23 abril, 2012

Otis Taylor, Socalled, Lofti Bouchnak e L’Enfance Rouge no FMM de Sines

Soma e segue: «O americano Otis Taylor é um dos mais premiados cantores e criadores de blues da última década. Socalled é um artista canadiano transgressor com ligações aos universos do hip-hop e da música judaica. O projeto L’Enfance Rouge & Lofti Bouchnak (na foto) junta um dos maiores cantores do mundo árabe a uma das principais bandas do rock progressivo europeu. Estão confirmados no 14.º FMM Sines – Festival Músicas do Mundo, que decorre em Sines, no final de julho. • OTIS TAYLOR BAND (EUA) Nascido em Chicago em 1948, o “bluesman” Otis Taylor é praticante de um estilo de blues criado por si, o “trance-blues”, onde a crueza da canção negra americana se cruza com o rock psicadélico e o jazz e ganha uma componente não menos genuína mas mais hipnótica em palco. Cantor, guitarrista, banjista e tocador de harmónica, Otis Taylor é também um criador de canções, bebendo, nas histórias, principalmente na riqueza da experiência histórica dos afroamericanos. A sua carreira teve um interregno entre 1977 e 1995, mas desde que se dedicou por completo à música a sua produção discográfica tem sido impressionante, ao ritmo de quase um álbum por ano desde a estreia, em 1997, com “Blue Eyed Monster”. “White African” (2001) foi o disco que o estabeleceu na cena blues norte-americana, acumulando a partir de aí prémios e nomeações para prémios, incluindo o mais prestigiado do género, o prémio W. C. Handy, e várias distinções da revista DownBeat. Em 2004, foi considerado o melhor “entertainer” de blues do ano pelos leitores da revista Living Blues, ex-aequo com a lendária Etta James. “Contraband”, o seu 12.º álbum, lançado em fevereiro de 2012, é mais um testemunho dos blues como força contra a violência e como género capaz de se reinventar sem perder os princípios. A Otis Taylor Band faz a sua estreia em Portugal no FMM Sines. • SOCALLED (CANADÁ) O artista canadiano Socalled (Josh Dolgin) não podia ser mais diversificado e inclassificável. A sua lista de ocupações criativas inclui pianista, acordeonista, produtor, compositor, arranjador, rapper, cantor, jornalista, fotógrafo, cineasta, mágico, cartoonista e construtor de fantoches. Com formação clássica de piano, começou muito cedo a interessar-se pelo jazz e depois pelo hip-hop, um género que considera universal devido à elasticidade com que se funde com músicas de todas as origens e tradições. A descoberta da sua voz aconteceu precisamente quando começou a misturar o rap com as músicas dos seus antepassados judeus. Hoje, ele que trabalhou com um dos mestres do revivalismo klezmer, o clarinetista David Krakauer, situa-se neste território hebraico urbano, mas a sua música transpõe outros horizontes. Colaborador prolífico com outros artistas e noutros projetos, tem quatro discos em nome próprio: “HiphopKhasene” (2003), “The So Called Seder” (2005), “Ghettoblaster” (2007) e “SleepOver” (2011). A sua vinda a Sines representa, como no caso de Otis Taylor, uma estreia absoluta em Portugal. • L’ENFANCE ROUGE & LOFTI BOUCHNAK (FRANÇA / ITÁLIA / TUNÍSIA) O projeto «At-tufuula al-hamra’» nasceu da iniciativa do cantor tunisino Lofti Bouchnak, quando viu a banda franco-italiana L’Enfance Rouge a atuar na televisão Al Jazeera e ouviu o seu álbum de fusão rock / música árabe “Trapani-Halq al Waady”(2008). Lofti Bouchnak é um dos maiores, se não o maior cantor árabe vivo. Nasceu em 1952 e foi criado na medina de Tunis entre músicos de rua, encantadores de serpentes e cafés cantantes. Além do “malouf” tunisino, estilo musical com raízes andaluzas, domina a música de todo o mundo árabe como cantor, alaudista e compositor. Com François Cambuzat (voz e guitarra), Chiara Locardi (voz e baixo) e Jacopo Andreini (bateria), L’Enfance Rouge é, desde 1995, um dos mais aclamados grupos de rock progressivo da Europa. Presente já uma vez no FMM Sines, em 2009, a sua música tem uma componente política assumida e um interesse especial pelas relações Norte-Sul, sobretudo as relações entre as duas margens do Mediterrâneo (Europa e Norte de África). O projeto com Lofti Bouchnak vai ser apresentado pela primeira vez em Portugal no palco de Sines. O FESTIVAL O FMM Sines – Festival Músicas do Mundo é o maior evento de “world music” realizado em Portugal. A sua 14.ª edição acontece nos próximos dias 19, 20, 21, 26, 27 e 28 de julho. Além dos artistas mencionados nesta nota, já está também confirmada a presença de Marc Ribot y Los Cubanos Postizos (EUA), Mari Boine (Noruega – Povo Sami), JuJu (Gâmbia / Reino Unido), Oumou Sangaré & Béla Fleck (Mali / EUA), Hugh Masekela (África do Sul), Gurrumul (Austrália – Cultura Aborígene), Fatoumata Diawara (Mali), Bombino (Níger – Cultura Tuaregue), Dhafer Youssef Quartet (Tunísia), Narasirato (Ilhas Salomão) e Jupiter & Okwess International (R. D. Congo) e Astillero (Argentina). O FMM Sines 2012 é cofinanciado por fundos FEDER / União Europeia no âmbito do programa operacional INALENTEJO do QREN 2007-2013. Mais informações www.fmm.com.pt www.facebook.com/fmmsines» www.fmm.com.pt www.facebook.com/fmmsines

12 abril, 2012

Gaiteiros de Lisboa e a recuperação do GAC no MusicBox


Quando se aproxima mais um aniversário da Revolução de 25 de Abril, o Musicbox, no Cais do Sodré, apresenta mais uma edição do original e desviante festival "Lisboa, Capital, República, Popular". A notícia fresquinha, sacada ao Juramento Sem Bandeira, do camarada Vítor Junqueira:

«De 19 a 21 deste mês, o Musicbox volta a receber o festival "Lisboa, Capital, República, Popular". Na quarta edição, o destaque vai para a recuperação de canções do GAC (Grupo de Acção Cultural) por músicos da nova geração, para o regresso aos concertos dos Gaiteiros de Lisboa e para os Ladrões do Tempo, a banda que reúne Zé Pedro, Tó Trips, Pedro Gonçalves, Paulo Franco e Samuel Palitos. Como sempre, vai também ser editado o jornal de distribuição gratuita, este ano com a manchete "Ser Solidário", que serve ainda de tema geral ao debate que decorrerá no Povo, no primeiro dia do festival, com a participação de dois bloggers (Francisco Silva e Pedro Marques Lopes) e a moderação de Nuno Miguel Guedes, coordenador da edição do jornal.

Quinta-feira, 19:
Ladrões do Tempo
Luís Varatojo (DJ set na 1ª parte)

Sexta-feira, 20:
Toca'Andar
Omiri
Gaiteiros de Lisboa (na foto)

Sábado, 21
GAC - VOZES NA LUTA
Filho da Mãe, Manuel Fúria, Cão da Morte, Vicente Palma, Bob da Rage Sense, Bruno Vasconcelos, Inês Pereira, Diego Armês, Afonso Cabral, Hélio Morais + Quim Albergaria e Elisa Rodrigues + Júlio Resende c/ banda residente: Flak, Nuno Pessoa e Filipe Valentim.»

09 abril, 2012

Marc Ribot, Astillero e Dhafer Youssef Também no FMM de Sines


E mais três nomes a juntar à já extensa (e suculenta!) lista do FMM de Sines 2012. O comunicado:

«O americano Marc Ribot, um dos grandes guitarristas contemporâneos, traz a Sines o seu projeto mais emblemático, “Los Cubanos Postizos”. Astillero é uma das orquestras mais inovadoras do tango argentino atual. Dhafer Youssef cruza a tradição musical da Tunísia com o jazz europeu. Estão confirmados no programa do 14.º FMM Sines – Festival Músicas do Mundo, que decorre em Sines, no final de julho.

• MARC RIBOT Y LOS CUBANOS POSTIZOS (EUA)

O norte-americano Marc Ribot (na foto; de Barbara Rigon) é um dos maiores guitarristas do mundo. Depois de uma presença em Sines em 2005, volta ao FMM para apresentar um dos projetos mais bem-sucedidos da sua carreira, “Los Cubanos Postizos”, criado em 1998 com a edição do disco do mesmo nome, e recentemente refundado.

Na sua encarnação original, Marc Ribot Y Los Cubanos Postizos era um espetáculo criado em torno de arranjos do líder de orquestra cubano Arsenio Rodriguez, inovador do “son montuno”. Nesta nova vida do projeto, os Postizos vão além de Cuba e assimilam influências de todas as Américas.

Com 25 anos de carreira e 19 discos gravados (o último dos quais, “Silent Movies”, em 2010), Ribot tem a sua base na cena “underground” nova-iorquina mas uma atenção permanente à música que se faz em todo os géneros e em todas as partes do mundo. Deixou a sua marca numa das obras-primas de Tom Waits, “Rain Dogs” (1985), e tem colaborado com alguns dos melhores artistas do nosso tempo, como Robert Plant, Alison Krauss, Elvis Costello, John Zorn e Cyro Baptista.

Os “Cubanos Postizos” que o acompanham a Sines são os norte-americanos Anthony Coleman (piano), Brad Jones (baixo) e EJ Rodriguez (bateria e percussões) e o cubano Horacio "El Negro" Hernandez, um dos bateristas afro-cubanos mais reconhecidos e que mais contribuiu para aprofundar a relação entre o jazz, o rock e música daquela ilha.

• ASTILLERO (ARGENTINA)

Formado em 2005, Astillero é um dos agrupamentos mais importantes do tango de vanguarda, encabeçando o movimento “tango de rutura”.

Com sólido conhecimento da tradição, assume como princípio apenas interpretar repertório novo, descomplexadamente complexo, onde o tango se cruza com o jazz, a música experimental contemporânea e uma crueza no modo de expressão que podemos associar ao rock.

O seu ponto de vista sobre o tango é jovem e urbano, procurando transmitir, através de instrumentos acústicos, os movimentos da vida quotidiana e a experiência vertiginosa de viver na Buenos Aires do século XXI, a segunda maior área metropolitana da América do Sul.

Referência do novo tango, o pianista Julián Peralta, fundador da Orquesta Típica Fernández Fierro, presente no FMM Sines 2009, é o líder e compositor do grupo, responsável pelo papel central que o ritmo ocupa na sua estética.

Além de Julián Peralta, a formação de Astillero é composta por Miguel Suárez (voz), Martijn van der Linden (violino), Luciano Falcón (violoncelo), Daniel Ruggiero (bandoneón), Mariano González Calo (bandoneón) e Federico Maiocchi (contrabaixo).

Aos dois discos já gravados – “Tango de Astillero” (2006) e “Sin Descanso en Bratislava (Glosas Fuera de Tempo)” (2008) – deverá juntar-se em breve um terceiro.

• DHAFER YOUSSEF QUARTET (TUNÍSIA)

O projeto musical do tunisino Dhafer Youssef é uma síntese entre a tradição árabe, em especial na vertente mística sufi, e a cultura jazz europeia.

Nascido numa pequena cidade costeira da Tunísia, escolheu o alaúde (oud) como principal meio de expressão por considerá-lo o instrumento que mais autenticamente o liga à cultura árabe.

Muezzin numa mesquita durante algum tempo e cantor em casamentos, é também um vocalista de grande qualidade, contando-se os seus solos vocais entre os momentos mais memoráveis dos seus concertos.

Desde 1990, com a sua mudança para Viena e depois para Paris, este pano de fundo árabe foi ganhando cambiantes pela sua formação e vasta experiência e colaborações no jazz europeu.

Hoje, a sua música, meditativa e experimental, situa-se num lugar só seu onde convivem tradição magrebina, canções folclóricas norueguesas (o nu-jazz escandinavo é uma das suas principais influências) e explorações sonoras contemporâneas de várias naturezas.

Depois de experiências eletrónicas em anos anteriores, o quarteto que traz a Sines traduz na formação a preferência que tem vindo a mostrar recentemente pelo jazz acústico, sendo acompanhado ao piano pelo estónio Kristjan Randalu, no baixo pelo canadiano Chris Jennings e na bateria pelo holandês Chander Sardjoe.

Tem cinco discos gravados, o último dos quais, “Abu Nawas Rhapsody”, editado em 2010.

O FESTIVAL

O FMM Sines – Festival Músicas do Mundo é o maior evento de “world music” realizado em Portugal. A sua 14.ª edição acontece nos próximos dias 19, 20, 21, 26, 27 e 28 de julho.

Além dos artistas mencionados nesta nota, já está também confirmada a presença de Mari Boine (Noruega – Povo Sami), JuJu (Gâmbia / Reino Unido), Oumou Sangaré & Béla Fleck (Mali / EUA), Hugh Masekela (África do Sul), Gurrumul (Austrália – Cultura Aborígene), Fatoumata Diawara (Mali), Bombino (Níger – Cultura Tuaregue), Narasirato (Ilhas Salomão) e Jupiter & Okwess International (R. D. Congo).

O FMM Sines 2012 é cofinanciado por fundos FEDER / União Europeia no âmbito do programa operacional INALENTEJO do QREN 2007-2013.

Mais informações

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