mistura de kizomba, zouk, ragga, hip-hop, kwaito...). Com samples bem metidos (a voz de Lura em «Oh Narina», do falecido Orlando Pantera...) e vários convidados (como JP, seu companheiro nos La MC Malcriado, entre outros), «Kunana Spirit» é um fabuloso exemplo de como se podem fundir, e tão bem!, músicas aparentemente tão distantes entre si. (9/10)

08 fevereiro, 2008

Cromos Raízes e Antenas XXXVIII


Este blog continua hoje a publicação da série «Cromos Raízes e Antenas», constituída por pequenas fichas sobre artistas, grupos, personagens (míticas ou reais), géneros, instrumentos musicais, editoras discográficas, divulgadores, filmes... Tudo isto sem ordem cronológica nem alfabética nem enciclopédica nem com hierarquia de importância nem sujeita a qualquer tipo de actualidade. É vagamente aleatória, randomizada, livre, à vontade do freguês (ou dos fregueses: os leitores deste blog estão todos convidados a enviar sugestões ou, melhor ainda!, as fichas completas de cromos para o espaço de comentários ou para o e-mail pires.ant@gmail.com - a «gerência» agradece; assim como agradece que venham daí acrescentos e correcções às várias entradas). As «carteirinhas» de cromos incluem sempre quatro exemplares, numerados e... coleccionáveis ;)


Cromo XXXVIII.1 - Trilok Gurtu


Trilok Gurtu (nascido em Bombaim, Índia, a 30 de Outubro de 1951) é baterista, percussionista e, acima de tudo, um mestre incontestado da arte de bem tocar tablas, o instrumento de percussão mais emblemático do seu país. Músico, compositor, homem de olhos abertos para o mundo - e com os olhos do mundo sempre atentos ao que ele faz - Trilok sente-se tão à vontade a reinventar as músicas tradicionais indianas como em palcos e estúdios que partilha com músicos e cantores do jazz, do rock, da fusão, da world music. Já tocou com gente tão diferente como Terje Rypdal e Dulce Pontes, John McLaughlin e Don Cherry, Joe Zawinul e Robert Miles... ou no histórico colectivo Tabla Beat Science (com outras luminárias como Bill Laswell, Karsh Kale e Talvin Singh) e em parceria com o grupo italiano Arkè String Quartet. Um génio.


Cromo XXXVIII.2 - Led Zeppelin


Inventores absolutos da corrente hard-rock/heavy-metal - juntamente com os Deep Purple e os Black Sabbath -, os Led Zeppelin nasceram em Setembro de 1968, em Londres, Inglaterra, integrados na enorme fornada de músicos brancos, ingleses, que iam aos Estados Unidos e aos blues negros buscar a sua inspiração maior. Copiando (muitas vezes pilhando descaradamente) e reinventando essa música de origem ancestral africana, os Led Zeppelin - Robert Plant (voz), Jimmy Page (guitarras), John Paul Jones (baixo) e John Bonham (bateria) - criaram, até 1980 (ano do seu desaparecimento como banda), um «corpus» musical onde, aos blues e ao rock, muitas outras músicas se juntaram: reggae, a música folk britânica (inesquecível o tema com Sandy Denny, «The Battle of Evermore», no quarto álbum da banda) e as músicas do mundo, desde a indiana à música árabe («Kashmir», do álbum «Physical Graffiti», é um belíssimo exemplo).


Cromo XXXVIII.3 - Mory Kanté


E, de repente, as pistas das discotecas - nessa segunda metade da década de 80 -, mais habituadas ao electro, ao euro-disco ou à nascente house music, abriam-se a uma música africana, «Yéké Yéké», que entrava ali como faca em manteiga, mesmo que a faca estivesse revestida de alguns símbolos incompreensíveis. O tema era assinado por Mory Kanté e escondia uma grande história: a de um músico nascido numa das melhores famílias de griots da Guiné-Conacri, Mory Kanté, cantor, especialista na antiga arte de tocar kora mas fascinado pelos ritmos ocidentais. Mory nasceu em Kissidougou, na Guiné-Conacri, a 29 de Março de 1950, mas foi no Mali que aprendeu a tocar kora ainda durante a infância. E foi no Mali que, ao lado de Salif Keita, fez parte da lendária Super Rail Band, em Bamako. Uma lenda que continuou, anos depois, quando editou álbuns em nome próprio e se tornou um dos mais respeitados artistas africanos na Europa e nos Estados Unidos.


Cromo XXXVIII.4 - Sevara Nazarkhan


Diva maior da música do Uzbequistão, Sevara Nazarkhan é uma cantora, instrumentista e compositora que transporta consigo a música da «rota da seda» - e quantos trocadilhos se poderiam fazer, a partir do nome deste tecido, com a sua própria voz! -, abrindo-a, com subtileza e elegância, a outras músicas. Nascida em Andijan, no vale de Fergana, Sevara começou por cantar num quarteto de vozes femininas antes de se lançar numa frutuosa carreira a solo em que canta, compõe e toca doutar (o alaúde, com apenas duas cordas, da Ásia Central). Acolhida no seio da Real World, a editora fundada por Peter Gabriel, editou em 2003 o aclamadíssimo álbum «Yo'l Bo'lsin», produzido por Hector Zazou - ao qual se seguiram «Bu Sevgi» (2006) e «Sen» (2007) -, e colaborou, entre outros nomes, com os Afro Celt Sound System. Ela e a sua música têm uma beleza rara.

07 fevereiro, 2008

DJ Dolores no Santiago Alquimista


Vi-o duas vezes: uma delas no Festival do Meco, com a Orquestra Santa Massa, e de outra na WOMEX, em Sevilha, como DJ, numa sessão histórica em que centenas de pessoas dançaram à chuva até de madrugada. E de ambas as vezes, o homem foi um espectáculo total: o brasileiro DJ Dolores (na foto, de Barbara Wagner) é DJ, produtor, compositor, chefe de «orquestra» e faz isso tudo, sempre, muito bem. Na sua música entram ritmos tradicionais brasileiros - frevo, baião, forró, maracatú, emboladas, música brega, tropicalismo, samba... - e muitas músicas exteriores - electrónicas variadas, reggae, funk, rock, hip-hop, surf music e até klezmer, juntando todos os componentes num caldo único e pessoalíssimo. E sempre com mensagens políticas explícitas ou implícitas nas letras das suas canções, como se poderá confirmar no concerto que DJ Dolores tem marcado para dia 21 deste mês, em Lisboa, no Santiago Alquimista. Um concerto que servirá de apresentação ao seu novíssimo álbum «1 Real», mas onde não deverão ficar esquecidos alguns temas mais emblemáticos dos álbuns «Contraditório» (2002) e «Aparelhagem» (2005).

06 fevereiro, 2008

Última Hora: Karkov Deixa os Blasted Mechanism


O cantor e letrista Karkov (à esquerda na foto; de Xurxo Lago) deixou de pertencer aos Blasted Mechanism, informa um comunicado distribuído há poucos minutos pela Lisboagência. Para o lugar de Karkov - fundador dos Blasted, juntamente com Valdjiu, em 1995 - entrou o cantor Pedro Lousada (ex-Zedisaneonlight). O comunicado, na íntegra:

«A toda a tribo:

Nos primeiros dias do ano, o Karkov abandonou os Blasted Mechanism, declarando que já não tem energia para dar ao projecto. Da nossa parte estamos muito gratos por todos os bons momentos que passámos juntos. O microfone vai passar para o Pedro Lousada (ex-Zedisaneonlight) que já se encontra em estúdio cheio de energia e motivação para dar continuidade ao universo Blasted, abrindo também as portas à língua portuguesa, até agora ausente. Estamos a terminar um novo single que conta com a nova voz de Blasted e com Marcelo D2, que em breve se poderá ouvir nas rádios e restantes meios. Os Blasted Mechanism estão já a preparar o sucessor de "Sound in Light" que sairá no início de 2009. Durante 2008 daremos continuidade à "Sound in Light Tour" em terras nacionais e seguimos pelo resto do mundo com datas na Índia, México, Turquia, França, Alemanha e restante Europa. Estamos cheios de força com as asas abertas para voos bem altos. Voem connosco!! Paz a todos os Seres».

Carlos do Carmo Vence Prémio Goya


Carlos do Carmo, com o tema «Fado da Saudade», foi o vencedor do Prémio Goya - o equivalente espanhol dos óscares - na categoria de Melhor Canção Original. O prémio foi anunciado na gala da 22ª edição destes prestigiados prémios do cinema espanhol, que decorreu domingo à noite no Palácio dos Congressos, em Madrid. «Fado da Saudade» faz parte da banda-sonora do filme «Fados», do realizador espanhol Carlos Saura, e concorria com os temas «Circus Honey Blues» (de Víctor Reyes e Rodrigo Cortés; filme «Concursante»), «La Vida Secreta de las Pequeñas Cosas» (de David Broza e Jorge Drexler; filme «Cándida) e «Pequeño Paria» (de Daniel Melingo; filme «El Niño de Barro). «Fados» estava nomeado para os Prémios Goya em apenas mais uma categoria, a de Melhor Documentário, tendo perdido para «Invisibles», filme de um conjunto de realizadores formado por Mariano Barroso, Isabel Coixet, Javier Corcuera, Fernando León de Aranoa e Wim Wenders. Em reacção ao prémio, Carlos do Carmo afirmou que «foi uma surpresa a nomeação e maravilhoso o ter recebido este prémio», acrescentando que «se este for mais um contributo para o fado, fico feliz, pois é o que tenho procurado fazer ao longo de 45 anos de carreira». Já o grande triunfador da noite foi o realizador catalão Jaime Rosales, que ganhou os prémios de Melhor Realizador e Melhor Filme, com «La Soledad».

04 fevereiro, 2008

Kumpa'nia Al-gazarra - Álbum de Estreia Quase a Sair!


Quem já os viu ao vivo sabe bem que os sintrenses - e outros músicos 'tugas e estrangeiros - Kumpa'nia Al-gazarra são uma fábrica de dança, folia e boa disposição feita de muitas sonoridades (bem) transpostas para uma banda de metais (e acordeão e percussões e contrabaixo e voz): música balcânica e eslava, afro-beat, ska, os ensinamentos gingões do swing, etc, etc. E tudo isso vai passar a estar disponível, proximamente, num álbum inteiro: o álbum de estreia da Kumpa'nia Al-gazarra, homónimo, vai para as lojas, em edição de autor, nos próximos dias, com doze temas inspirados em músicas de vários lugares do mundo mas sempre com um traço comum a uni-los: a vontade de fazer uma música sem fronteiras, libertária, feliz. O disco inclui os temas «Almighty Love», «Donde La Vida Va», «Supercali», «Libérez Le Monde», «Maribor», «Gipsy Reggae», «Just One Step», «Skabicine», «Maygeri», «Pekarna», «Wild Zone» e «Oh Cidade», todos protagonizados por Francisco Amorim (trombone), Hélder Siva (percussão, darabuka e congas), Hugo Fontainhas (bateria), Luís Barrocas (voz, saxofone e guitarra acústica), Luís Bastos (clarinete e saxofone tenor), Pedro Pereira (contrabaixo), Ricardo Pinto (trompete) e Rini Luyks (acordeão), tendo como músico convidado Willi Kirsch (flauta). É para a festarola!

01 fevereiro, 2008

Orchestra Baobab e Kasai Allstars no FMM de Sines


Como quase sempre, é o atentíssimo Crónicas da Terra que dá a notícia: a Orchestra Baobab é o segundo nome confirmado para a edição deste ano, a décima, do FMM de Sines, juntando-se assim aos Kasai Allstars (na foto) no alinhamento deste festival. A Orchestra Baobab, sediada no Senegal mas composta por músicos de várias origens e uma das maiores instituições da música africana, apresenta-se em Sines no dia 24 de Julho. E, para se ter uma ideia do que a sua música representa hoje em dia, peço aos meus leitores para lerem a crítica ao seu último álbum, «Made In Dakar», publicada neste blog em Novembro último. Por sua vez, a máquina de música, dança e cor que são os congoleses Kasai Allstars sobem a um dos palcos do FMM, um dia antes, a 23. Kasai Allstars também já referidos neste blog a propósito do seu espectáculo na WOMEX do ano passado. E, a julgar pelo andar da carruagem, o FMM deste ano vai ser mesmo arrasador!