20 fevereiro, 2007

Lúcia Sigalho Leva a Kizomba P'ró Teatro



A companhia de teatro Sensurround, de Lúcia Sigalho, estreia dia 22, quinta-feira, o seu novo trabalho, «Kizomba», peça baseada e inspirada neste escaldante género musical angolano (e com ramificações posteriores em Cabo Verde, Holanda, Estados Unidos e Portugal). Com interpretação de Cláudia Jardim, Lúcia Sigalho, Victor Gonçalves e as participações especiais do professor de danças africanas Aires Silva e do DJ Lucky, o espectáculo sobe à cena na Casa d'Os Dias da Água, dias 22, 23, 24 e 25. E, para melhor se perceber o que nos pode esperar, aqui fica o texto explicativo da coisa: «Quisemos começar pelo óbvio. Há sete anos fizemos um trabalho com o Fernando Alvim chamado Dedicatórias. Um dia, ele foi dançar com a Clara Andermatt no B.Leza e, à persistÍncia da falta de concordância na passada, resolveu o problema logo assim: isto em Angola dança-se doutra maneira: vou-te mostrar – chama-se kizomba!... Ele ficou nas nossas vidas para sempre. Há três anos que está a fazer uma Trienal de Arte Contemporânea em Angola. Nós ainda nunca lá fomos e quisemos mesmo fazer e apresentar esta primeira parte do trabalho para a Trienal de Luanda assim: sem nunca lá ter ido, a Angola. Trabalhámos sobre lugares imaginários, imaginados, sobre uma ideia de África, um desejo por África, um silêncio pequenino dentro do coração, saudades de um lugar que nunca existiu. Concluímos que, no fundo e secretamente, o que nós queremos mesmo é ir para essa África nossa e ficar lá muito quietos e calados... Mergulhados em sol, calor, espaço. E, ao mesmo tempo, queremos mais do que tudo, nunca, mas nunca por nunca ser, ter de voltar a esta terra... Whatever it means, voltar... Obviamente, e esta maneira de fazer é intencional, quisemos começar pelo começo e pelo óbvio: Como no amor, como se estivéssemos completamente desprevenidos, desprotegidos, sem querer saber. Quisemos partir do zero, daqui, de Lisboa, com Kizomba, renitências, resistências, dúvidas insolúveis, clichés incontornáveis, preconceitos díspares, confusões insanas, tremeliques vários e muito, muito frio. Já reparou no frio que faz neste Inverno?».

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