08 julho, 2009
Uma Casa Portuguesa - Reabre Hoje, No Porto, a Unir Brasil e Portugal
Depois do frio nórdico - mas com alguns espectáculos maravilhosos e bastante quentes - do ano passado, o festival Uma Casa Portuguesa, da Casa da Música, Porto, recebe a partir de hoje, dia 8, a sua edição dedicada ao Brasil, em que actuam nomes como Renata Rosa, Hamilton de Holanda ou Siba e A Fuloresta. Mas, esta noite, o palco está por conta de dois grupos portugueses: as regressadas às lides, e ainda bem!, Segue-me à Capela (na foto) e os alentejanos Adiafa. Outros nomes incluídos no programa são: Galandum Galundaina, Pauliteiros de Miranda, Mário Laginha e Bernardo Sassetti (numa homenagem a Amália Rodrigues), Ricardo Parreira, Helder Moutinho, Cristina Branco, António Zambujo e Amélia Muge. O programa completo:
«No Ano Brasil na Casa da Música, a 3ª edição do festival Uma Casa Portuguesa, entre 8 de Julho e 2 de Agosto, cruza a música popular e tradicional do nosso país com algumas revelações da música brasileira. É o caso de Renata Rosa e de Siba e a Fuloresta que nos trazem os ritmos e os cantares do folclore nordestino. Também do Brasil vem o quinteto do bandolinista Hamilton de Holanda.
De Trás-os-Montes ao Alentejo, vários sons populares dominam os quatro primeiros dias do Festival: segue-me à Capela, Adiafa, Pauliteiros de Miranda e Galandum Galundaina.
Uma Casa Portuguesa apresenta ainda Amélia Muge, num registo retrospectivo da sua carreira.
Entre 23 e 26 de Julho, o festival ganha novas sonoridades, sendo dedicado ao fado. Num concerto a dois pianos, Mário Laginha e Bernardo Sassetti homenageiam Amália Rodrigues no décimo aniversário da sua morte. Ricardo Parreira, Hélder Moutinho e Cristina Branco integram também este programa de Uma Casa Portuguesa, onde se destaca António Zambujo, uma das mais recentes revelações do fado. A Banda Sinfónica Portuguesa está presente num concerto ao Meio-Dia dedicado aos compositores nacionais. O festival encerra com um encontro que reúne nove bandas filarmónicas da região, celebrando a importância destes agrupamentos.
Quarta, 08 de Julho
Segue-me à Capela
Adiafa
22h00| Sala 2 | €10
Sete vozes femininas cantam, à capela, clássicos da música tradicional portuguesa. Segue-me à Capela distingue-se pelos arranjos concebidos em torno da voz, com utilização esporádica de instrumentos de percussão como o adufe, a pandeireta, as pinhas ou as castanholas. O repertório, escolhido a partir de recolhas feitas por Michel Giacometti, Alberto Sardinha e G.E.F.A.C. (Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra), reparte-se pelas canções de trabalho, de amor ou religiosas.
As Meninas da Ribeira do Sado foi o tema que tirou os Adiafa da Vidigueira e os deu a conhecer ao mundo. Sete anos depois, o grupo de cante alentejano está de volta aos grandes palcos com a sua viola campaniça, adufes e outros instrumentos tradicionais.
Quinta, 09 de Julho
Pauliteiros de Miranda
Hamilton de Holanda Quinteto
22h00| Praça | €15
Com espectáculos por todo o mundo e vários prémios na bagagem, Hamilton de Holanda é uma das figuras de proa da chamada música instrumental brasileira, sendo considerado um dos melhores músicos do mundo por figuras de renome da música brasileira como Hermeto Pascoal, Maria Bethânia ou Djavan. O jovem bandolinista vem ao Porto com o seu premiado quinteto apresentar música do último registo da banda, Brasilianos 2.
Constituído, na sua maioria, por elementos naturais de Terras de Miranda e ex-dançadores de outras formações do género, o grupo Pauliteiros de Miranda recuperou a experiência, o entusiasmo, a cultura, a magia da gaita de foles Mirandesa, o ritmo natural dos paulitos e o exotismo dos laços com que dança a vida de um povo.
Sexta, 11 de Julho
Amélia Muge
Siba e a Fuloresta Música de Pernambuco
22h00| Praça | €10
Com cinco álbuns editados, Amélia Muge apresenta uma abordagem inédita do seu repertório, recuperando 15 dos mais de 200 temas que criou, e oferece dois inéditos ao público da Casa da Música. O reconhecimento surgiu em 1999, quando começou a ser convidada a compor para outros intérpretes. Desde então, escreveu para Mísia, Mafalda Arnauth, Ana Moura, Cristina Branco, Hélder Moutinho, entre outros. Em 1 Autora, 202 Canções, Amélia Muge recupera para a sua voz alguns desses temas, já cantados e registados por outros.
Natural do Recife, Siba cresceu entre a cidade e o interior, dois mundos que o levaram a trabalhar os fundamentos da poesia ritmada, tornando-se num dos principais mestres da nova geração do maracatu e dos cirandeiros. Toda vez que eu dou um passo/ O mundo sai do lugar é um disco dançante e bem humorado. As percussões e os metais estão no centro das atenções da sonoridade deste registo onde o cheiro a Carnaval paira no ar.
Sábado, 12 de Julho
Banda Sinfónica Portuguesa
12h00| Sala Suggia
Criada no final de 2004, no Porto, a Banda Sinfónica Portuguesa é composta por perto de 60 instrumentistas de sopro e percussão, violinos e contrabaixos, com uma média de idades de 24 anos. A 1 de Janeiro de 2005, a Banda estreou-se no grande auditório do Teatro Rivoli do Porto, onde gravou o seu primeiro CD, com o apoio da Culturporto. Dois anos depois, o grupo foi convidado pela Fundação Casa da Música a apresentar-se na Sala Suggia, onde tem vindo a interpretar um conjunto de obras originais de compositores de renome mundial, em estreia nacional.
Sábado, 12 de Julho
Galandum Galundaina
Renata Rosa
22h00| Praça | €10
Procurando recolher, investigar e divulgar o património musical, as danças e língua das Terras de Miranda, nasceram, em 1996, os Galandum Galundaina. O grupo tem feito a ligação entre a antiga geração de músicos e os mais jovens, assegurando a continuidade da tradição musical desta terra. Os elementos do grupo nasceram e cresceram nas Terras de Miranda onde adquiriram conhecimento directo da música que interpretam através do ambiente familiar e do convívio com os velhos gaiteiros.
Representante da nova geração de músicos de Pernambuco, Renata Rosa, cantora-compositora-actriz, tem vindo a desenvolver o seu trabalho com músicos do interior e da capital do Estado. O álbum de estreia, Zunido da Mata (2003), valeu a Renata Rosa o prémio Choc de L’Année (Melhor Disco do Ano), concebido pela revista mensal Le Monde de la Musique, em 2004. Para além do Nordeste brasileiro, a cantora é influenciada pela música indiana, árabe, ibérica, cigana e indígena.
Quinta, 23 de Julho
Ricardo Parreira
António Zambujo
22h00| Sala Suggia | €10
“O que se ouve em Zambujo é algo que vai mais fundo. É um jovem cantor de fado que, intensificando mais a tradição do que muitos de seus contemporâneos, faz pensar em João Gilberto e em tudo que veio à música brasileira por causa dele”, escreve Caetano Veloso no seu blog Obra em Progress, sobre o fado de António Zambujo. O reconhecimento acontece também na Europa. Outro Sentido, o seu terceiro álbum, ocupa o terceiro lugar de vendas da Fnac Paris e é considerado um dos 10 melhores de 2008 pelo jornal Libération. Na Grã-Bretanha, foi distinguido como um dos melhores na world music no «Top of The World Album», da revista SongLines.
Depois da homenagem ao mestre da viola Fernando Alvim, Ricardo Parreira regressa à Casa da Música com um espectáculo especial que se divide em duas partes: uma homenagem ao disco Com que Voz, de Amália Rodrigues, e a interpretação de temas da música popular portuguesa. Com apenas 21 anos, o guitarrista português tem vindo a conquistar a admiração de todos com quem tem partilhado o palco e a sua mestria interpretativa.
Sábado, 25 de Julho
Trago Fado nos Sentidos
Mário Laginha e Bernardo Sassetti
22h00| Sala Suggia | €15
No regresso à Casa da Música, Mário Laginha e Bernardo Sassetti prestam homenagem a Amália Rodrigues. No 10.º aniversário da morte da fadista, a Casa da Música encomendou à dupla de pianistas um espectáculo que se antevê especial. Os músicos trabalharam a partir de algumas canções celebrizadas por Amália, nomeadamente as que marcaram a história da música portuguesa. Vão ainda celebrar o lado genuinamente português que caracteriza a voz de Amália, apresentando duas peças originais, uma da autoria de Mário Laginha, a outra de Bernardo Sassetti.
Domingo, 26 de Julho
Cristina Branco
Hélder Moutinho
22h00| Praça| €10
O tempo foi o tema escolhido por Cristina Branco para o seu novo álbum, Kronos, que é apresentado na Casa da Música. Em 12 anos de carreira, Cristina Branco, uma das mais sedutoras vozes nacionais, editou 10 álbuns e multiplicou-se em digressões pelo mundo. Já apresentado em França, Bélgica, Holanda, Áustria, Alemanha e Suíça, Kronos é um álbum constituído por canções inéditas da autoria de diferentes criadores. É o décimo disco de uma longa carreira iniciada em Amesterdão, que sucede a dois trabalhos de homenagem a duas das maiores influências de Cristina Branco: Live, dedicado a Amália Rodrigues; e Abril, com versões de canções de José Afonso.
Dez anos passados sobre a edição do seu álbum de estreia, Sete Fados e Alguns Cantos, e seis do premiado Luz de Lisboa (Prémio Amália Rodrigues 2005), Hélder Moutinho regressa aos originais com Que Fado É Este Que Trago, que apresenta na Casa da Música. Uma viagem imaginária ao mundo do fado, que conta com a assinatura do fadista na maioria das letras das canções e ainda na composição da música para um poema de David Mourão Ferreira.
Sábado/Domingo, 1 e 2 de Agosto
Encontro de Bandas Filarmónicas
18h00| Praça| Entrada livre
As bandas filarmónicas são um excelente espaço comunitário de sociabilização, ensino e produção musical nos cerca de 800 agrupamentos que existem espalhados pelo país. O movimento filarmónico português, cujas raízes provêm principalmente da zona litoral e urbana, encontra-se actualmente mais difundido nas regiões rurais e especialmente a norte do país, de onde são as bandas presentes neste encontro. Com um inestimável valor cultural e social, as bandas apresentaram-se durante muitas décadas como o único instrumento de divulgação e aprendizagem da música em Portugal fora dos centros urbanos e acessível a todas as classes sociais.
Desde Janeiro de 2007, a Casa da Música inclui na sua programação um concerto mensal dedicado às bandas de música, dando a conhecer algum repertório original de compositores internacionais e nacionais que dedicam obras a esta formação».
Mais informações, aqui.
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