24 fevereiro, 2012

Fatoumata Diawara, Bombino e Jupiter & Okwess International no FMM de Sines


A juntar a Oumou Sangaré & Béla Fleck e Hugh Masekela, há mais três nomes confirmados para FMM de Sines 2012, ainda com o azimute virado a África: Fatoumata Diawara (na foto, de Phil Sharp), Bombino e Jupiter & Okwess International. O comunicado:

«A nova geração de África está em Sines, com Fatoumata Diawara, a jovem estrela da música do Mali, e o “bluesman” do deserto Bombino. Jupiter & Okwess International representa uma das mais ricas e sofisticadas nações musicais do mundo, a República Democrática do Congo.

O FMM Sines – Festival Músicas do Mundo 2012, a realizar em julho próximo em Sines, Alentejo Litoral, tem a presença confirmada de Fatoumata Diawara (Mali), Bombino (Níger) e Jupiter & Okwess International (R. D. Congo).

FATOUMATA DIAWARA (MALI)

A cantautora Fatoumata Diawara é a nova estrela da música do Mali, na grande tradição de divas daquele país como Oumou Sangaré (que volta ao FMM Sines este ano, com o norte-americano Béla Fleck) e Rokia Traoré (que se estreou em Portugal também neste festival, em 2004).

Nascida em 1982, começa a sua carreira como atriz, primeiro no Mali, e depois em França, para onde emigra aos 20 anos. É durante as suas digressões teatrais que começa a cantar, ainda sem a pretensão de enveredar pela música como principal ocupação. Passado pouco tempo a atuar nos bares e clubes parisienses, viaja com Cheikh Tidiane Seck ao Mali, onde colabora no disco “Seya”, de Oumou Sangaré, e “Red Earth”, da cantora de jazz Dee Dee Bridgewater, vencedor de um Grammy.

De volta a França, integra o musical “Kirikou et Karaba”, compra uma guitarra e começa a aprender a tocar e a compor, bebendo da fonte inesgotável dos blues ancestrais da região de Wassoulou, entre outras influências.

O seu percurso de aprendizagem e amadurecimento culmina com a gravação do EP “Kanou” e do seu álbum de estreia, “Fatou”, editado em setembro de 2011 pela World Circuit, uma das editoras mais prestigiadas da “world music”.

A sua voz suave e a delicadeza acústica das suas composições colocam-na na linha da frente da música africana contemporânea e fazem dela uma das mais requisitadas artistas do continente na atualidade.



BOMBINO (NÍGER – CULTURA TUAREGUE)

Nascido em 1980 numa família de pastores nómadas tuaregues da região de Agadez, no Níger, Omara Moctar, mais conhecido como Bombino, é um dos mais importantes cantores, guitarristas e compositores do Sahara e do Sahel.

Agadez é uma das regiões mais pobres de África e, nas últimas duas décadas, tem estado no centro das lutas independentistas dos tuaregues. Nos anos 90, durante uma dessas rebeliões, a sua família exila-se na Argélia, onde Bombino aprende a tocar guitarra, influenciado por músicos como Ali Farka Touré, Jimi Hendrix, entre outros.

A sua carreira começa como cozinheiro e trovador, viajando com grupos de turistas que visitavam as dunas do deserto perto de Agadez. Em 1998, integra o grupo Tidawt e, em 2004, estreia-se em disco com “Agamgam”.

“Agadez”, o seu segundo disco, com edição Cumbancha, lançado em 2011, mostra um artista na plena posse das suas capacidades criativas e interpretativas. O seu som, entre os blues, o rock e a música tradicional tuaregue segue o caminho aberto por bandas como Tinariwen e Tartit (ambas já presentes em edições passadas do FMM) na divulgação da nova música do coração do deserto.

JUPITER & OKWESS INTERNATIONAL (R. D. CONGO)

Depois de Konono n.º 1 (2005), Kasaï Allstars (2009), Staff Benda Bilili (2010) e Congotronics vs Rockers (2011), a presença de Jupiter & Okwess International em Sines é mais um contributo do FMM para mostrar em Portugal a música popular, ao mesmo tempo fundada na tradição e profundamente moderna e experimental, da República Democrática do Congo.

Jupiter Bokondji nasceu em Kinshasa, há 50 anos, numa família de “griots” da região de Mongo, e desde cedo acompanhou a avó, curandeira tradicional, tocando percussões em funerais e casamentos.

Em adolescente, passa algum tempo em Berlim-Leste, onde o seu pai trabalhava no corpo diplomático. Nessa cidade descobre a música ocidental e forma uma primeira banda onde junta as percussões Mongo a guitarras de rock.

Quando, aos 20 anos, volta a Kinshasa, ganha a vida como músico em funerais e em várias orquestras locais, ao mesmo tempo que viaja pelo seu país à procura de novos sons. A pouco e pouco, constrói o estilo musical a que chamou “Bofenia Rock”, cruzamento entre o tribal e ancestral e o urbano e cosmopolita.

Em 2004, conhece os cineastas franceses Renaud Barret e Florent de la Tullaye, os mesmos que descobriram os Staff Benda Bilili. Renaud e Florent registam as aventuras musicais de Jupiter no filme documentário “The Dance of Jupiter” (2007) e tornam-no conhecido em todo o mundo.

O seu primeiro disco com edição internacional, “Hotel Univers”, totalmente elétrico, será lançado em março de 2012.

Apresenta-se no FMM Sines com a orquestra Okwess International, composta por músicos de 11 províncias diferentes do Congo.

O FMM Sines – Festival Músicas do Mundo é o maior evento de “world music” realizado em Portugal. A sua 14.ª edição realiza-se nos próximos dias 19, 20, 21, 26, 27 e 28 de julho.

Além dos artistas mencionados nesta nota, já está também confirmada a presença de Oumou Sangaré & Béla Fleck (Mali / EUA) e Hugh Masekela (África do Sul).


Mais informações

www.fmm.com.pt
www.facebook.com/fmmsines»

23 fevereiro, 2012

José Afonso -- 25 Anos Depois...


Passam hoje 25 anos redondos sobre a morte de José Afonso e algumas celebrações estão agendadas para hoje e para os próximos dias. Um "cheirinho" tirado do jornal Público:

«José Afonso morreu a 23 de Fevereiro de 1987, aos 57 anos, em Setúbal, onde morava. Sofria de esclerose lateral amiotrófica, doença neurodegenerativa progressiva e fatal que o afastou dos palcos a partir de 1983. Os derradeiros concertos foram os dos coliseus de Lisboa e Porto. Galinhas do Mato, de 1985, é o seu último álbum, que teve de ser completado pelos amigos José Mário Branco, Sérgio Godinho, Helena Vieira, Fausto e Luís Represas. Em 1986, já muito debilitado, ainda apoiou a candidatura presidencial de Maria de Lourdes Pintasilgo.

A maior parte das iniciativas publicitadas pela AJA acontecem no dia 23, quinta-feira. A própria associação preparou um espectáculo de celebração da obra de José Afonso para Lisboa. Terá lugar na Academia de Santo Amaro, em Alcântara, às 21h. A apresentação estará a cargo do encenador Hélder Costa (que partilha a direcção de A Barraca com Maria do Céu Guerra) e contará com nomes de palco como Francisco Fanhais, Zeca Medeiros, Francisco Naia, Pedro Branco ou Couple Coffee.

Também em Lisboa, mas mais cedo (18h), no espaço da Cidade Universitária da Biblioteca-Museu República e Resistência, o jornalista e escritor Viriato Teles vai promover uma sessão de evocação. Recordar José Afonso é a palavra de ordem e é o mesmo que se fará em Setúbal, no La Bohème, a partir das 22h, com António Galrinho e Rui Lino a lerem 25 poemas de “Zeca”.

Ainda na quinta-feira, em Braga, o Theatro Circo abre as portas a um tributo conjunto: de José Afonso e de Adriano Correia de Oliveira, cujo desaparecimento aconteceu há 30 anos (a 16 de Outubro). Com apresentação e declamação de Camilo Silva e Maria Torcato, o Canto D’Aqui convidou vários artistas para subir ao palco nessa noite (21h30) e na próxima, para o mesmo espectáculo.

No dia 24, sexta-feira, o itinerário passa pelo Seixal e pelo Barreiro, à hora de jantar. No Seixal, Luís Pires, Pedro Branco, Vítor Sarmento actuam no restaurante O Bispo. No Barreiro, a associação “Grupo dos Amigos do Barreiro Velho” vai ao restaurante O Pial mostrar como as canções de José Afonso “mantêm toda a actualidade”, 25 (ou mais) anos depois. “Zeca Afonso sempre esteve e continua a estar com os que lutam por um mundo melhor”, lê-se no convite.

Por fim, Barcelona. A capital catalã vai acolher dois concertos no L’Auditori, a 25 de Fevereiro e a 3 de Março. O primeiro será da responsabilidade dos Drumming, grupo português de percussão com sede no Porto. O segundo é do projecto “20 canções para Zeca Afonso”, que propõe “um novo olhar sobre a música” do autor de Grândola, Vila Morena.»

Mais pormenores e outras homenagens no site da Associação José Afonso, aqui.

Helder Moutinho Selecciona... no Vinyl


O fadista Helder Moutinho é o programador do Vinyl -- espaço situado em Alcântara -- para os próximos dias. A selecção é excelente... e assim houvesse muitos mais espaços e programadores. O comunicado:

«A proposta de Helder Moutinho, programador do Vinyl para o mês de Fevereiro, é uma viagem à denominada “Música do Mundo”, reflectindo as viagens, as influências e as culturas mais representativas de algumas regiões do mundo lusófono. Além dos vários concertos com voz que Helder Moutinho programou para o Vinyl, vai haver também concertos instrumentais, por toda a cumplicidade que têm com a “música do mundo lusófono”.


23 | Quinta-feira
Início do Espectáculo: 22h30

ATLANTIHDA

A história dos Atlantihda é contada por seis músicos e uma fadista. Oriundos dos mais distintos géneros musicais, os Atlantihda viajaram pelo mundo da música nacional e internacional, absorvendo várias influências para se encontrarem num projecto que acabaria por ligar a música de raiz tradicional e rural, com aquela que é a nossa música popular urbana: O Fado. Também aqui se encontram a guitarra braguesa, os adufes, as formas, as melodias e os ritmos que todos vieram a adquirir nas suas “Viagens”, mas numa atitude consciente de que se pode fazer música de raiz popular (escrita ou não), usando uma linguagem contemporânea que parte das vivências de músicos dos nossos dias (…) criando assim “Uma canção genuinamente portuguesa”.


24 | Sexta-feira
Início do Espectáculo: 22h30

HELDER MOUTINHO & OS FADISTAS (FADO)

Um Espectáculo de Fado com Arranjos de Daniel Schvetz para uma formação de Guitarra Portuguesa, Viola, Piano, um Quarteto de Cordas e um Contrabaixo. Baseado no repertório do Fadista Helder Moutinho, com alguns temas do panorama musical do Fado, criando ao mesmo tempo uma homenagem a alguns dos grandes interpretes de Fado no masculino.

Arranjos: Daniel Schvetz
Piano: Daniel Schvetz
Guitarra Portuguesa e Direcção Musical: Ricardo Parreira
Viola de Fado: Marco Oliveira
Quarteto de Cordas: Tempus Quarteto de Cordas
Contrabaixo: Miguel Menezes

25 | Sábado
Início do Espectáculo: 22h30


RITINHA LOBO


Ritinha Lobo (na foto) é a mais recente grande voz a emergir da respeitadíssima família Lobo, que leva já cinco gerações a dar à música cabo-verdiana alguns dos seus mais respeitados cantores. E o seu primeiro álbum a solo, “Jóia Creola”, fazendo justiça ao nome, é a revelação de uma autêntica pérola até aqui desconhecida da generalidade dos apreciadores de música. Com produção de Yami, “Jóia Creola” dá-nos a conhecer a esplendorosa voz de Ritinha Lobo, que interpreta aqui temas assinados por alguns dos mais respeitados compositores cabo-verdianos – Paulino Vieira, Orlando Pantera, Boy Gé Mendes e Ramiro Mendes --, originais de Yami e um axé do compositor brasileiro Lula Moreno.

29 | Quarta-feira
Início do Espectáculo: 22h30

COUPLE COFFEE

Norton Daiello (baixo) e Luanda Cozetti (voz) são a essência dos Couple Coffee, duo residente em Lisboa desde 2000 e com quatro álbuns gravados. Lançam em 2010 “Quarto Grão”, primeiro disco de originais e que marca a estreia de Luanda Cozetti como letrista ao lado de Tiago Torres da Silva. No Vinyl, e em duo, os Couple Coffee viajarão pelo reportório dos seus quatro discos - “Puro”, “C´As Tamanquinhas do Zeca”, “Young and Lovely – 50 Anos de Bossa Nova” e “Quarto Grão” – quando se preparam para entrar em estúdio brevemente para a gravação do quinto álbum, voltando às raízes; o diálogo entre o baixo de Norton Daiello e a voz de Luanda Cozetti. Um concerto intimista e arrebatador, a não perder!»

21 fevereiro, 2012

Mistico Mediterraneo: Esta Sexta, no CCB


É já esta sexta-feira, dia 24, que o CCB, em Lisboa, recebe um inesperado -- mas excitante -- projecto que junta o bandoneon de Daniele di Bonaventura, o trompete de Paolo Fresu (na foto, de Andrea Boccalini) e os mestres do canto polifónico corso A Filetta. O comunicado:


«MISTICO MEDITERRANEO leva-nos ao mais profundo da alma.
Passeio interior, reflexão íntima, sonoridades encantadoras e cativantes,
é uma das mais belas surpresas do ano.
LA DÉPÉCHE




Reunião improvável do conceituado trompetista de jazz Paolo Fresu, colaborador habitual de músicos como Ralph Towner, Uri Caine ou Carla Bley, com o bandoneon de Daniele di Bonaventura e com as vozes únicas dos cantores do grupo A Filetta, originário da Córsega.

Um hino ao Mediterrâneo e a tudo o que ele simboliza e uma homenagem de grande força e espiritualidade a esta mística e rica tradição popular, baseada na polifonia vocal destes extraordinários cantores e nos rasgos de lirismo bem característicos do trompete de Fresu.

Mistico Mediterraneo
ECM Lisbon Series
24 de Fevereiro 2012
CCB, Grande Auditório, 21h00
Paolo Fresu, trompete e fliscorne
A Filetta, vozes
Jean-Claude Acquaviva, seconda
Paul Giansily, terza
Jean-Luc Geronimi, seconda
José Filippi, bassu
Jean Sicurani, bassu
Maxime Vuillamier, bassu
Ceccè Acquaviva, bassu
Daniele di Bonaventura, bandoneón

SONGS OF THE ISLANDERS (Canções dos Ilhéus)

“Filetta” é uma palavra corsa que quer dizer “feto, filifolha”, e a perenidade dos fetos é uma boa metáfora para a resiliência da tradição defendida pelo grupo vocal A Filetta. O próprio grupo, com raízes na areia, no solo e na história da sua ilha de granito, é um vigoroso sobrevivente. Há mais de três décadas que A Filetta está no primeiro plano do ressurgimento da polifonia na Córsega.
O grupo tinha apenas um mês de existência, quando Jean-Claude Acquaviva se lhe
juntou, em 1978. Ele tinha então 13 anos, mas acabaria por se tornar o director do
agrupamento e o seu principal compositor e letrista. Se o impulso original para a
formação do grupo fora o de proteger um estilo vocal ameaçado, essas prioridades
foram há muito reformuladas. Entretanto, os A Filetta tornaram-se talvez o mais
conhecido expoente contemporâneo de uma linguagem polifónica corsa agora
florescente e estão empenhados no seu desenvolvimento através da criação de novas
peças. Não há no grupo nenhum museólogo nem nenhum purista das práticas de
execução histórica.
Acquaviva insiste que “considerar a tradição como um belo objecto que tem de ser
protegido seria uma ilusão absurda. A nossa tradição reflecte um povo vivo. Por isso, é importante resistir à tentação de uma mera duplicação daquilo que já foi feito.
Vivemos na música e a música vive em nós, e ela evolui através da criação, como
sempre aconteceu ao longo dos tempos. O que propomos nas nossas composições é
uma possível extensão desta estética vocal.”
No que diz respeito ao ciclo de canções que é Mistico Mediterraneo, Acquaviva afirma
que “estas peças reflectem fielmente a trajectória dos A Filetta ao longo dos últimos
vinte anos. Não só, naturalmente, uma música com raízes na tradição, mas também
uma música muito inspirada por inúmeros encontros com outras linguagens musicais,
‘étnicas’ ou não.” Consequentemente, e citando a musicóloga Caroline Bithell, o
cenário mudou da tradição oral para a cena mundial. A “estética vocal” corsa que
Acquaviva destaca, com os seus melismas e ornamentação instável, foi em tempos um
fenómeno puramente local. Hoje em dia, pode ser desfrutada por todo o planeta, e o
itinerário dos A Filetta nas últimas temporadas levou-os desde o Mediterrâneo até à
América do Sul, Japão, Escandinávia e Médio Oriente.
O encontro de Paolo Fresu com os cantores foi, todavia, “em casa”. Ele já não tem a
certeza do ano, “mas era o mês de Maio, com a murta e as estevas em flor” a exalarem
o seu aroma das charnecas, tranquilizadoramente familiares para um visitante vindo
da Sardenha como ele. O encontro de Fresu com a música provocou-lhe um outro tipo
de sobressalto de reconhecimento. A Sardenha tem também uma linguagem vocal em
que coexistem expressão refinada, fraseologia arcaica e pronúncia gutural – todas elas presentes na música corsa. No entanto, era igualmente evidente para ele que os A
Filetta tinham encontrado a sua própria maneira de abordar uma polifonia
contemporânea complexa, ao mesmo tempo que perseguiam antigas melodias
melismáticas pelos corredores do tempo. O equilíbrio dramático entre “novo” e
“velho” exerceu uma grande atracção sobre o trompetista que, no seu próprio
trabalho, gosta de reavaliar as relações com a tradição.
Em Outubro de 2006, Fresu e o bandoneonista italiano Daniele di Bonaventura, juntamente com dois outros improvisadores de jazz (o saxofonista André Jaume e o percussionista Philippe Biondi), foram convidados pelo encenador Francis Aïqui para um evento comemorativo no teatro L’Aghja em Ajaccio, na Córsega, tendo-se assim estabelecido uma base para futuras colaborações. Ao longo dos últimos quatro anos, os músicos têm vindo a apurar o ciclo de canções hoje conhecido por Mistico Mediterraneo, e Bonaventura passou a trabalhar com os cantores noutros contextos. Segundo Acquaviva, “a comunicação entre os músicos baseia-se em códigos um pouco diferentes dos de um contexto de jazz puro. As nossas intervenções cantadas são fixas e constituem a base a partir da qual o Paolo e o Daniele podem improvisar com grande liberdade.”
Neste sentido, o ciclo Mistico Mediterraneo pode ser considerado parte de um
contínuo histórico que se estende desde a abordagem de Miles Davis a Rodrigo e de
Falla em Sketches of Spain até à colaboração Garbarek/Hilliard em Officium, projectos
onde uma improvisação com raízes no jazz encontrou o seu espaço em contextos
ostensivamente “alienígenas”, quer se trate de arranjos de canções populares, música
de câmara ou música sacra. E, ao mesmo tempo que o fraseado de Fresu conserva
ainda ecos das suas influências formativas, Miles e Chet Baker, o seu trompete
transporta consigo o jazz, quer se erga acima dos cantores ou teça o seu caminho por
entre as linhas vocais.
Ao longo de todo o álbum, a parceria com Daniele di Bonaventura revela grande
sensibilidade. Na visão de Fresu do ciclo de canções, o bandoneonista do continente
(natural de Fermo, na região italiana de Marche) é o poeta dos perímetros, sugerindo
os seus sons “lugares distantes, partidas, desembarques”. Além de ser um colorista e
um definidor das margens das coisas, Bonaventura contribui com três composições
para Mistico Mediterraneo. O seu trabalho Gradualis tem letra de Jean-Claude
Acquaviva. Corale e Sanctus são duetos arrebatados para bandoneon e trompete.
As outras peças do ciclo provêm de uma grande variedade de fontes, que no seu
conjunto projectam algumas das preocupações dos A Filetta. Há aqui temas sacros e
seculares, peças que tocam a redenção espiritual ou a identidade nacional-cultural,
coisas do coração. As vozes ressonantes dos sete cantores (talvez mais no jogo de sons harmónicos) movem-se facilmente entre línguas - corso, francês, latim – e o significado emocional das canções transcende uma leitura literal dos textos.
De entre as composições de Acquaviva, Rex tremendae e Figliolu d’ella têm origem
num Requiem escrito em 2004, Di Corsica riposu, requiem pour deux regards,
executado pela primeira vez na Basílica de Saint-Denis, nos subúrbios de Paris.
U Sipolcru é um cântico criado para uma Paixão levada à cena em Calvi, no início da
década de 1990. Liberata provém de um documentário sobre o movimento de
resistência corso durante a Segunda Guerra Mundial. Os filmes têm sido um
importante meio de divulgação da mensagem dos A Filetta, e eles trabalharam com o
compositor parisiense de música para filmes, Bruno Coulais, nas bandas sonoras e
música incidental de uma dúzia de filmes e obras cénicas. O cântico Le lac, baseado
num mantra tibetano, foi composto por Coulais para o filme de Eric Valli, Himalaya,
l’enfance d’un chef (1999), enquanto Gloria e La folie du Cardinal são do filme de
Gabriel Aghions, Le libertin (2000). Três destas peças foram escritas para os A Filetta por Jean-Michel Giannelli, compositor de canto polifónico contemporâneo e ocasional instrumentista do grupo. Da tè à mè e Scherzi veranili têm textos do poeta corso Petru Santucci.»

Mais informações sobre cada um dos artistas e grupos envolvidos, aqui.

20 fevereiro, 2012

Urgente! Procura-se Mochila com CDs (ou Pistas)

Queridos amigos,

Como alguns dos leitores deste blog já sabem, na noite de sábado (por volta das quatro e meia), fui assaltado à porta de casa -- em Massamá -- depois de uma sessão de DJ no Povo, Cais do Sodré. Estou bem (não me agrediram), mas roubaram-me uma mochila cheia de CDs --. cerca de 50 a 60 --, todos originais, à exepção de um ou dois. Entre os CDs contam-se discos de fado e outra música portuguesa (Oquestrada, Real Combo Lisbonense...), inúmeras colectâneas de música africana, latino-americana e world music em geral, alguns discos de reggae (Bob Marley, Alpha Blondy, colectâneas), Manu Chao (dois), Freshlyground, Miriam Makeba, Rachid Taha, Caravane Palace, Amy Winehouse, La MC Malcriado, Os Tubarões, M.I.A., Major Lazer, Tom Jones, Marvin Gaye, etc, etc, etc... E, como era sábado de Carnaval, até coisas como "Sambas de Enredo", "Disco Fever", "Divas Exotica", "Como Fazer Strip Para o Seu Marido"... Se, por acaso, detectarem algumas coisas destas que chamem mais a atenção em lojas de discos em segunda mão (virtuais ou as Carbonos ou Cash Converters), na Feira da Ladra (onde eu irei amanhã) ou assim, digam-me por favor. E-mail: pires.ant@gmail.com

Muito obrigado, beijos e abraços e que Deus vos abençoe!!!

António

17 fevereiro, 2012

OuTonalidades: Inscrições Abertas!


Para pôr de sobreaviso os artistas e grupos interessados (na foto, de Alexandre Lima: Uxu Kalhus na edição do ano passado). Todos os pormenores:


«A 16ª edição do OuTonalidades começa agora!

ABERTO O PERÍODO DE INSCRIÇÃO DE GRUPOS
até 4 Março 2012

Está oficialmente aberto o período de inscrições para os grupos musicais, de todos os géneros, portugueses ou estrangeiros, que pretendam integrar a bolsa de espectáculos da 16ª edição do OuTonalidades, circuito de música ao vivo que vai dar novos tons ao próximo Outono português!

INSCREVE O TEU GRUPO ONLINE:
http://www.dorfeu.pt/outonalidades
- INSTRUÇÕES NO PDF ANEXO -

INSCRIÇÕES DE GRUPOS | Para os grupos que se inscrevem pela primeira vez, será necessário criar uma conta de utilizador no portal da d’Orfeu. Os grupos que já se registaram em edições anteriores poderão aceder à plataforma e simplesmente actualizar os dados (receberão, entretanto, um e-mail a relembrar o seu registo de acesso).

PROJECTO SUSTENTÁVEL | Nesta 16ª edição, o OuTonalidades persegue a sua sustentabilidade e introduz uma filosofia de participação contributiva. Cada inscrição de grupo terá uma jóia simbólica de 10€, com vista à viabilização deste projecto único e singular no panorama musical nacional. Instruções no decorrer da inscrição online.

NOVAS PARCERIAS | Depois de quatro edições em parceria com a Galiza (continuidade não confirmada para 2012), o circuito continua a consolidar-se na geografia nacional e acaba de estabelecer acordos com circuitos congéneres em França e na Bélgica, para intercâmbio de grupos. As oportunidades continuarão a surgir.

GRUPOS NACIONAIS E ESTRANGEIROS | O OuTonalidades continua também aberto a grupos não portugueses, desde que assegurem directamente as suas deslocações a Portugal. Uma vez programados, o circuito assegura iguais condições a grupos portugueses ou estrangeiros: cachet consoante escalão (máx 700€/concerto), jantares, alojamento e rider técnico.

Junta o teu grupo ao OuTonalidades 2012!
http://www.dorfeu.pt/outonalidades
Perante quaisquer dúvidas que surjam, contactar ou utilizar o formulário de esclarecimentos existente na plataforma online.

http://www.dorfeu.pt/
http://dorfeu.blogspot.com/
http://www.facebook.com/dOrfeuAC»

16 fevereiro, 2012

Madredeus: Nova Formação e... O Regresso à Essência


Sejam bem-vindos de novo (e boa sorte para a Beatriz, que eu conheço desde bebé)! O comunicado oficial:

«Madredeus apresenta "Essência"
Celebrando o 25º aniversário


No ano em que o Madredeus celebra o 25º aniversário, estão previstas uma série de iniciativas:

O regresso do grupo com uma nova formação:
Beatriz Nunes - Voz
Pedro Ayres Magalhães - Guitarra Clássica
Carlos Maria Trindade - Sintetizadores
Jorge Varrecoso - Violino
António Figueiredo - Violino
Luis Clode - Violoncelo


Uma tour mundial - Primeiras confirmações:

14 de Abril | Centro Cultural e de Congressos | Caldas da Rainha | Portugal - Ante-estreia
16 Abril | Barbican Centre| Londres | Inglaterra
26 Abril | Is Sanat | Istambul |Turquia
27 Maio | Casa da Musica | Porto | Portugal - *bilhetes já à venda*
31 Maio | CCB |Lisboa | Portugal - *bilhetes já à venda*
12 Junho | Festival Rio Loco |Toulouse | França
13 Junho | Festival Rio Loco |Toulouse |França
09 Outubro | Konzerthaus | Viena | Austria
11 Outubro | Philharmonie | Luxemburgo | Luxemburgo
14 Outubro | Glocke | Bremen | Alemanha
20 Outubro | Philharmonie | Colónia | Alemanha
27 Outubro | Konzerthaus | Dortmund | Alemanha
30 Outubro| AVO Session | Basel | Suiça
01 Novembro | Prinzregententheater | Munique | Alemanha
Um novo disco:
"Essência" - a ser editado em Portugal a 2 de Abril pela Sony Music


Diz a metafísica que a essência de uma coisa se constitui das suas propriedades imutáveis, daquilo que permanece e que nada, nem o tempo, altera. Terá certamente sido com esta noção por perto que Pedro Ayes Magalhães escolheu a palavra Essência para título do novo álbum do Madredeus, uma colecção de treze canções seleccionadas de um cancioneiro de quase duas centenas que o grupo construiu ao longo de um quarto de século recheado de sucessos.
O sucesso do Madredeus, no entanto, não se pode medir apenas em números: nem de discos vendidos, nem de países arrebatados em incontáveis digressões, nem de ovações de pé ou até de prémios que procuraram distinguir o carácter profundamente único da música que o grupo foi oferecendo ao mundo nestes 25 anos. O sucesso pode também ser mensurável com outra régua - a que mede o alcance da música, a permanência na memória, a vocação universalista.
Jorge Varrecoso, violinista da Orquestra do São Carlos que agora integra também a nova formação do Madredeus, terá dado o primeiro passo na direcção desta Essência quando propôs a Pedro Ayres que se vestisse o repertório clássico deste ensemble com novos arranjos. Primeiramente para um novo espectáculo, que depois desembocou naturalmente neste novo registo.
A guitarra clássica de Pedro Ayres de Magalhães e os sintetizadores de Carlos Maria Trindade juntam-se então às cordas de Varrecoso e ainda António Figueiredo e Luís Clode. A voz de Beatriz Nunes foi a derradeira peça nesta nova equação de câmara proposta para a música do Madredeus. Trata-se, explica Pedro Ayres, de "recriar através de um novo ensemble: a melodia fica muito mais apoiada, mas preservámos muito, a melodia, o ritmo, as passagens harmónicas". Ou seja, a essência.
As treze músicas eleitas percorrem os registos Os Dias da Madredeus (1987), Existir (1990), Espírito da Paz (1994), O Paraíso (1997), Movimento (2001) e Metafonia (2008) detendo-se sobretudo na primeira década dos Madredeus. A selecção, que é afinal uma amostra da nova vida dos Madredeus em palco, recaiu sobre clássicos absolutos e tesouros um pouco mais secretos como "Ao Longe o Mar", "O Pomar das Laranjeiras", "Palpitação", "A Sombra", "A Confissão", "O Navio", "Coisas Pequenas" ou, entre outros temas, "Adeus e Nem Voltei".
São canções que representam o melhor do Madredeus, a essência profunda da sua magia singular que feita música conquistou o mundo. "As palavras", garante ainda Pedro Ayres, "não perdem nada e a Beatriz respeita a mise en scéne original das frases". Porque há de facto marcas imutáveis nesta música. O fundador e líder do Madredeus tem o cuidado de sublinhar o palco como "habitat natural" destas composições que foram sendo aperfeiçoadas ao vivo, através da sua execução em frente de culturas diferenciadas, através das múltiplas formas de apreensão, de fruição, de sentir que o Madredeus foi encontrando ao longo do seu percurso pelos cinco continentes.
Ou seja, Essência resulta da evolução histórica do Madredeus, de 25 anos de uma vida intensa, sobretudo em cima dos palcos. E Pedro Ayres fala da modernidade do reportório, de como todas as músicas se foram "tornando peças da nossa nave". Peças diferentes que cumprem diferentes papeis nesse drama essencial que a música do Madredeus contem, entre o apelo universal, o âmago português, as melodias e o passo que cada tema exige. De todos esses cruzamentos, emerge uma nova ideia para o Madredeus, que aqui revisita com uma nova alma um repertório que todos vão poder reencontrar sob outra luz e com um novo alento.


www.madredeus.com
www.facebook.com/MadredeusOfficial»

10 fevereiro, 2012

Sétima Legião Comemora 30 Anos com Digressão Nacional


E outra bela notícia!!! As datas já confirmadas são 29 de Abril na Casa da Música, Porto, e 4 de Maio no Coliseu de Lisboa O comunicado:

«A Sétima Legião regressa aos palcos, 30 anos depois de ter dado os primeiros passos que levaram o grupo a criar alguns dos mais memoráveis hits dos anos 80. O grupo promete agora, em 2012, revisitar todos os clássicos, dando especial atenção aos primeiros registos da sua celebrada discografia.
Foi em 1982 que a Sétima Legião surgiu no então agitadíssimo panorama musical português, apresentando uma visão singular da música sintonizada com as experiências mais avançadas da pop alternativa da época, mas sem esquecer a identidade portuguesa. 30 anos depois, a Sétima Legião de Pedro Oliveira (voz e guitarra), Rodrigo Leão (baixo e teclas), Nuno Cruz (bateria, percussão), Gabriel Gomes (acordeão), Paulo Marinho (gaita de foles, flautas), Ricardo Camacho (teclas), Paulo Abelho
(percussão, samplers) e Francisco Menezes (letras, coros) prepara grandes apresentações no Porto e Lisboa inseridas numa digressão de cerca de 10 datas com que pretendem assinalar o percurso efetuado. Trata-se do regresso de um grupo de amigos para quem a música foi sempre causa para celebração e resultado dessa mesma amizade.
Os Sétima Legião referem que o plano já existia há algum tempo e que sempre que a banda se reúne para tocar «para 100 ou 200 amigos naqueles concertos que fazemos para aí de dois em dois anos no Frágil» a ideia volta a ser colocada em cima da mesa. No momento em que as condições estão finalmente reunidas, celebram-se também três décadas passadas desde os primeiros passos do grupo, com Rodrigo Leão, Pedro Oliveira e Nuno Cruz.
A Sétima Legião deixou uma marca vincada na produção musical nacional dos anos 80 e 90. Esta digressão promete revisitar toda a discografia do grupo, mas o grupo revela que haverá um especial cuidado com os três primeiros álbuns do grupo, os clássicos A Um Deus Desconhecido (1984), Mar D’Outubro (1987) e ainda De Um Tempo Ausente (1989), os trabalhos que permitiram à Sétima Legião conseguir um lugar de destaque na cena musical nacional, graças ao sucesso de temas como «Sete Mares» ou «Por Quem Não Esqueci». O single inaugural da discografia do grupo, «Glória», com letra de
Miguel Esteves Cardoso, acabou ele próprio por ganhar um estatuto algo mítico com o passar do tempo depois de uma importante mas discreta edição com selo da Fundação Atlântica em 1983.
Os anos 90 foram igualmente importantes para a Sétima Legião, que lançou os álbuns O Fogo (1992), Auto de Fé (1994) e Sexto Sentido (1999). Os dois volumes d’A História da Sétima Legião e duas compilações de sucessos permitiram à banda manter-se firme na memória coletiva durante a década passada. A rádio, no entanto, nunca permitiu que a música do grupo se afastasse demasiado da memória, continuando a tocar os maiores clássicos do grupo até aos dias de hoje.
A Sétima Legião revela que paralelamente à digressão de 2012 deverá ter lugar uma reedição da obra completa do grupo, voltando assim a música que conceberam a marcar encontro com o presente. Uma música onde os ecos de Manchester e os sons próprios da portugalidade se combinavam de uma forma muito própria, contribuindo assim para a profunda originalidade que a música da Sétima Legião sempre foi capaz de oferecer, facto que em última análise justifica toda esta longevidade e culto fervoroso.
De assinalar que da Sétima Legião saíram músicos que se envolveram em projetos ímpares da música portuguesa como os Madredeus, Gaiteiros de Lisboa ou Cindy Kat, além claro, da notável carreira a solo de Rodrigo Leão..
30 anos depois, a Sétima Legião volta a encontrar-se em cima de um palco, com a sua música e com o seu público. Uma ocasião imperdível.»

09 fevereiro, 2012

Hugh Masekela, Béla Fleck e Oumou Sangaré no FMM de Sines 2012


Hurra! Já há três nomes -- e que nomes! -- confirmados para a edição deste ano do FMM, que decorre em dois fins-de-semana consecutivos de Julho: de 19 a 21 e de 26 a 28. O comunicado oficial:


«Uma lenda sul-africana, o músico que deu novos horizontes ao banjo e uma das mais importantes cantautoras de África confirmados na edição de 2012 do maior evento português de “world music”.

O primeiro conjunto de confirmações da 14.ª edição do FMM Sines – Festival Músicas do Mundo é composto por três dos melhores representantes da música mundial com raízes na tradição.

O norte-americano Béla Fleck é considerado o melhor e mais inovador tocador de banjo da atualidade. Nascido em Nova Iorque em 1958, já aventurou o banjo em composições que vão do bluegrass à pop instrumental, ao jazz e à música clássica, com a sua banda The Flecktones ou em colaborações com músicos dos géneros mais variados. Ganhou 14 Grammys e foi nomeado para 30, sendo o artista nomeado para mais categorias diferentes na história deste prémio.

Uma das mais celebradas e internacionais cantoras e compositoras africanas, Oumou Sangaré (na foto, de Ed Alcock) é originária da região do Wassoulou, no sul do Mali. “Mulheres” (“Moussolou”), o título do seu primeiro disco a solo, gravado em 1989, foi um clássico instantâneo da música africana e um corajoso manifesto pelos direitos femininos, fio de continuidade em todo o seu trabalho, que já inclui a gravação de cinco discos a solo, o mais recente dos quais “Seya”, em 2009, nomeado para um Grammy. Vencedora do prémio de música da UNESCO em 2001, esteve presente no FMM Sines 2007, onde deu um dos concertos mais elogiados da 9.ª edição do festival.

Béla Fleck e Oumou Sangaré apresentam-se no palco do FMM Sines num projeto conjunto. A parceria entre os dois músicos teve início em 2005, quando Béla Fleck levou o banjo de volta às suas origens africanas e colaborou com alguns dos melhores músicos do continente. Dessa experiência resultou o documentário multipremiado "Throw Down Your Heart", vários discos e o projeto ao vivo que faz a sua estreia em Portugal no FMM.

Um dos discos resultantes desta colaboração de Béla Fleck com músicos africanos, "Throw Down Your Heart, Africa Sessions Part 2", com a participação de Oumou Sangaré, ganhou o Grammy para melhor álbum contemporâneo de “world music” em 2011.

UM GIGANTE AFRICANO EM SINES

O trompetista, cantor e compositor Hugh Masekela é um dos nomes históricos da música sul-africana, a par de lendas como Miriam Makeba e Ladysmith Black Mambazo.

Na sua música cruzam-se, entre outras, as tradições africanas e afro-americanas, sendo especialmente marcantes no seu som o jazz bebop, o afrobeat e o funk.

Exilado durante anos devido ao apartheid, a sua canção “Bring Him Back Home”, um apelo à libertação de Nelson Mandela, é um dos hinos da África do Sul moderna.

Ganhou dois Grammys, o primeiro pelo single “Grazing in the Grass”, no final dos anos 60, e o segundo, em conjunto com Mboneni Ngema, pelo disco “Sarafina”, em 1987.

Admirado por artistas e milhões de apreciadores de música de todo o mundo, recebeu o prémio Womex 2011, uma homenagem a uma carreira ímpar onde se junta excelência musical, relevo social e impacto político.

O FMM Sines – Festival Músicas do Mundo é o maior evento de “world music” realizado em Portugal. A sua 14.ª edição realiza-se nos próximos dias 19, 20, 21, 26, 27 e 28 de julho.

Mais informações:
www.fmm.com.pt
www.facebook.com/fmmsines»