Música Vintage Latino-Americana via Soundway

A etiqueta britânica Soundway -- que se tem notabilizado a pesquisar, compilar e editar fabulosas colectâneas de música africana e, mais recentemente, tailandesa, gravada nos anos 60 e 70 -- tem também um excelente catálogo dedicado à música latino-americana dessas décadas e das suas ligações à música africana e norte-americana. O Raízes e Antenas recupera aqui três críticas a outras tantas compilações originalmente publicadas na "Time Out" durante os últimos meses...

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"Panama! 3"
Soundway/Massala

Último volume de uma trilogia dedicada à música panamiana das décadas de 60 e 70 pela Soundway, "Panama! 3" é a continuação lógica dos dois anteriores, fechando assim um trabalho de recuperação de muita da maravilhosa música de fusão de muitas culturas deste país que une a América do Sul e a América do Norte e onde o Atlântico tem vista para o Pacífico. Vibrante de inventividade, alegria e onde músicas locais convivem com géneros de África, de outras zonas da América Latina, das Caraíbas e da Europa, "Panama! 3 - Calypso Panameño, Guajira Jazz & Cumbia Típica on the Isthmus (1960–75)" inclui 23 temas variadíssimos em que o calipso, a rumba, a cumbia, a guaracha, a guajira, etc, etc, convivem com funk, afro-beat, samba, ska ou as rancheras mexicanas. E é (quase) sempre para dançar. (****)



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"Tumbélé!"
Soundway/Massala

"Tumbélé – Biguine, afro & latin sounds from the French Caribbean, 1963-74" é mais um documento magnífico saído da Soundway, editora que se tem especializado em ressuscitar inúmeros géneros perdidos algures no tempo, nomeadamente africanos e latino-americanos. Com gravações (de excelente qualidade técnica) efectuadas nas ilhas francesas de Guadalupe e Martinica nos anos indicados pelo título, "Tumbélé!" mostra as ligações entre géneros como o jazz, o swing, o compas haitiano, o cha cha cha cubano ou a rumba congolesa (não por acaso, no meio de canções de grupos locais surgem aqui, idos directamente de África, os Ry-Co Jazz) com géneros próprios como o biguine, o tumbélé, o gwo-ka ou o calipso... e a sua influência em estilos como o zouk (e, por sua via, a kizomba!). Fundamental. (*****)



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“Palenque Palenque!”
Soundway/Massala

Palenque é o nome de um famoso conjunto de ruínas maias, perto de Chiapas, no México, mas é também o nome de uma importante editora colombiana, cujo responsável, Lucas Silva, co-produziu com Miles Cleret (da Soundway), este “Palenque Palenque! - Champeta Criolla & Afro Roots in Colombia 1975-91”. Mais um extraordinário exemplo de como os ritmos africanos levados pelos escravos para a América Latina ali se fundiram com ritmos locais e, a partir da influência norte-americana (e, neste caso, também jamaicana) evoluíram para uma música fortemente local e, ao mesmo tempo, irresistivelmente global: a champeta. Aqui, o funk, o rock psicadélico, o ska, o reggae, o afrobeat e a cumbia convivem livremente. (****)