20 janeiro, 2010

«Significado»... Ou o que é a Música Tradicional Portuguesa (Agora)

Trailer - SIGNIFICADO - a música portuguesa se gostasse dela própria from Tiago Pereira on Vimeo.


Quem conhece o trabalho anterior de Tiago Pereira - nomeadamente os recentes «Arritmia» e «Mandragora Officinarum» - já sabe que, deste realizador, só se pode esperar sempre um salto em frente, e também um complemento mais ou menos lógico do que ficou para trás, em cada novo filme seu. «Significado - A Música Portuguesa se Gostasse Dela Própria», o novo filme de Tiago Pereira, celebra os quinze anos de existência da d'Orfeu (a notável estrutura montada em Águeda pelos irmãos Fernandes) mas extrapola de forma brilhante o conceito de «encomenda» e aventura-se no levantamento de inúmeras questões que rodeiam a música tradicional portuguesa, a sua evolução e a sua cristalização, a sua reinvenção e as suas dúvidas, os seus mitos e as suas interrogações. Com a participação de vários músicos mais ou menos esperados e outros não tanto quanto isso - Vítor Rua, Carlos Guerreiro, os irmãos Fernandes (Luís, Artur, Bitocas e Rogério), Júlio Pereira... - e também de outras personagens, como a escultora Joana Vasconcelos ou o Jornalista Orelhudo (um "cameo" do autor deste blog!), «Significado» vai mais longe na busca de um sentido - e de um «contexto» - para o que é a música tradicional portuguesa do que qualquer outro objecto (filme, livro, artigo, disco...) até agora existente.

Omiri - Vem aí o Álbum de Estreia (e alguns espectáculos)


Este blog tem andado em bolandas, abandonadito, mas regressa hoje com duas excelentes notícias e ambas envolvendo o meu amigo Tiago Pereira. Prefiro assim, notícias boas e alegres, do que dar conta da morte - para isso existem os outros meios de comunicação - de gente que eu amo, respeito e admiro há muitos anos, como são os casos (os quais já chorei em silêncio, rezando em sua memória, e são tão boas essas memórias nos dois casos!) de Lhasa de Sela e Vic Chesnutt. E a primeira das boas notícias é: "Dentro da Matriz", o álbum de estreia dos Omiri (na foto, de Mário Pires/Retorta)- música de Vasco Ribeiro Casais, manipulação vídeo em tempo real de Tiago Pereira, colaboração de Joana Negrão noutros instrumentos... - está prestes a ser lançado e inclui música absolutamente brilhante (destaque para "Malhão do Vento", com voz da eremita Né Ladeiras) e há concertos de apresentação a decorrer agora mesmo! Para breve, os Omiri estarão também envolvidos num novo conceito de bailes tradicionais, em parceria com a Pé de Xumbo. Datas dos concertos e mais informações neste comunicado:

«A PédeXumbo e os Omiri estão a trabalhar num novo conceito de baile interactivo, a apresentar em meados deste ano, um projecto com direcção artística de Luís Miguel Girão (Artshare).

Para já, temos a oportunidade de assistir ao lançamento do seu novo CD "Dentro da Matriz", algures em Portugal. Omiri é um projecto de Vasco Ribeiro Casais (Dazkarieh) e Tiago Pereira (VJ), uma proposta arrojada onde o baile tem um cenário: a tela de projecção onde dançam Wim Wandekeybus, William Forsythe ou o Sr. António a bailar o Galandum. A mistura de instrumentos estranhos e programações de Vasco Casais com a visão irreverente de Tiago Pereira misturam música "trad" e vídeo em tempo real, sintetizadores e matanças do porco, chouriças e Nyckelarpas com distorção, pessoas das aldeias que dançam e cantam ladaínhas actuais porque são e sempre foram de hoje. Contra a globalização anglo-saxónica, cantar, dançar - e criar - é o que parece dizer este projecto, que atira convenções bafientas às urtigas. A não perder.

Vasco Ribeiro Casais: Programações, Nyckelharpa, Bouzouki, Gaitas-de-fole; Tiago Pereira: VJ; Joana Negrão: Monitora de Dança; Gaita-de-Foles, Pandeireta, Adufe

Espectáculos e Bailes

22 Janeiro, 22.30h: Galeria do Desassossego, Beja

23 Janeiro, 22.30h: Espaço Celeiros, Évora

28 Janeiro, 22.30h: Contagiarte, Porto

29 Janeiro, 22h: ACERT, Tondela

12 Fevereiro, 21.30h: Cine Teatro Aveirense, Aveiro

13 Fevereiro, 22h: Os Artistas, Faro

14 Fevereiro, 22h: Festival Enctrudanças, Castro Verde

26 Fevereiro, 22h: Maxime, Lisboa»

Podem ouvir-se alguns dos temas do álbum aqui.