20 junho, 2010

Colectânea de Textos no jornal «i» (V)


Os poetas que vão ao rock
por António Pires, Publicado em 06 de Agosto de 2009

O rock e a poesia sempre andaram de mãos dadas. E, em muitos casos, com resultados que fazem do rock a melhor plataforma "editorial" para os poemas dos seus autores, sejam eles também os seus cantores/intérpretes ou não. Mais especificamente, há poetas para quem a música foi o veículo encontrado para assim darem a conhecer o seu trabalho a muito mais gente do que aquela que habitualmente lê poesia: Leonard Cohen, Laurie Anderson, Gil Scott-Heron ou Ursula Rucker (para além de um número infindável de MC do hip-hop) são apenas alguns exemplos.

Em Portugal, nos últimos meses, três poetas "de raiz" - ou, se se preferir, três escritores que também são poetas - editaram temas em que se revelam como declamadores ou cantores. Tiago Gomes - já há muito ligado ao circuito musical, quer como letrista (A Naifa/Linha da Frente), quer como performer/diseur (Os Inspectores), lançou com Tó Trips (Dead Combo) um álbum dedicado a Jack Kerouac, "Vi-os Desaparecer na Noite", com textos de "On the Road" adaptados ou "improvisados" por Tiago Gomes. Jacinto Lucas Pires editou o EP de estreia d'Os Quais (na foto), "Meio Disco", onde também canta, e muito bem!... E valter hugo mãe surpreende igualmente com a sua voz - muito semelhante à de Antony Hegarty - no tema "Meio Bicho e Fogo" da banda Governo, em que é acompanhado por músicos dos Mão Morta. É tão bom ouvi-los quanto lê-los, ou um bocadinho ainda melhor.




Nova música tradicional portuguesa
por António Pires, Publicado em 13 de Agosto de 2009

Desde há alguns meses, nesta coluna, têm sido referidos vários nomes de artistas e grupos portugueses que cruzam, sem complexos, o fado com outras linguagens musicais (de Mísia aos Deolinda e OqueStrada) ou a chamada música ligeira portuguesa dos anos 60 e 70 com a modernidade (Real Combo Lisbonense, Rui Reininho, David Fonseca). Hoje chegou a vez de uma outra tendência actual, e mais que saudável, de mistura de uma música enraizadamente portuguesa - do interior, das aldeias, de um canto antigo, e agora de novo tão actual - com o rock e seus derivados.

Filhos de José Afonso, das recolhas de Michel Giacometti e de outros, da Brigada Victor Jara e dos Gaiteiros de Lisboa, de Júlio Pereira e de Rui Júnior, do festival Andanças e do Intercéltico do Porto, grupos como os Dazkarieh, Assobio, Uxu Kalhus, Fadomorse (na foto), Toques do Caramulo, Pé na Terra, Marenostrum, Mandrágora ou Diabo a Sete (entre muitos outros) mantêm viva, porque renovada, a memória da música tradicional portuguesa. Há quem electrifique os instrumentos e da tradição faça uma bela distorção (Dazkarieh); há quem inclua mil músicas - do hip-hop ao funk e a Frank Zappa - nesta nova música portuguesa (Fadomorse ou Uxu Kalhus); há quem recupere o rock progressivo para revificar a nossa e outras músicas (Mandrágora).

E há cada vez mais gente do rock, do rock mesmo, a seguir as mesmas ou semelhantes pisadas: B Fachada, Diabo na Cruz, Virgem Suta ou Ludo. Mas estes ficam para a próxima semana.


Nova música tradicional portuguesa (II)
por António Pires, Publicado em 20 de Agosto de 2009

Se a semana passada se falou de grupos que partem da música tradicional portuguesa para chegar ao rock, aqui fala-se de outros grupos e artistas, que partem do rock para chegar à música tradicional, uma linhagem que teve em nomes do passado como o Conjunto Mistério (nos anos 60), a Banda do Casaco (nos 70), António Variações (nos 80) e os Sitiados (anos 90), exemplos maiores de gente que tinha um pé na modernidade e outro na memória da música portuguesa rural.

Actualmente, uma nova fornada de nomes vem juntar-se a este clube: os algarvios Ludo, que fazem uma excelente e actualíssima pop, mas deixam bem expressa a sua portugalidade no início do EP "Nascituro", com uns bombos que partem de Lavacolhos para o espaço. Os Virgem Suta, que na canção "Vovó Joaquina" mergulham na tradição via António Variações (e... Ornatos Violeta). João Coração, que finaliza o seu magnífico álbum "Muda Que Muda" (em que passa pelos Talking Heads, Jorge Palma, a country-americana...) com "Abre a Janela", uma canção em que se ouve música tradicional portuguesa revista por Fausto e Júlio Pereira. B Fachada, com a sua releitura brilhante do centenário - e sangrento, como muitos outros poemas do romanceiro nacional - romance "D. Filomena". E, acima de todos, os Diabo na Cruz (na foto), um supergrupo nacional que junta Jorge Cruz, B Fachada e Bernardo Barata, entre outros, na união definitiva e quase perfeita do melhor rock com a tradição portuguesa que se pode ouvir. Bastam os quatro temas do "Dona Ligeirinha EP" para nos rendermos a essa evidência.

16 junho, 2010

FMM de Sines - O Programa Completo!


Aqui vai!

"FMM SINES 2010

Entre 28 e 31 de Julho, a grande música do mundo volta a Sines,
capital nacional da “world music”

Considerado “o mais arriscado festival nacional” na sua programação
(Público, 2009), o FMM Sines – Festival Músicas do Mundo prepara-se
para voltar a surpreender os espectadores com os 26 espectáculos da
12.ª edição, marcada para quatro intensos dias de música - 28, 29, 30
e 31 de Julho de 2010 - nos palcos do Castelo medieval e da Praia
Vasco da Gama, em pleno coração do centro histórico de Sines.

Os congoleses Staff Benda Bilili, o mais premiado grupo do ano, a
lenda do reggae U-Roy, The Mekons, banda britânica que partiu do
pós-punk para a fundação do movimento alt-country, e Tinariwen (na foto),
expoente contemporâneo dos blues do deserto, são alguns destaques da
programação.

Menção especial ainda às norte-americanas Las Rubias del Norte e aos
timorenses Galaxy, que fazem em Sines a sua estreia europeia, e aos
vários projectos que pisam no FMM pela primeira vez palcos nacionais,
conjunto em que se incluem o fenómeno brasileiro Forro in the Dark,
uma das maiores “cantaoras” do flamenco, Lole Montoya, os peruanos
Novalima, o “joiker” finlandês Wimme e a mais subversiva orquestra
latina da actualidade, Grupo Fantasma.

ALINHAMENTO COMPLETO DE CONCERTOS

28 de Julho (quarta-feira)

Em 2010, cabe a Vitorino, um dos maiores criadores e intérpretes da
música portuguesa, iniciar o alinhamento de concertos com um
espectáculo na quarta-feira, dia 28 de Julho, às 18h00, no Castelo.
Nesta presença no FMM, Vitorino faz a estreia nacional do seu novo
projecto, dedicado ao cante alentejano, na companhia de um grupo coral
do Redondo. É também a estreia dos concertos vespertinos no Castelo,
que ao longo do FMM 2010 permitirão ao público desfrutar de uma das
horas em que este palco tem maior beleza cénica, o cair da tarde, em
espectáculos de entrada livre.

A Vitorino segue-se a banda luso-moçambicana Cacique ’97, que actua às
19h30, no palco da Av. Vasco da Gama, marginal da praia do mesmo nome.
Uma das grandes revelações recentes da música feita em Portugal,
Cacique’97 celebra a mestiçagem lisboeta através do cruzamento do
afrobeat de Fela Kuti com várias tradições lusófonas.

Às 21h30, o palco do Castelo recebe o projecto Nat King Cole en
Espagnol. Dirigido pelo saxofonista e director David Murray, figura
central do jazz contemporâneo, celebra a veia latina da obra de Nat
King Cole com a participação de um grupo de elite de músicos cubanos e
da Sinfonieta de Sines, uma orquestra de cordas formada no seio da
Escola das Artes de Sines. Trata-se de um concerto integrado no
Programa de Regeneração Urbana de Sines.

Às 23h00, é a vez das nova-iorquinas Las Rubias del Norte, que fazem
em Sines a sua estreia em palcos europeus. Com “Ziguala”, o disco que
lançaram em Março, na bagagem, mostram a sua visão de como seria hoje
a expressão global da música se a revolução do rock n’ roll não
tivesse derrubado o poder latino de meados do séc. XX.

Na melhor tradição da MPB, em diálogos com o reggae e a música
electrónica, Céu é uma estrela da nova música brasileira, aclamada
pela crítica e responsável pela melhor posição de um artista
brasileiro na tabela principal da Billboard desde Astrud Gilberto, nos
anos 60. Às 00h30, mostra no palco do Castelo o seu novo disco,
“Vagarosa”.

O primeiro dia de música termina na praia, no palco da Av. Vasco da
Gama, às 02h30, com Novalima, projecto peruano que junta um grupo de
músicos da nova geração aos melhores músicos tradicionais da
comunidade negra para trazer para as pistas música de dança assente na
rica herança afro-peruana. É uma estreia em Portugal.

29 de Julho (quinta)

Na quinta-feira, 29 de Julho, o concerto vespertino do Castelo
(18h00), traz-nos tango. O quinteto argentino 34 Puñaladas regressa a
Sines para apresentar “Bombay Bs.As.” (2009), um dos discos do género
mais aclamados dos últimos anos.

A seguir, com o sol ainda a pôr-se no horizonte, o público desce à
praia para ouvir o finlandês Wimme. Revelação dos “charts” europeus de
música do mundo em 2010, com o disco “Mun”, o “joiker” Wimme Saari e o
seu grupo transportam para o palco da Av. Vasco da Gama o poder
xamânico do canto do povo Sami, num concerto marcado para as 19h30.
Estreia nacional.

A segunda noite de música no Castelo arranca às 21h30 com uma grande
diva das músicas do mundo. Considerada “uma das melhores cantoras do
Médio Oriente” (The Guardian), a israelita Yasmin Levy promove o
encontro entre a música de tradição judaico-espanhola e o flamenco. O
repertório do seu último disco, “Sentir” (2009), estará em evidência.

Às 23h00, é a vez de uma aposta do FMM 2010, o projecto de fusão
N’Diale, onde o quarteto do violinista Jacky Molard, um dos maiores
músicos bretões, se junta ao trio da cantora maliana Founé Diarra num
espectáculo acústico de excelência. O disco de estreia, que tem o nome
do projecto, foi lançado em Março, e será a base do espectáculo. Mais
uma estreia em Portugal.

Às 00h30, sobe ao palco uma banda que marca a música popular dos
últimos 35 anos. Grupo de vanguarda do pós-punk e, numa segunda vida,
fundadores do movimento alt-country, os britânicos The Mekons são
conhecidos pelas suas grandes apresentações ao vivo e este concerto já
deverá trazer canções do seu 27.º disco, a lançar nos próximos meses.

Como de costume, a música acaba na praia, às 02h30. Do Texas para o
mundo, Grupo Fantasma, a mais subversiva orquestra latina da
actualidade, “versão séc. XXI do groove latino” (Boston Globe), faz a
festa com a sua mistura explosiva de “latinidad”, jazz, funk e rock
psicadélico, bem patente no seu quinto disco “El Existencial”, que
editaram em Maio. É a primeira vez que actuam em Portugal.

30 de Julho (sexta)

Sexta-feira, dia 30, a música começa com Kimi Djabaté, às 18h00, no
Castelo. Um dos artistas emergentes do circuito das músicas do mundo,
o cantor e guitarrista guineense sobe ao palco com o disco “Karam” na
mão para demonstrar por que está a conseguir colocar a Guiné-Bissau na
1.ª divisão do panorama competitivo da música de tradição mandinga.

Responsável por “Music Maelström”, um dos discos surpresa de 2010, a
jovem artista francesa Dorothée (que tem no anagrama The Rodeo o seu
nome artístico) apresenta, às 19h30, no palco da praia, uma
reinterpretação muito pessoal da grande tradição musical
norte-americana.

Às 21h30, no Castelo, o guitarrista nova-iorquino Dan Kaufman e a sua
banda Barbez, formada em 1997 por músicos com um percurso no jazz, no
rock e na música clássica, oferecem um espectáculo com música de
ambientes nocturnos que busca inspiração em referências tão diferentes
quanto Kurt Weill, Black Sabbath e Godspeed You! Black Emperor.

Considerada a melhor artista asiática nos prémios da BBC Radio 3 em
2008, Sa Dingding é uma das vozes mais importantes da música chinesa
contemporânea com raízes na tradição. O álbum que a traz ao FMM,
“Harmony” (2009), centra-se na relação entre os homens e a natureza e
junta as raízes chinesas com a música electrónica. A descobrir a
partir das 23h00.

Os tuaregues malianos Tinariwen hipnotizam o Castelo às 00h30.
Superando Bob Dylan, Animal Collective e Grizzly Bear, entre outros,
para conquistar o prémio da revista Uncut para melhor disco de 2009,
“Imidiwan”, a mais genial banda do deserto do Sahara faz a síntese
entre as músicas da África Ocidental e do Magrebe, o rock e os blues.

A noite continua às 02h30, na praia, com mais uma estreia nacional.
Formado por quatro músicos brasileiros a viver em Nova Iorque, o grupo
Forro in the Dark abriu os horizontes do forró nordestino, cruzando-o
com o dub, o indie rock, o funk e outras músicas para produzir um som
que já é um fenómeno global. O disco “Light a Candle” (2009) é o prato
forte.

Às 04h00, o palco da praia encerra com o trio de DJ’s português
Bailarico Sofisticado, conhecido pelos seus “sets” eclécticos, onde as
músicas do mundo dialogam sem complexos com outras vertentes da música
popular, numa presença que é já habitual nas noites de dança do FMM e
que este ano traz como convidada a Dj Selecta Alice.

31 de Julho (sábado)

O último dia do FMM 2010 começa no Castelo, às 18h00, com Guadi
Galego. Autora de “Benzón”, vencedor do prémio de disco folk do ano
nos prémios Opinión da Música, em 2009, a antiga cantora dos
Berrogüetto, grupo de referência da folk europeia, é a grande voz
galega da nova geração.

Na praia, o concerto das 19h30 é especial. Mistura de ritmos
tradicionais do povo Fataluku, clássicos da resistência, reggae, rap,
funk e rock, Galaxy é o grupo mais importante da música moderna
timorense e faz a sua estreia portuguesa e europeia em Sines, com o
alto patrocínio da Presidência e do governo de Timor-Leste.

Uma das maiores “cantaoras” da história do flamenco, par de Manuel
Molina no duo mítico Lole y Manuel e no arranque do movimento Novo
Flamenco, Lole Montoya apresenta no FMM o seu projecto a solo, no
Castelo, a partir das 21h30. “Metáfora”, o seu disco mais recente,
nomeado para um Grammy latino, é a base do alinhamento. Estreia em
Portugal.

Às 23h00, o maliano Cheick Tidiane Seck, o maior teclista da música
africana, além de um excelente cantor e guitarrista, junta-se a Mamani
Keita, uma das melhores vozes do seu país, numa fusão entre as raízes
mandingas e a música afro-americana, do jazz à música soul e ao
hip-hop. O disco “Sabaly” (2008) é o ponto de partida do espectáculo.

Às 00h30, o Castelo recebe, mais do que um concerto, um acontecimento.
Formado por músicos de rua paraplégicos, o grupo congolês Staff Benda
Bilili, Prémio Womex 2009, é uma das grandes revelações da música
africana da última década. Considerado o grupo do ano pela revista
Songlines, apresentam em Sines as canções de “Très Très Fort”, o
melhor disco editado em 2009 na opinião das publicações de referência
fRoots e Mojo. Estreia nacional.

A apoteose de Staff Benda Bilili prolonga-se no palco da praia. Depois
de ter acolhido nomes como Black Uhuru feat. Sly & Robbie, The
Skatalites e Lee ‘Scratch’ Perry, o FMM prossegue a sua história
ilustrada do reggae, às 02h30, com U-Roy, o expoente máximo do
“toasting”, o estilo artístico de DJing que o colocou entre os grandes
da música da Jamaica.

Ainda na praia, às 4h00, o projecto luso-angolano Batida, nascido no
seio do colectivo Radiofazuma, leva a dança até ao sol nascer. O
milagre mais recente da produção afro-lusitana, Batida traz para o
século XXI a melhor música angolana dos anos 60 e 70 e proporciona o
encerramento perfeito para o 12.º Festival Músicas do Mundo.

Os bilhetes para as noites de música no Castelo (a partir das 21h30)
custam 12,5 euros por dia, com opção de aquisição de passe de 40 euros
para os quatro dias. Todos os concertos na Av. Vasco da Gama são de
entrada livre, o mesmo acontecendo com os três concertos das 18h00 no
Castelo."

15 junho, 2010

Andanças 2010 - O site já está a "andar"


A edição deste ano do festival Andanças já tem (quase) toda a informação necessária no seu site oficial: www.andancas.net/

Mais informação:

"ANDANÇAS 2010: SITE DISPONÍVEL
A PédeXumbo já colocou on-line o site oficial
do Festival Andanças, com quase todas as informações



Um Site Novo para uma Nova Edição
O festival Andanças já tem o seu site oficial na internet: www.andancas.net
Nele podem encontrar-se informações sobre o programa, transportes,
preços, bilhetes, objectivos e conceito do festival: desde os
autocarros disponíveis, à filosofia sustentável e ecológica,
actividades para vários públicos, concertos, bailes, oficinas, bandas
convidadas e muito mais.

Venda de Bilhetes com Desconto
Como novidade neste ano, a partir do dia 17 de Junho já poderão ser
comprados on-line os bilhetes do festival, em venda antecipada, que dá
direito a 20% de desconto.

BUS Andanças
Este ano criámos um serviço de transportes em Bus de 50 lugares, de e
para o Andanças, a partir de Lisboa e a partir do Porto, para
Carvalhais. É uma boa maneira de fazer amigos, reduzir a pegada de
carbono e limitar o número de carros que entram no recinto todos os
anos.

Sempre a Crescer...com atenção e cuidado.
Organizado desde 1996 pela PédeXumbo, este festival contou com 25.000
participantes na edição de 2009 e espera vir a a receber muitos mais
em 2010, de 2 a 8 de Agosto – num espaço sempre marcado pela
sustentabilidade, preocupações ecológicas e impacto mínimo na paisagem
e na terra que o acolhe durante uma semana.

Organização: Associação Pédexumbo.
Parceiros: Câmara Municipal de São Pedro do Sul, Junta de Freguesia de
Carvalhais e Centro de Promoção Social de Carvalhais.

A PédeXumbo é uma estrutura apoiada pelo Ministério da Cultura /
Direcção Geral das Artes."

Na foto: Magic Folk Pills

09 junho, 2010

Terrakota Festejam Dez Anos no S. Jorge


E as razões para os Parabéns estão aqui:


"A grande festa da multiculturalidade ...


TERRAKOTA CELEBRAM 10 ANOS COM CONCERTO E DOCUMENTÁRIO

9 Junho :: Cinema São Jorge (Lisboa) :: 22h00 :: bilhetes 12€


2010 é um ano muito especial para os Terrakota. Pioneiros da multiculturalidade em Portugal, o grupo celebra 10 ANOS repletos de inúmeros encontros com outras culturas, cores e aromas.

Outro momento alto reservado para este ano é a edição do tão aguardado 4º álbum de originais, cujo ponto de partida é uma viagem à Índia, onde os TERRAKOTA foram convidados a tocar, em Agosto de 2009, nos Himalayas, a 3.500 metros de altitude.

Estes 10 anos vão ser celebrados com um concerto especial no dia 9 de Junho no Cinema S. Jorge em Lisboa. Aqui irão cruzar-se o passado e o futuro da banda: serão revisitados alguns dos melhores momentos da sua carreira e será aberta a janela sobre o seu próximo trabalho discográfico.
Eis o plano das festas:
SALA 3

22h00 - projecção do documentário "Terrakota no Topo do Mundo - Diário da Viagem aos Himalaias", realizado por Pedro Coquenão.

SALA 1

23h00 - espectáculo de celebração dos 10 anos, com a participação de convidados como Francisco Rebelo, João Gomes e Nuno Reis (Cool Hipnoise), Trinta e Kiko (Kumpania Algazarra), entre outras surpresas.
Neste momento, os Terrakota encontram-se na fase final de misturas do seu 4º álbum, cozinhando novos pratos e usando cada vez mais especiarias na procura de um som próprio, orgânico e sem fronteiras. Este próximo disco propõe uma viagem que parte do Oriente e segue para Ocidente, através do deserto, rumo ao Senegal. Pelo caminho, cruza-se com muitas etnias africanas no seu percurso de "djagandjay" até Angola, onde apanha um navio negreiro até ao Caribe com escala no Brasil.


Uma viagem com mensagem afirmada de multiculturalidade, consciência,amor e liberdade!

O novo álbum conta com uma série de convidados ligados a diferentes universos musicais, caminhando para uma abordagem mais adulta da música de raiz, oriunda de lugares como a Índia, Angola, Senegal ou o Sahara. A sua edição a nivel mundial acontecerá no princípio do Outono. "WORLD MASSALA" É O novo single e videoclip.

Os Terrakota encontram-se na fase final de misturas do seu 4º álbum, cozinhando novos pratos e usando cada vez mais especiarias na procura de um som próprio, orgânico e sem fronteiras. O novo álbum conta com uma série de convidados ligados a diferentes universos musicais, caminhando para uma abordagem mais adulta da música de raiz, oriunda de lugares como a Índia, Angola, Senegal ou o Sahara. A sua edição a nivel mundial acontecerá no princípio do Outono.

O primeiro single "World Massala" e respectivo videoclip já rodam nas radios e tv’s nacionais. O tema é um delicioso groove punjabi reggae construído em cima duma ragga clássica indiana (rag Malkauns do mestre Gurugi Jamini Das). No videoclip, seguimos a banda movendo-se de rickshaw (mototaxi) nas multi-povoadas ruas de Nova Delhi. Prova de que o Mundo é uma grande Massala!!!

O tema é um apelo à aceitação da multiculturalidade em toda a sua plenitude. A diversidade cultural é um facto, evidente em cada continente, cada pais, cada cidade, cada povo... cada pessoa.

Para o cantor Júnior, "a multiculturalidade é um pilar do desenvolvimento social da humanidade. Neste tema o reggae faz uma ponte entre a India clássica do cantor carnático Mahesh Vinayakram e a India folklorica dos Rajasthan Roots.”

A cantora angolana Romi Anauel aponta para uma sociedade mais sensivel e feminina defendendo "o regresso a valores intemporais de ligação entre as pessoas e a natureza seguindo o rio das leis naturais da vida. A felicidade não vem de fora mas de dentro de cada um ".


Recordamos que em 2007, com a edição do seu completamente auto-produzido terceiro album "Oba Train", os Terrakota passaram a marcar uma posição de destaque dentro da world music a nível mundial. O album foi unanimemente elogiado e considerado o melhor do grupo, tendo levado o colectivo numa preenchida "Oba Train tour" por mais de 2 anos, que passou pelos maiores festivais europeus: Etnosur, La Mercé e Mercat de Vic (Espanha), Couleur Café, Polé Polé e Esperanzah (Bélgica), Amsterdam Roots (Holanda), Exit Festival (Sérvia), Rototo Sunsplash (Itália), Babel Med (França) entre outros.



Terrakota

ROMI: voz

JUNIOR: voz, guitarra

ALEX: guitarra

DAVIDE RODRIGUES: bateria, backing vocals

NATANIEL MELO: percussão

FRANCESCO VALENTE: baixo

MARC PLANELLS: sitar, backing vocals


FEATURING

Mahesh Vinayakram: canto carnático

Vasundhara Das: canto carnático

Kulta Khan (Rajasthan Roots): morchang, khurtal and bhapang

Roshan (Rajasthan Roots): dholak

Kusumakar Pandya (Rajasthan Roots): bansuri


DiscograFIA

World Massala (outubro 2010), Oba Train (2007), Humus Sapiens (2004), Terrakota (2002)"

07 junho, 2010

Colectânea de Textos no jornal «i» (IV)


O povo que canta e dança no rio
por António Pires, Publicado em 16 de Julho de 2009

Quase a completar quinze anos de existência, a d'Orfeu - associação que pôs Águeda no mapa dos grandes festivais de música (e não só, estendendo as suas iniciativas a outras artes como a dança, o teatro, a mímica, o vídeo, etc...) em Portugal, além de funcionar também como escola e instituição agregadora de muitos músicos locais e exteriores (portugueses e estrangeiros) - voltou a ser a responsável por um espectáculo de características únicas no país: a reunião de centenas de músicos (este ano eram quase quatrocentos) e cantores da cidade e dos seus arredores, no Povo que Lavas no Rio Águeda (na foto, de Marilyn Marques), desta vez assim chamado porque teve como mote a canção "Povo que Lavas no Rio" (popularizada por Amália Rodrigues), do poeta Pedro Homem de Mello. Terra de poetas - Homem de Mello e também Manuel Alegre -, Águeda é também um local em que parecem existir mais músicos por metro quadrado do que em qualquer sítio do país. E a presença de grupos de rock e de blues, de hip-hop experimental e de percussões selvagens numa ceifeira "fluvial" ao lado de ranchos folclóricos, vários coros e dançarinas, barqueiros e manipuladores de vídeo - todos interagindo muitas vezes uns com os outros - num local mágico e encantado (o próprio leito do rio e as suas margens) e usando sempre reportório musical local contribuíram para que as duas apresentações, sexta e sábado passados, sejam inesquecíveis. Era tão bom que Portugal fosse todo assim!




Mas porque é que eles voltam?
por António Pires, Publicado em 23 de Julho de 2009

Numa altura em que a música portuguesa fervilha de criatividade e de novas propostas que nos fazem voltar a ter orgulho em muitos dos artistas e bandas que estão agora a emergir - novos nomes do fado (Carminho) e dos seus desvios (OqueStrada, Deolinda...), o eixo Flor Caveira/Amor Fúria (B Fachada, João Coração, Tiago Guillul, Os Golpes, Os Quais...), a pop visceralmente portuguesa do Real Combo Lisbonense, Virgem Suta e Os Tornados ou a ponte entre Lisboa e as cidades africanas em que ainda se fala português feita pelos Buraka Som Sistema, Makongo ou Batida, só para dar alguns exemplos -, é duvidosa a utilidade do regresso ao nosso universo musical de nomes como os Trabalhadores do Comércio (na foto), os Táxi ou os Ban, os dois primeiros com álbuns novos editados nos últimos meses, a banda de João Loureiro com álbum anunciado para breve. Não está em causa a legitimidade, ou até as boas razões, deste retorno às lides destes grupos (por coincidência, todos do Porto; mas até poderiam ser os Salada de Frutas, os Iodo ou os NZZN, de Lisboa e arredores, que o raciocínio seria o mesmo). Acredito até que nenhum deles - com carreiras profissionais de sucesso noutras áreas - precisa da música para fazer dinheiro e foi mesmo por amor que voltaram às canções, aos palcos, aos fãs que ainda lhes restam e à adrenalina dos bastidores. Mas a grande questão é: será que a música portuguesa precisa mesmo deles em 2009?




A canção ligeira portuguesa está a ser reabilitada
por António Pires, Publicado em 30 de Julho de 2009

Houve gente a abrir o caminho: os Delfins, com a sua versão de "O Vento Mudou" (com que Eduardo Nascimento venceu o Festival RTP da Canção em 1967), e os Xutos & Pontapés com "A Minha Casinha" (sucesso de Milú no filme "O Costa do Castelo"). Mas agora há muito mais gente a fazê-lo. O novo single de David Fonseca, "A Cry 4 Love", é, para além de uma belíssima canção (na linha de muitos outros temas compostos por ele, tanto nos Silence 4 como a solo), uma homenagem subtil a uma outra canção, "Pensando em Ti", dos Gemini, por sua vez inspirada num tema de Ástor Piazzolla. Tanto a entrada da secção de cordas como a linha melódica do refrão são devedoras directas desse tema gravado por Tózé Brito, Mike Sergeant, Teresa Miguel e Isabel Ferrão em 1976. Recentemente, também Rui Reininho (com "Bem Bom", das Doce, e igualmente com o dedo de Tózé Brito na composição), o Real Combo Lisbonense (na foto) - com standards esquecidos (passe o paradoxo!) da música ligeira e do ié-ié dos anos 60 como "A Borracha do Rocha", "Sensatez" ou "O Fado É Bom Para Xuxú!", entre outros - ou a fadista Kátia Guerreiro (com "Menina do Alto da Serra", popularizado por Tonicha) editaram versões de temas da chamada "música ligeira portuguesa", tantas vezes mal-amada e mal vista e, por isso.. temos de reconhecer que algo de importante está a acontecer: uma cada vez maior abertura e liberdade e um saudável reavivar da memória de muita - e não só de alguma - da nossa música.

06 junho, 2010

Ollin Kan - As Culturas da Resistência em Vila do Conde


A edição portuguesa deste ano do festival Ollin Kan está quase a começar. Aqui ficam o comunicado oficial e o programa completo:


«OLLIN KAN, o lugar do movimento, volta novamente a Portugal, à cidade de Vila do Conde, nos dia 10, 11 e 12 de Junho de 2010.

O Festival Internacional das Culturas em Resistência Ollin Kan é uma aproximação a um outro olhar, aquele que resistiu e defendeu as suas heranças e alternativas culturais, sendo um dos festivais mais importantes do mundo.

O Festival Ollin Kan é assim um encontro vigoroso entre os povos que nos brindam com músicas e danças provenientes de todos os continentes.

Sonoridades provenientes do mundo/espaço árabe, flamenco, do fado, da música celta, do reggae, da rumba, da salsa, dos sons jarochos, do Caribe, da música mandinga, do samba, da bossa nova, do tango, da música dos Balcãs e todas as expressões de raiz na sua forma mais pura e nas suas múltiplas fusões com o mundo moderno.

Organizado pela Câmara Municipal de Vila do Conde e pela produtora independente Bartilotti Produções, o Festival Ollin Kan, abre a sua primeira sede alternativa em território europeu.

Com o apoio da produtora independente Bartilotti Produções, o Festival Ollin Kan, abre a sua primeira sede alternativa em território europeu.

Foi o início da internacionalização de um festival que se tornou itinerante, levando consigo a mensagem do mundo alternativo a diversas cidades e países do Planeta; Mali, Colômbia, Portugal e México.

O Festival Ollin Kan Portugal terá lugar em Vila do Conde de 10 de Junho a 12 de Junho de 2009.

Os concertos realizam-se no Centro Histórico, no Cais da Alfândega, junto à Nau Quinhentista, com 2 palcos que funcionarão alternadamente das 22h00 às 02h00.

EM TODOS OS LOCAIS OS CONCERTOS TÊM ENTRADA LIVRE.

10.Junho.2010 _ das 22.00h às 2.00h

Toques Do Caramulo (Portugal)
Pibo Marquez (Venezuela)
Rare Folk (Andaluzia)
Che Sudaka (Colômbia / Argentina)



11.Junho.2010 _ das 22.00h às 2.00h

Angela Maria (Peru)
Cacique 97 (Portugal / Moçambique)
Malick Pathé Sow (Senegal)
Moya Kalongo (Moçambique)




12.Junho.2009 _ das 22.00h às 2.00h

Elisabeth Vatn (Noruega; na foto)
Seistanto Mundo (Portugal / México)
Bilan (Cabo Verde)
Marenostrum (Portugal)
Batucada Sound Machine (Nova Zelândia)»

02 junho, 2010

Festa do Fado (em diálogo com outras músicas)


É em Lisboa, durante todo o mês de Junho. O programa oficial completo:

«CASTELO S. JORGE – PRAÇA DE ARMAS

04 JUNHO | Sexta-feira | 22H00 |

CRISTINA BRANCO convida JOÃO PAULO ESTEVES DA SILVA e CARLOS BICA


O Fado, João Paulo Esteves da Silva e Carlos Bica

Não seria mais a propósito e tenho a certeza que, mais cedo ou mais tarde, o Fado havia de nos juntar!

Afinal, no passado (sempre presente) já trabalhámos juntos: O Bica mais recentemente compôs o “Longe do Sul” e o João tocou no meu segundo disco “Post-scriptum”, como que antevendo a entrada, anos mais tarde, do piano na minha música!

Juntos, assim, é que nunca tinha acontecido. O “mentor” desta graça foi o Robert Shumman. Logo, convidá-los para este momento da Festa do Fado foi um passo natural, um entendimento que vibra muito alto na senda da minha música. Se eles compõem há tanto e comungam do mesmo respeito que eu tenho pela música tradicional - e que aprendi com o Ricardo (Dias) -, porque não aproximar tudo isto de uma forma consciente e sensata e simplesmente participar nesta grande Festa da Música, do senhor Fado, e deixar a imaginação apreender e crescer, porque isso nos deixa felizes? E felizardos somos todos por poder escutá-los.

Cristina Branco



05 JUNHO | Sábado | 22H00 |

A NAIFA convida CELESTE RODRIGUES


Depois de um ano de luto, A Naifa (na foto) volta à luta. A vontade de continuar a fazer esta música sobrepôs-se à dor da perda e uma nova Naifa nasceu no espectáculo de homenagem a João Aguardela, em Novembro último no CCB. Luís Varatojo e Maria Antónia Mendes têm agora a companhia de Sandra Baptista no baixo e Samuel Palitos na bateria, para lançar de novo à terra a semente que já deu frutos.

O reencontro com o público acontecerá já em Maio com a edição de um livro/dvd biográfico dos primeiros quatro anos de carreira e uma digressão nacional, que passará por dez cidades e chegará a Lisboa, a 5 de Junho, para um concerto na Festa do Fado no Castelo de São Jorge.

O livro retrata o universo d’A Naifa, visto de dentro e de fora - os poemas que deram origem às canções dos três discos e as obras gráficas que fizeram as capas; fotografias de mais de uma centena de espectáculos e os testemunhos do público que, em muitos casos, criou com a banda laços afectivos que se prolongaram muito para além do momento dos concertos.

O dvd contém um concerto, gravado na digressão 2008, e um documentário produzido em 2006.

A Naifa «a rasgar a vida»


Especialmente para a noite de 05 de Junho, na Praça de Armas do Castelo de São Jorge, A Naifa convida uma das mais importantes referências de sempre do fado, Celeste Rodrigues, no ano em que a fadista comemora 65 anos de carreira, dedicados a espalhar a sua arte pelos quatro cantos do mundo e a fazer da sua voz e da sua alma. É uma referência intemporal para uma série de gerações na História do fado.




11 JUNHO | Sexta-feira | 22H00 |

PEDRO MOUTINHO & TIAGO BETTENCOURT


Pedro Moutinho é um dos intérpretes mais representativos da nova geração do fado.

Na sua discografia conta com três discos gravados em nome próprio: "Primeiro Fado" (Som Livre - 2003), Prémio Revelação da Casa da Imprensa, “Encontro” (Iplay - 2006), Prémio Amália Rodrigues para o melhor disco do ano, e “Um Copo de Sol” (Iplay 2009) aclamado pela critica como um dos melhores discos dos últimos 10 anos. Com 34 anos de idade, participou já em vários festivais e tournées pelo mundo fora em representação da música portuguesa, destacando-se nos últimos anos a sua participação no Filme “Fados” de Carlos Saura.


Tiago Bettencourt editou 2 discos com os Toranja e um com os Mantha; já recebeu Globos de Ouro e foi nomeado para os prémios MTV. Descobrimos que o Tiago Bettencourt descobriu que os Mantha seriam um excelente meio para ir mais além nas suas composições.
Ou seja, o Tiago Bettencourt quis saber o que poderia acontecer depois dos Toranja e com os Mantha obteve a resposta. “O Jardim” foi editado em Outubro de 2007 e é simultaneamente um álbum de ressaca e descoberta. De ressaca, porque o sucesso dos Toranja ainda estava muito presente e a pressão natural de querer fugir às fórmulas era maior, existindo a tentação de criar um distanciamento quase obrigatório. De descoberta, porque os Toranja haviam ficado para trás e tocar com os Mantha obrigava a um novo começo. O resultado já todos sabemos (ou pelo menos os que quiseram ouvir o disco): um punhado de canções maduras e a revelação de um Talento seguro, que soube contornar a ressaca e conviver com a descoberta.



Dois géneros completamente diferentes, mas que se juntam pela cumplicidade das palavras cantadas, pela força que estas mesmas imprimem na forma de estar na arte e na vida. Juntos estarão num palco onde a música não conhece fronteiras, onde a expressão que ambos têm se une numa mensagem com vista sobre a alma da música portuguesa: seja ela Fado ou Pop, antiga ou nova, é acima de tudo intemporal.



18 JUNHO | Sexta-feira | 22H00 |

PAULO DE CARVALHO convida ANA SOFIA VARELA


É um dos mais importantes cantores/intérpretes de todos os tempos, aquele a quem muitos apelidam de “A Voz” e um dos mais conceituados compositores da história da música portuguesa.


Não existe nenhum português que não conheça Paulo de Carvalho. Isto porque para além de tudo, a cantar e a compor, atravessou todas as fronteiras, sejam elas geográficas ou temporais nos últimos 48 anos.


Na sua carreira contam-se grandes êxitos como “Flor Sem Tempo”, “Nini dos Meus Quinze Anos”, “E Depois do Adeus” (que marcou um dos momentos mais importantes da nossa história, nos anos 70), mais tarde “Lisboa Menina e Moça” e “Fado do Cacilheiro” foram as suas primeiras abordagens à canção de Lisboa. Já no final dos anos 80, surge com alguns dos seus temas mais emblemáticos, como “Meninos do Huambo” e, mais tarde, “Mãe Negra”, onde revela a versatilidade da sua voz. Ao longo de 48 anos de carreira a sua viagem musical leva-o através de variados estilos musicais, desde a música ligeira, ao fado, à world music ou ao jazz.


Consigo traz uma convidada: “Ana Sofia Varela”. Uma das mais emblemáticas fadistas da geração que surgiu nos últimos 20 anos. Representou Portugal na "Womex" (The World Music Expo) realizando um concerto que encantou a comunidade internacional da "World Music", e que tem resultado em vários convites para actuações no estrangeiro.

Integrou projectos como “A Guitarra e Outras Mulheres” de António Chainho, “Sal” com José Peixoto, Fernando Júdice e Viki. Participou no filme “Fados”, de Carlos Saura e no Espectáculo “Casa de Fados” que resultou a partir da última cena deste filme.

O seu último trabalho discográfico, “Fados de Amor e Pecado”, lançado em Outubro de 2009, é um projecto idealizado e composto na totalidade por João Gil e João Monge. Tem sido aclamado pela crítica especializada como um marco na história do fado na última década.


No Palco estarão duas formações: de um lado, Piano, Bateria e Baixo; do outro, Guitarra Portuguesa, Viola de Fado e Contrabaixo. No contexto, as duas formações que se unem numa viagem ao universo musical do Cantor, do Jazz ao Fado. O caminho é a alma, o veículo é a voz e a sua musicalidade. O ponto de partida é a sua história, o fim da viagem não existe, porque a sua música é intemporal.




19 JUNHO | Sábado | 22H00 |

JOÃO FERREIRA ROSA, MARIA DA FÉ, BEATRIZ DA CONCEIÇÃO e MARIA DA NAZARÉ convidam ARGENTINA SANTOS


João Ferreira Rosa, Beatriz da Conceição, Maria da Fé e Maria da Nazaré, fazem parte de uma das gerações mais importantes da História do Fado. Contam já com aproximadamente 50 anos de carreira e são nos dias de hoje vistos como umas das mais importantes testemunhas da história da Canção de Lisboa. Foram e ainda continuam a ser referências para a maior parte dos fadistas que têm surgido nos últimos anos.

Juntos convidam uma das mais antigas vozes do Fado da actualidade: Argentina Santos que está a comemorar 60 anos de carreira e que receberá em Julho de 2010 a medalha da Cidade de Lisboa.




25 JUNHO | Sexta-feira | 22H00 |

RICARDO PARREIRA convida cantores de Coimbra: PROF. MACHADO SOARES, DR. LUÍS GÓIS e ANTÓNIO ATAÍDE


“CANCIONÁRIO” é o novo trabalho discográfico e espectáculo do guitarrista “Ricardo Parreira”. Depois do seu disco de estreia “Nas Veias de uma Guitarra – Tributo a Fernando Alvim”, considerado pela crítica e comentadores como um dos mais importantes documentos sobre os grandes compositores da história da guitarra portuguesa dos últimos anos, prossegue agora numa nova viagem: um trabalho com base no fado, ainda que mais dedicado à música tradicional e popular portuguesa.

Este novo disco, que será também um novo espectáculo, tem três vozes convidadas, baixo e percussões. Tem ritmo, balanço e diversidade, numa viagem sem sacrifícios pela história da nossa alma: “É preciso ter vontade de dançar mesmo que não seja o caso…”

Ricardo Parreira nasceu em Paço de Arcos há apenas 23 anos, no seio de uma família ligada ao Fado e à Guitarra Portuguesa. Filho de António Parreira (professor na escola do Museu do Fado) e irmão de Paulo Parreira, ambos instrumentistas de referência. Iniciou os seus estudos, ainda muito novo, primeiro pela mão de seu pai e, depois, no Conservatório Nacional.


Machado Soares e Luís Góis dispensam apresentações. São as mais importantes referências do Fado de Coimbra da actualidade. Cada um com uma carreira de aproximadamente 50 anos, percorreram o mundo inteiro em representação da Música Portuguesa. António Ataíde, uma das mais brilhantes vozes da nova geração, integrou uma série de projectos relacionados com a canção de Coimbra e tem vindo a fazer um dos percursos mais dignos pelo mundo fora.


Esta é a primeira vez que o fado de Coimbra é convidado a participar na Festa do Fado, concluindo assim uma viagem aos caminhos da música portuguesa, que vai desde a música tradicional e popular e onde se cruza o fado de Coimbra e Lisboa numa noite com vista sobre o Tejo e a Cidade.




26 JUNHO | Sábado | 22H00 |

KATIA GUERREIRO & MARISA LIZ


Com dez anos de carreira, Katia Guerreiro é, hoje, uma intérprete consagrada e reconhecida como uma notável embaixadora da música portuguesa. Como corolário da excelência do seu trabalho recebeu, em Fevereiro de 2006, o prémio PERSONALIDADE FEMININA 2005, disputado pelos nomes mais importantes do panorama musical português. O público que a elegeu considerou-a “uma das mais bonitas vozes da actualidade, aliada a uma invulgar capacidade vocal”. Desde o início da sua carreira, Katia tem apresentado o Fado um pouco por todo o mundo: França, Marrocos, Bélgica, Inglaterra, País de Gales, Egipto, Suíça, Espanha, Noruega, Polónia, Suécia, Grécia, Coreia do Sul, Japão, Itália, Tunísia, Nova Caledónia, Turquia e Índia, para além de Portugal, são países que já aplaudiram as suas actuações nos mais belos Palcos e nos mais importantes Festivais de música.



Marisa Liz é, segundo alguns dos mais importantes comentadores, uma das mais prestigiadas e consideradas intérpretes da nova geração da cena World/Pop Portuguesa.

Nasceu em Lisboa e, desde muito nova, veio a abraçar grandes projectos musicais dos quais se destacam, “XL Fame”, “Donna Maria”, “Tributo a Carlos Paião” e as suas participações com grandes músicos e cantores como Simone de Oliveira, Paulo de Carvalho, Rui Veloso, Júlio Pereira, Rão Kiao, Vitorino, Paulinho Mosca (Brasil) Pedro Luís e a Parede (Brasil), entre outros.


Na noite de encerramento da Festa do Fado juntam-se o Fado e a World Pop para um concerto onde mais uma vez o que conta é a cumplicidade das palavras e acima de tudo das palavras cantadas em português.



ENTRADA: 12,50 € (preço único)

Bilhetes à venda na ticket line e bilheteira do Castelo de S. Jorge

(telefone: 21 880 06 20)

M/ 3 anos




PÔR-DO-FADO

Quatro Concertos, Quatro Reportórios é o mote para este conjunto de instrumentais ao final de tarde, onde a guitarra portuguesa é a protagonista. E a carta-branca foi entregue a José Manuel Neto, um dos mais importantes guitarristas da actualidade.

Com 20 anos de carreira, são inúmeras as suas participações nas mais prestigiadas salas de espectáculos e festivais nacionais e por todo o mundo, ao lado dos mais importantes interpretes de fado, como Camané, Cristina Branco, Carlos do Carmo, Mísia, Ana Moura, Marisa, Argentina Santos, Maria da Fé, entre outros.


03, 10, 17 e 24 JUNHO | Quintas - feiras | 19H00

ENTRADA: 5,00 € (preço único)

Bilhetes à venda no Museu do Fado (21 882 34 70)

M/3 anos


FÁBRICA DO BRAÇO DE PRATA

O ambiente é o de uma noite de fados: três músicos e um fadista que canta e faz as honras da casa, convidando outros fadistas espontâneos que vão aparecendo e são convidados a cantar ou a tocar. Tudo vale, até um instrumentista de outra área que se atreva a entrar na “Jam Session Fadista” que a noite propõe.


Voz e anfitrião: Helder Moutinho | Guitarra Portuguesa: Ricardo Parreira | Viola de Fado: Marco Oliveira | Baixo: Yami


05, 12, 19 e 26 JUNHO | Sábados | 00H00

ENTRADA: 8 € por pessoa (preço único)

Bilhetes à venda na Fábrica do Braço de Prata

Rua da Fábrica do Material de Guerra, n.º 1 (em frente aos correios do Poço do Bispo)

M/ 16 anos


CHAPITÔ

Às terças no Bartô (Bar do Chapitô), Ricardo Rocha (guitarra), Marco Oliveira (viola) e João Penedo (contrabaixo) acompanham as mais diversas vozes do fado tradicional. Noites de tertúlia onde o fado acontece.


08, 15 e 22 JUNHO | Terças – Feiras | 23H00

ENTRADA: Gratuita

M/ 16 anos


NA IGREJA DE SANTO ESTEVÃO

Rodrigo

Na igreja de Santo Estêvão | Junto ao cruzeiro do adro | Houve em tempos guitarradas … Mal que batiam trindades | Reunia a fadistagem | No adro da santa igreja | Fadistas, quantas saudades | Da velha camaradagem … Santo Estêvão, padroeiro | Desse recanto de Alfama | Faz um milagre sagrado | Que voltem ao teu cruzeiro | Esses fadistas de fama | Que sabem cantar o fado…

Rodrigo não é apenas sinonimo de tradição e popularidade no panorama do fado, é também um testemunho vivo de todos os percursos que este género musical teve ao longo da sua existência. É esta a imagem com que ficamos quando estamos em frente de um homem com 68 anos de idade, simples e directo, exactamente como esta canção que, ao longo dos tempos e também por causa de Artistas como ele, se tornou num dos expoentes máximos da cultura do nosso País.

Rodrigo é uma das vozes mais populares do Fado Tradicional.


06, 20 E 27 JUNHO | Domingos | 19h00 | RODRIGO

ENTRADA: Gratuita

M/ 3 anos »