24 maio, 2011

JAADU, Mulatu Astakte, Batida e Os Golpes no MED de Loulé


A organização do Festival MED de Loulé 2011 acaba de confirmar mais alguns dos artistas e grupos que vão ocupar os palcos principais deste Festival, incluindo a aqui já referida Balkan Brass Battle (Fanfare Ciocarlia vs. Boban & Marko Markovic Orchestra). Aqui vão eles:


"BALKAN BRASS BATTLE, JAADU - Faiz Ali Faiz & Titi Robin, Mulatu Astatke, Batida, Márcia, Frankie Chavez e Os Golpes entre os nomes confirmados

Estão confirmados mais dez nomes para a 8ª edição do Festival Med, o primeiro festival de música do verão e um dos mais conceituados festivais nacionais de world music. De 22 a 25 de junho, o centro histórico da cidade de Loulé veste as cores do mundo e transforma-se num palco de sons e sabores, experiências culturais, e de fusão das mais variadas manifestações artísticas.

BALKAN BRASS BATTLE - Boban and Marko Markovic versus Fanfare Ciocarlia, JAADU - Faiz Ali Faiz & Titi Robin, Mulatu Astatke, Márcia, Batida, Frankie Chavez, Os Golpes, The Soaked Lamb, The Gilbert’s Feed Band, e Al Mouraria são as últimas confirmações da edição deste ano do Festival Med. Estão assim anunciados os 22 nomes que subirão aos palcos principais deste certame.

O projeto Balkan Brass Battle, que coloca frente-a-frente a orquestra romena e cigana de metais Fanfare Ciocarlia e a orquestra de metais sérvia Boban & Marko Markovic, é uma das grandes confirmações desta edição e também um dos momentos mais aguardados. Este confronto de dois gigantes da música cigana promete uma atuação de proporções épicas, envolvente e cheia de vitalidade. O humor e a paixão gipsy sobem ao palco Med no último dia do festival, a 25 de junho.

Em 2006, o francês Titi Robin e o paquistanês Faiz Ali Faiz tocaram juntos pela primeira vez no Festival Les Escales, em Saint Nazaire. A sintonia e a química foram óbvias e assim nasceu a vontade de criar algo em conjunto. Jaadu é o projeto que une os dois músicos, misturando as suas raízes de forma astuciosa e feliz. Este álbum foi distinguido pela Songlines como Best Album of Cross Cultural Collaboration, em 2010. JAADU – Faiz Ali Faiz & Titi Robin, para ver ao vivo no palco Med, a 22 de junho.

Mulatu Astatke é uma lenda da música etíope, considerado o pai do Ethio-jazz. As suas composições respiram, de forma harmónica, sonoridades muito distintas como a salsa, o cool jazz, o funk, e ritmos árabes e indianos, tendo como assinatura, transversal aos vários temas, o recurso ao vibrafone. Astatke tem uma carreira sólida de mais de quatro décadas, tendo colaborado com nomes de peso do jazz como Duke Ellington, com quem trabalhou nos anos 70. Em 2004, iniciou a colaboração com o grupo Either / Orchestra de Massachusetts, de quem se faz acompanhar até aos dias de hoje. No palco Med, Mulatu Astatke tem atuação agendada para 25 de junho.

Mais do que uma intérprete, Márcia compõe com a guitarra e a voz e os seus temas são considerados verdadeiros poemas, na maioria, de amor, onde a emoção e a entrega são permanentes. Canta desde os 13 anos, mas foi a pintura que dominou os seus estudos até há pouco tempo. Continuou a cantar, conciliando a atividade com a paixão pelas artes plásticas, mas a música levou a melhor a dado momento. No final do ano passado editou o seu primeiro trabalho, “Dá”, que apresentará no palco Med a 25 de junho.

O projeto Batida é uma das últimas confirmações, para a edição 2011 do Festival Med, e promete pôr toda a gente a dançar com os ritmos da música angolana, que misturam sonoridades tradicionais com propostas mais modernas. “Dance music com atitude mwangolé”, é assim que a banda apresenta o seu trabalho, atuando num território onde o kuduro encontra a eletrónica, que já conquistou mercados internacionais. Para ver no palco Med, a 24 de junho.

Frankie Chavez toca sozinho, numa “one man band”. Com temas blues oriented, assumiu o seu papel na música de forma mais séria quando Henrique Amaro o convidou para participar numa edição da Optimus Discos. Nasceu assim um EP de seis músicas, para conhecer ao vivo e a cores no palco Med no sábado, 25 de junho.

“Uma espécie de aldeia de xisto onde não faltam os arranha-céus” é assim que Samuel Úria apresenta Os Golpes (na foto). Este é um projeto musical bem-humorado cuja sonoridade se situa entre o rock e a música tradicional portuguesa, protagonizado por Manuel Fúria dos Golpes (voz, letras e guitarra), Pedro da Rosa dos Golpes (guitarra e segundas vozes), Luís d’Golpes (baixo e coros), e Nuno Moura dos Golpes (bateria e coros). Os quatro elementos têm atuação marcada para 23 de junho.

O palco Castelo, exclusivamente dedicado a projetos nacionais, recebe ainda The Soaked Lamb a 24 de junho. O coletivo luso irá apresentar “Hats & Chairs”, o álbum editado em 2010, que sucede o bem-sucedido “Homemade Blues”. Este segundo trabalho reúne temas com influências de grandes nomes como Nina Simone, Ver Gary Davis, Billie Holiday, Chico Buarque ou Paolo Conte.

The Gilbert’s Feed Band sobem a palco a 23 de junho, para surpreender com as suas performances acrobáticas e a atitude burlesca. A originalidade, assinatura deste grupo português, pauta todas as suas performances, que pressupõem sempre muito movimento a acompanhar a fusão musical. No Med, este coletivo irá apresentar o álbum “The Flabbergasting Return of The Grand Strambolic Circus”, lançado em 2010.

O cartaz dos palcos principais fica completo com Al Mouraria, um projeto de música portuguesa que recupera a tradição da Mouraria e lhe adiciona sonoridades do fado mais moderno. Com recurso a variados instrumentos, desde a incontornável guitarra portuguesa à viola baixo e alguns deles menos óbvios, neste género tão lusitano, como a flauta, o violino, o saxofone ou o acordeão. Al Mouraria sobe ao palco do Med na sexta-feira, dia 24 de junho.

Os bilhetes estarão à venda a partir de dia 1 de junho no Cine-Teatro Louletano. O bilhete diário custa 12,00 €, o passe de festival (4 dias) são 40,00 €.

Programa:

AGENDA DO FESTIVAL MED 2011


22 de junho, 4ª feira
JAADU - Faiz Ali Faiz & Titi Robin
Muchachito Bombo Infierno
António Zambujo
Lula Pena
Marrokan

23 de junho, 5ª feira
SEUN KUTI & EGYPT 80
Magnifico
Sean Riley & The Slowriders
Os Golpes
The Gilbert’s Feed Band

24 de junho, 6ª feira
GEORGE CLINTON Parliament Funkadelic
Luísa Sobral
Batida
The Soaked Lamb
Al Mouraria

25 de junho, sábado
BALKAN BRASS BATTLE - Boban and Marko Markovic versus Fanfare Ciocarlia
AFROCUBISM
Márcia
Mulatu Astatke
DakhaBrakha
Pinto Ferreira
Frankie Chavez"

20 maio, 2011

Salva a Terra – Eco Festival com Velha Gaiteira, Uxu Kalhus e Uma Batalha de DJs Especial


O Salva a Terra - Eco Festival apresenta este ano (de 9 a 12 de Junho, em Salvaterra do Extremo, Idanha-a-Nova)) a sua segunda edição, com vários concertos, actividades paralelas -- muitas delas, naturalmente, de carácter ecologista, não fosse este um festival destinado a angariar fundos para o CERAS -- e com um encerramento muito especial: uma inédita batalha de DJs entre a radialista (e grande amiga) Raquel Bulha e o autor deste blog. Aqui vão o comunicado oficial e o programa completo de concertos e sessões:


"Salva a Terra – Eco Festival
Festival para angariação de fundos para o CERAS


Organizado pela Quercus e pelo grupo musical Velha Gaiteira, o Eco festival Salva a Terra irá realizar-se entre os dias 9 e 12 de Junho de 2011, em Salvaterra do Extremo (Idanha-a-Nova).Com este Eco Festival, pretende-se angariar fundos para o CERAS – Centro de Estudos e Recuperação de Animais Selvagens de Castelo Branco

2011 Segunda edição: o que mudou

Este é o segundo festival organizado pela Quercus - Castelo Branco e pela Velha Gaiteira, nesta edição, os organizadores decidiram levar o festival até ao mundo rural, desenvolvendo todas as actividades na Aldeia de Salvaterra do Extremo, permitindo assim aos participantes desfrutarem do património natural e humano de uma das mais emblemáticas e sensíveis aldeias da Beira Baixa e do Parque Natural do Tejo Internacional. Esta edição contará com o apoio do Município de Idanha-a-Nova, da Freguesia de Salvaterra do Extremo, da AFN (Autoridade Florestal Nacional) e de outros mecenas particulares.

Missão do Salva a Terra
A principal missão do Salva a Terra – Eco festival de Música pelo Ceras, é angariar fundos que permita aos voluntários do CERAS – Centro de Estudos e Recuperação de Animais Selvagens de Castelo Branco, continuar a desenvolver e melhorar o seu trabalho, através da aquisição melhores meios para recuperar um número crescente de animais selvagens.
A funcionar sobre uma base de trabalho voluntário desde 1999, o CERAS já recuperou mais de 1300 animais selvagens, tendo uma taxa de sucesso superior a 50%.
Pretendemos também incrementar os valores da solidariedade, da cooperação e do voluntariado, incutindo nos participantes uma consciencialização ambiental e solidária, tendo sempre como pano de fundo a conservação e defesa da vida silvestre.
 
Actividades previstas
Além dos concertos em diversos palcos (Igreja, palco Pôr-do-sol, e palco Terra) os participantes irão usufruir de conferências, percursos interpretativos na natureza, cinema documental, workshops temáticos nas áreas do ambiente, música e danças tradicionais.

Informações e inscrições:
www.quercus.pt

O Salva a Terra no Facebook
http://www.facebook.com/Salva.a.Terra

De 9 a 12 de Junho esperamos por todos em Salvaterra do Extremo, Idanha-a-Nova, Beira Baixa!"

PROGRAMA:

Dia 9

22h00 - Xícara (na foto)
00h15 - Pé na Terra
02h15 - DJ Rosmanix


Dia 10

18h00 - DIDGEnBASS
19h00 - Sabão Macaco
22h00 - Charanga
00h15 - Uxu Kalhus
02h15 - DJ Zeek & Trasgo


Dia 11

18h00 - Ninho
19h00 - Frankie Chavez
22h00 - Sebastião Antunes
00h15 - Velha Gaiteira
02h15 - DJ Battle Raquel Bulha vs António Pires

09 maio, 2011

Afrocubism, Magnifico e DakhaBrakha no MED de Loulé


Depois da confirmação de George Clinton, Seun Kuti & Egypt 80, Lula Pena, Muchachito Bombo Infierno, Sean Riley & The Slowriders e Luísa Sobral, chega agora a confirmação de mais seis nomes para a ementa do MED de Loulé deste ano: Afrocubism, Magnifico, DakhaBrakha (na foto), António Zambujo, Marrokan e Pinto Ferreira. O novo comunicado, já com o calendário (ainda não completo, claro) de actuações:

"Loulé, 9 de maio de 2011 – Estão confirmados mais seis nomes para a 8ª edição do Festival Med, o primeiro festival de música do verão e um dos mais conceituados festivais nacionais de world music. De 22 a 25 de junho, o centro histórico da cidade de Loulé veste as cores do mundo e transforma-se num palco de sons e sabores, experiências culturais, e de fusão das mais variadas manifestações artísticas.

Magnifico, AFROCUBISM, DakhaBrakha, António Zambujo, Marrokan e Pinto Ferreira juntam-se aos primeiros nomes anunciados: GEORGE CLINTON Parliament Funkadelic, Muchachito Bombo Infierno, SEUN KUTI & EGYPT 80, Luisa Sobral, Sean Riley & The Slowriders e Lula Pena.

O esloveno Roberto Pesut é quem encarna, desde criança, “Magnifico, the Divine”. Excêntrico, exuberante e dramático, Magnifico aposta em surpreender: em cada video, uma nova imagem, em cada álbum, uma provocação. A sua excentricidade levou-o a ser chamado a “Madonna Eslovena”. Um fenómeno que ultrapassa o universo musical, Magnifico é um animal de palco, um verdadeiro homem-espetáculo. Com um estilo único e uma performance original, Magnifico é uma mistura de conceitos e também de géneros musicais: do funk ao techno, do twist ao R&B, passando pelo turbofolk ou pelos ritmos das Balcãs. Uma fórmula invulgar que convence a crítica e os mais variados públicos. O esloveno protagonizará uma das mais aguardadas atuações desta edição do Med, a 23 de junho.

AFROCUBISM é um dos projetos de world music mais aclamados de sempre. O criador é Nick Gold, produtor da editora inglesa World Circuit, que decidiu provocar um encontro entre músicos cubanos e do Mali, em 1996. Apenas 17 anos depois este projeto ganhou vida, originando um álbum homónimo em que participam alguns dos melhores e mais premiados músicos de Cuba e África, como Bassekou Kouyate, Djelimady Tounkara, Kasse Mady Diabeté & Grupo Pátria, Toumani Diabeté & Eliade Ochoa. A 25 de junho, no palco Med, será possível constatar porque valeu a pena a espera de quase duas décadas para conhecer o melhor da fusão ambiciosa destas duas culturas.

DakhaBrakha, coletivo ucraniano criado em 2004 por Vladyslav Troitskyi, sobe ao palco Med a 25 de junho. Sempre com atuações cenicamente fortes, este quarteto começou por apostar na música folk ucraniana, mas evoluiu para ritmos e sonoridades de todo o mundo, sendo o resultado verdadeiramente inesperado. Os DakhaBrakha são hoje conhecidos pela imensa variedade de instrumentos tradicionais, oriundos dos quatro cantos do mundo, a que recorrem e que assumem o papel principal nas composições da banda. Apesar das raízes ucranianas, o som dos DakhaBrakha ultrapassa fronteiras, assumindo a sua transnacionalidade. Tendo já realizado mais de 300 concertos, a banda já tem no curriculum participações em inúmeros festivais de música, da França ao Reino Unido, da Áustria à Holanda, República Checa e Alemanha, da China à Austrália. Em junho, têm encontro marcado com o público português no Med, em Loulé.

António Zambujo é um dos mais talentosos fadistas da nova geração. Com uma história desde sempre ligada à música, António Zambujo editou o seu primeiro trabalho, “O mesmo fado”, em 2002, e foi desde logo considerado um jovem promissor do género, tendo sido distinguido com o prémio “Melhor Nova Voz do Fado” (já atribuído a nomes como Mariza, Camané ou Mafalda Arnauth)., da Rádio Nova FM. Com o seu segundo trabalho, “Por meu Cante” ganhou o Prémio Amália Rodrigues (atribuído pela Fundação Amália Rodrigues) na categoria de "Melhor Intérprete Masculino de Fado". As distinções continuam e em 2008, a Songlines distingue o seu “Outro Sentido” (editado na Europa e EUA) como Top of The World Album. António Zambujo sobe ao palco Med a 22 de Junho para apresentar o seu quarto trabalho, “Guia”.

A morna, o soul, o reggae e o fado unem-se na alquimia dos sons criada por Marrokan. O músico, que rumou a solo após ter fundado a banda Manif3stos, lançou-se numa aventura multicultural, com paragens nas terras de África e Médio Oriente. "Complications in Every Relation" é o primeiro single do álbum "Glorius to Link Us", com edição marcada para Outubro deste ano. Gravado entre Paris e Lisboa, conta com as participações especiais de Abou e Charles, respetivamente baixista e baterista de Alpha Blondy, Charly Martinez - ex-teclista de Tiken Jah Fakoly - Alpha Blondy, Souls Of Fire, Junior dos Terrakota e uma das grandes referências do Reggae europeu, Gentleman. Marrokan sobe ao palco Castelo a 22 de junho.

Pinto e Ferreira juntaram-se e formaram uma banda, a Pinto Ferreira. Lançaram um primeiro álbum, homónimo, que remete para o universo imaginário de um escritório enfadonho. Chamaram a atenção com um primeiro single, “Violinos no Telhado”, e continuaram a surpreender com o segundo, “Elogio da Estupidez”. Pela primeira vez no Med, sobem ao palco Castelo a 25 de junho.

Os bilhetes estarão à venda a partir de dia 1 de junho no Cine-Teatro Louletano. O bilhete diário custa 12,00 €, o passe de festival (4 dias) são 40,00 €.

AGENDA MED 2011



22 de junho, 4ª feira
Muchachito Bombo Infierno
António Zambujo
Lula Pena
Marrokan

23 de junho, 5ª feira
SEUN KUTI & EGYPT 80
Magnifico
Sean Riley & The Slowriders

24 de junho, 6ª feira
GEORGE CLINTON Parliament Funkadelic
Luísa Sobral

25 de junho, sábado
AFROCUBISM
DakhaBrakha
Pinto Ferreira

06 maio, 2011

Ollin Kan 2011 com Watcha Clan, Johanna Juhola e Retrovisor


Mais uma vez recorrendo à rapidez de antecipação das Crónicas da Terra, aqui fica o programa completo da extensão portuguesa do festival mexicano Ollin Kan, que este ano decorre de 22 a 24 de Julho na Casa da Música, Porto, e não em Vila do Conde:


"Programa completo do Ollin Kan na Casa da Música

22 de Julho

Rakia (Portugal)
Sur le Niger (Cabo Verde/Mali)
Watcha Clan (França)
Jaune Toujours (Bélgica)
Dj Chris Tofu (Inglaterra)

23 de Julho

Sofiane Hamma (Argélia)
As 3 Marias (Portugal)
Chico Trujillo (Chile)
La Mojarra Electrica (Colômbia)
Dj’s Tommi & Barrio (Holanda)

24 de Julho

Sver (Noruega)
Johanna Juhola (na foto; Finlândia)
Terrakota (Portugal)
Retrovisor (Colômbia)"

04 maio, 2011

FMM Sines 2011 - E Agora, a Programação Completa!


Aqui vai!!!

"ALINHAMENTO COMPLETO DE CONCERTOS

Sexta, 22 de Julho

O programa de concertos do FMM Sines 2011 tem início às 19h00 de 22 de Julho, no Castelo, com um concerto de António Zambujo (Portugal), uma das vozes mais originais do fado, com influências melódicas e harmónicas das músicas alentejana e brasileira.

Às 21h30, sobe ao palco Le Trio Joubran. Formado pelos irmãos Samir, Wissam e Adnan Joubran, o único trio de alaúdes do mundo é palestino e abre novos caminhos para um instrumento central da cultura árabe. Apresenta em Sines o seu novo disco, “AsFâr”.

Às 23h00, um dos mais brilhantes músicos africanos do nosso tempo, o senegalês Cheikh Lô estreia-se em Sines na sequência da gravação de “Jamm”, um dos discos mais aclamados de 2010.

A primeira noite do festival é fechada, às 00h30, pelos americanos Secret Chiefs 3. Criação de três antigos membros do grupo Mr. Bungle, esta banda liderada por Trey Spruance faz rock progressivo instrumental com influências sinfónicas, de heavy metal e música árabe.



Sábado, 23 de Julho

O segundo dia do festival é aberto às 19h00 pelo projecto António Chainho “LisGoa”, onde o guitarrista António Chainho evoca 500 anos de ligação cultural entre Portugal e Índia num cenário que não podia ser mais condicente: o Castelo de Vasco da Gama.

Às 21h30, actua o músico chinês Mamer, acompanhado da banda IZ. Filho da cultura nómada do povo cazaque de Xinjiang, a região mais interior da China, Mamer faz música folk gerada na tradição mas com olhos no futuro.

Berrogüetto, a banda galega com maior projecção internacional e um dos grupos mais importantes do folk europeu, apresenta-se às 23h00 com novo disco, “Kosmogonías”, lançado em 2010, e novo vocalista, Xabier Díaz.

Às 00h30, é a vez do projecto Congotronics vs. Rockers, que junta dez músicos originários dos grupos congoleses da série Congotronics (Konono n.º 1 e Kasaï Allstars) e dez músicos da cena rock alternativa (músicos provenientes dos Deerhoof, Wildbirds & Peacedrums e Skeletons, juntamente com Juana Molina e Vincent Kenis). Numa digressão europeia seleccionada, este é o único concerto do projecto em Portugal.

Domingo, 24 de Julho

O primeiro concerto de domingo, 24 de Julho, acontece às 19h00. Aduf é um projecto do percussionista português José Salgueiro baseado na transformação do instrumento tradicional adufe. A cantora basca María Berasarte é convidada especial.

Autora de “Lero-Lero”, um dos discos brasileiros com maior atenção internacional em 2010, a paulistana Luísa Maita estreia-se em Portugal no palco do Castelo, às 21h30.

Às 23h00, cede o lugar ao projecto De Tangos y Jaleos, que apresenta o verdadeiro flamenco popular, raramente mostrado fora das cerimónias privadas das famílias ciganas da Extremadura espanhola, num encontro genuíno e de grande intensidade.

Figura histórica do highlife, o ganês Ebo Taylor fecha o primeiro fim-de-semana de concertos, às 00h30, na companhia de uma orquestra de “allstars” do afrobeat actual, a Acrobeat Academy.

Quarta, 27 de Julho

A cantora, multi-instrumentista e compositora galega Mercedes Peón abre o segundo fim-de-semana de concertos com a apresentação de “SÓS”, um dos discos de fusão electro-acústica baseada em música tradicional mais amados dos últimos anos. Às 19h00, no Castelo.

Às 21h45, a cantora, baixista e percussionista Manou Gallo, natural da Costa do Marfim, sobe ao palco do Castelo com a banda acústica belga Woman Band para apresentar o seu disco “Lowlin”, gravado em 2010.

O trio jovem Mama Rosin, vindo da Suíça, tem concerto marcado para as 23h15. A sua música de dança funde a energia do punk e do rock com o zydeco, música da comunidade crioula negra do Luisiana.

Unindo a rebeldia poética do rap ao poder instrumental das orquestras africanas, o ganês Blitz the Ambassador promete marcar o hip hop da segunda década do séc. XXI. Termina a noite de música no Castelo às 00h45.

Às 02h45, é inaugurado o palco da Praia Vasco da Gama, com um concerto pelo trio português Mikado Lab. Liderado pelo compositor e baterista Marco Franco, é responsável por dois dos melhores discos de sempre do jazz nacional, “Baligo” e “Coração Pneumático”.

Quinta, 28 de Julho

Shunsuke Kimura e Etsuro Ono são renovadores do Tsugaru-shamisen, um instrumento de cordas com um lugar especial na cultura do Japão. Tocam no palco do Castelo às 19h00.

Formado pot Estelle Grand (voz e piano), Amaury Blanchard (bateria) e Clarisse Catarino (acordeão), o grupo francês Fromtwo promove mestiçagens entre a música erudita e o jazz, às 20h15, no palco da praia.

De volta ao Castelo, às 21h45, a rebetika estreia-se no FMM. Um dos grupos mais destacados da nova geração da música grega de raiz tradicional, o quarteto Apsilies baseia as suas experimentações no repertório da escola oriental do género.

Às 23h15, um dos maiores inovadores da slide guitar indiana, Vishwa Mohan Bhatt, dialoga com um grupo cigano na tradição dos músicos dos antigos rajás, The Divana Ensemble. Juntos, representam o melhor da música Rajastão num projecto designado “Desert Slide”.

Formada nas ricas tradições do jazz sul-africano e da música negra, a cantora Nomfusi apresenta em Sines o disco que a revelou, “Kwazibani”. É acompanhada pela banda The Lucky Charms, num concerto às 00h45.

A noite de música termina na praia às 02h45. Entre a Dixieland e o free jazz, o projecto Tuba Project feat. Bob Stewart, concebido pelo pianista e compositor romeno Lucian Ban, dá à tuba a proeminência que lhe faltava no jazz contemporâneo.




Sexta, 29 de Julho

Criado por Marco Barroso, o L.U.M.E. (Lisbon Underground Music Ensemble) é uma big band de autor com alguns dos melhores músicos portugueses do jazz e da clássica. Abre o penúltimo dia de música no Castelo, às 19h00.

Acabada de estrear em CD com “As Big as Divided”, a jovem banda portuguesa Lousy Guru faz pop com influências folk onde os jogos polifónicos são marca. Sobe ao palco da praia às 20h15.

Às 21h45, de novo no Castelo, é a vez de Ayarkhaan, trio feminino que lidera o movimento de revitalização da música da república russa da Iacútia usando apenas como ferramentas o canto gutural e o berimbau metálico “khomus”.

O terreno fértil das músicas modais inspira o projecto francês Marchand vs. Burger “Before Bach”, às 23h15. Criado pelo cantor e instrumentista Erik Marchand e pelo guitarrista Rodolphe Berger, tem o argelino Mehdi Haddab (Speed Caravan) como convidado especial.

Uma das bandas que mais contribuiu para abrir a música ocidental aos sons do resto do mundo, os alemães Dissidenten, os “padrinhos do worldbeat” segundo a Rolling Stone, trazem a Sines as suas “Tanger Sessions”, fusão de rock e música árabe, às 00h45.

O dia de música termina na praia, às 02h45, com O Experimentar Na M’Incomoda. Trata-se de um projecto de Pedro Lucas em que a música tradicional açoriana ganha uma nova vida através dos recursos do digital.

Sábado, 30 de Julho

No seio da Orchestre National de Barbès (na foto), o músico marroquino Aziz Sahmaoui ajudou a renovar a música magrebina. Em 2011, lança-se a solo com o projecto University of Gnawa, uma reunião entre Marrocos e Senegal que traz ao Castelo, às 19h00.

Às 20h15, no palco da praia, é a vez de CaBaCE, banda revelação da música afro feita em Portugal, vencedora do concurso Rock Rendez Worten 2010.

Às 21h45, no Castelo, o músico cabo-verdiano Mário Lúcio, ex-líder dos Simentera, apresenta em Sines o seu trabalho a solo mais recente, “Kreol”, um dos discos do ano nos “charts” europeus de world music.

Transformando o maloya tradicional através de um olhar contemporâneo e pessoal, Nathalie Natiembé, natural de Reunião, ilha francesa no Índico, é uma das vozes mais originais da música africana de hoje. Sobe ao palco do Castelo às 23h15.

Às 00h45, dez anos depois do concerto histórico com Black Uhuru em 2001, a secção rítmica que mudou o reggae, Sly & Robbie, volta ao palco do FMM com um dos cantores jamaicanos em melhor forma, Junior Reid. É o concerto de encerramento da música no Castelo, com fogo-de-artifício.

O último espectáculo do festival acontece na praia, às 02h45, com Kumpania Algazarra, banda portuguesa de música festiva com influências globais.

Em breve será anunciado o programa de iniciativas paralelas, com exposições, ciclo de cinema, ateliês para crianças, feira do disco e do livro, conversas com artistas e escritores, animação de rua, DJ’s e Rádio FMM."

Mais informações, aqui.

03 maio, 2011

Mais Concertos World (ou Aparentados) Que Aí Vêm!


De muitos artistas que aí vêm a vários Festivais de World Music já aqui demos conta. Mas, para já, publicamos aqui outra extensa lista de nomes já confirmados em vários festivais -- de world, transversais e até de rock --, para além de alguns concertos isolados. Do fado ao reggae, da música do norte de África ao som mestiço, da bossa-nova e da pop infectada pelos Balcãs ao flamenco, ao metal apaixonado pela folk nórdica ou ao jazz-klezmer, aqui fica mais um bom lote de nomes para ir fazendo contas à vida e mapas imaginários (a lista foi elaborada tendo por base o fabuloso site Epilepsia Emocional, o calendário de Queimas das Fitas do Mundo Universitário e as inevitáveis Crónicas da Terra):

MAIO

5 - Lisboa, CCB: Paolo Conte

5 - Lisboa, Lx Factory: Yann Tiersen

6 - Lisboa, CCB: Adriana Calcanhotto

7 - Coimbra, Queima das Fitas: Marcelo D2 e Marcelinho da Lua

7 - Porto, Hard Club: Yann Tiersen

8 - Braga, Enterro da Gata: Marcelo D2

9 - Porto, Casa da Música: Adriana Calcanhotto

11 - Porto, Teatro Sá da Bandeira: Marcelo D2

13 - Faro, Vale das Almas: Emir Kusturica & The No Smoking Orchestra

13 - Lisboa, Coliseu dos recreios: Groundation

14 - Lisboa, Semana Académica: Emir Kusturica & The No Smoking Orchestra

14 - Porto, Teatro Sá da Bendeira: Groundation

17 - Porto, Casa da Música: Fanfare Ciorcalia + Boban & Marko Markovic Orchestra (Balkan Brass Battle)

21 - Guarda, Teatro Municipal: Susana Baca

24 - Seixal, Seixal – Cine-Teatro do GCC: Turisas

25 - Porto, Hard Club: Turisas

28 - Cascais, Casino Estoril: Anat Cohen

28 - Évora, Semana Académica: Patrice


JUNHO

9 - Estarreja, Praça Francisco Barbosa: Ritinha Lobo

24 e 25 - Ericeira, Ericeira Camping: Summer Fest com Fat Freddy's Drop, Soldiers of Jah Army, Nneka, Alborosie, Freddy Locks, Guy Gerber, Natiruts, Donavon Frankenreiter, Richie Campbell, Anthony B, Cacique'97, DJ Ride


JULHO

1, 2 e 3 - Lisboa, Alto da Ajuda: Tejo com Sean Paul, Ferro Gaita, Yuri da Cunha, Nouvelle Vague, Mariza, Djavan, Parangolé, Orquestra Contemporânea de Olinda e Maria Gadú, entre outros

2 - Porto, Casa da Música - Maria Gadú

8 - Cascais, Parque Marechal Carmona: Céu

10 - Cascais, Parque Marechal Carmona: Diego El Cigala e Ciganos d'Ouro

14, 15 e 16 - Meco, Herdade do Cabeço da Flauta: Super Rock com Beirut, El Guincho, PAUS e Rodrigo Leão, entre outros

14, 15 e 16 - Gaia, Praia do Cabedelo: Marés Vivas com um peso-pesado da world metido no meio do rock: Manu Chao

18 - Porto, Casa da Música: Maria Rita

19 - Porto, Casa da Música: Alpha Blondy

22 a 24 - Casa da Música, Porto: Ollin Kan com Watcha Clan, Chico Trujillo, Johanna Juhola, Terrakota, Jaune Toujours, Sver e As Três Marias.


AGOSTO

3 a 7 - Zambujeira do Mar, Herdade da Casa Branca - Sudoeste com Patrice, Deolinda, Maria Gasolina e King Khan & The Shrines, entre outros

12 - Vila do Bispo, Praia do Tonel: Gentleman

17 a 20 - Paredes de Coura, Praia Fluvial do Tabuão: Paredes de Coura com uma enorme surpresa chamada Omar Souleyman (na foto)

(Nota: Naturalmente, não estão incluídos nesta lista todos os concertos e festivais de que já antes tinha aqui falado...

02 maio, 2011

Mayra Andrade no Coliseu dos Recreios (e Com Convidados Muito Especiais!)


A bela da notícia, em bruto mas com tudo o que há para saber:

"Para o concerto que a vai levar uma vez mais até à sala de todas as consagrações, o Coliseu dos Recreios, onde se apresenta a 3 de Junho, Mayra Andrade convidou uma verdadeira constelação de estrelas nacionais: Bernardo Sassetti, Carlos do Carmo, Carlos Martins, Tereza Salgueiro e Tito Paris irão subir ao palco para partilharem com a maior estrela de Cabo Verde da actualidade um momento de profunda intimidade, reforçando os laços que esta cantora sempre afirmou ter com o nosso país.
Neste novo espectáculo, Mayra aproxima-se mais do seu último disco, 'Studio 105', e com uma formação mais acústica que lhe permite mergulhar nas suas raízes culturais de Cabo Verde promete viajar pelos momentos mais altos da sua carreira e ainda apresentar algumas surpresas que certamente obrigarão esta noite a ficar na memória de todos os que a ela tiverem o privilégio de assistir.
Mayra apresentar-se-á ainda no Encontro de Culturas em Serpa, a 8 Junho, no Casino da Figueira a 9 Junho e no Centro de Espectáculos de Tróia a 10 de Junho"

28 abril, 2011

George Clinton, Seun Kuti e Muchachito Bombo Infierno no MED de Loulé


Que grande notícia! O mestre do funk de intervenção- e fundador dos seminais Funkadelic e Parliament - George Clinton (na foto), o herdeiro do espírito do afro-beat Seun Kuti e os repetentes Muchachito Bombo Infierno estão confirmados no MED de Loulé 2011. Também confirmados estão os portugueses Lula Pena, Sean Riley & The Slowriders e a deliciosa pop-jazz de Luísa Sobral. Ainda sem carimbo oficial, mas com um grau grande de certeza, estão também -- tal como avançaram as Crónicas da Terra e aqui se repetiu -- a Fanfare Ciocarlia e a Boban & Marko Markovic Orchestra envolvidas na Balkan Brass Battle. O comunicado oficial:

"Festival MED 2011 de 22 a 25 de Junho

George Clinton Parliament Funkadelic, Seun Kuti & Egypt 80, Muchachito Bombo Infierno e Luísa Sobral entre os primeiros nomes confirmados

Loulé, 28 de abril de 2011 – Estão já fechados os primeiros nomes para a 8ª edição do Festival Med, o primeiro festival de música do verão e um dos mais conceituados festivais nacionais de world music. De 22 a 25 de junho, o centro histórico da cidade de Loulé volta a vestir as cores do mundo e a transformar-se num palco de sons e sabores, experiências culturais, e de fusão das mais variadas manifestações artísticas.

Com cinco palcos dedicados em exclusivo à música, a Cerca e a Matriz voltam a ser palcos principais, acolhendo mais uma vez grandes nomes do circuito internacional de world music. O palco Castelo, à semelhança do ano anterior, será dedicado ao que de melhor se faz em Portugal.

George Clinton Parliament Funkadelic, Muchachito Bombo Infierno, Seun Kuti & Egypt 80, Luisa Sobral, Sean Riley & The Slowriders e Lula Pena são os primeiros seis nomes confirmados para a edição 2011 do Festival Med.

George Clinton Parliament Funkadelic sobem ao palco Med a 24 de junho, para aquela que será a sua estreia absoluta em Portugal. Liderado pelo norte-americano George Clinton, considerado um dos mais importantes embaixadores do funk, ao lado de James Brown e Sly Stone, membro do Rock and Roll Hall of Fame, este será um dos grandes momentos desta edição, certamente um dos mais aguardados.

Muchachito Bombo Infierno, coletivo espanhol que fez furor na edição do festival em 2008, volta a pisar o palco Med para mostrar porque é que se mantém uma das bandas sensação da terra de nuestros hermanos. Mais do que a originalidade dos temas ou a fusão de ritmos (rock, rumba catalã e reggae), a crítica aplaude a singularidade das suas atuações, que são manifestas homenagens à arte plástica. Cada concerto dá origem a uma tela que é pintada no palco por Santos De Veracruz, o pintor que acompanha a banda em todas as deslocações. Uma atuação que se espera que volte a ser contagiante, logo na primeira noite do festival, a 22 de junho.

Seun Kuti & Egypt 80 sobem ao palco Med a 23 de junho. Depois de Femi Kuti ter brilhado no Med, é a vez do filho mais novo de Fela Kuti, Seun Kuti, passar pelo centro histórico de Loulé. O músico nigeriano acabou de lançar seu segundo álbum, acompanhado pela banda Egypt 80, anteriormente liderada pelo seu pai, e vem ao Med apresentar o novo projeto “From Africa With Fury: Rise”. Assumindo a grande responsabilidade de ser filho do lendário pai do afrobeat, Seun mostra estar à altura do legado, evidenciando, em palco e fora dele, a mesma lírica e energia musical de Fela Kuti. Uma atuação muito desejada, sobretudo para os fãs do afrobeat.

Luísa Sobral, uma das mais recentes e promissoras revelações nacionais do mundo do jazz, sobe ao palco a 24 de junho para apresentar o seu primeiro trabalho “The Cherry on my Cake”. Tendo como inspirações nomes de peso como Billie Holliday, Ella Fitzgerald ou Chet Baker, foi com estas referências que a artista rumou a Boston para estudar música no Berklee College of Music. Durante a sua estadia de quatro anos nos EUA, Luísa Sobral foi nomeada para “Best Jazz Song” (Malibu Music Awards 2008), “Best Jazz Artist” (Hollywood Music Awards), “International Songwriting Competition” (2007), e “The John Lennon Songwriting Competition” (2008).

No dia 23 de junho, o palco Castelo recebe os portugueses Sean Riley & The Slowriders que irão apresentar “It’s Been a Long Night”, o mais recente álbum de originais da banda com lançamento previsto para 30 de maio. “Silver” é o nome do primeiro single deste trabalho que, à semelhança do anterior, “Only Time Will Tell” (2009), foi produzido por Nelson Carvalho. Aclamado pela crítica e sustentado com grandes prestações ao vivo, caso do sucesso alcançado nos festivais de Paredes de Coura e Alive, a banda aponta baterias para o mercado internacional. Com os dois discos editados no Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo), a banda foi escolhida pela Antena 3 para representar Portugal no importante festival Eurosonic (Groningen-Holanda).

Lula Pena é o último nome confirmado, para já, do cartaz deste ano do Med. A intérprete e compositora, a voz de “Pasión” uma das mais aplaudidas músicas de Rodrigo Leão, sobe ao palco Castelo no primeiro dia, a 22 de junho, para apresentar “Troubador”, o seu mais recente trabalho discográfico, o aguardado sucessor de “Phados”. Lula Pena toca um fado a que tira o f, assumindo-se, sem drama ortográfico mas com crença, como phadista. Vivendo imersa nesta relação tão singular com o som, com a memória e como carregamos connosco tudo o que já vimos, observámos e aprendemos para todo o lado, podemos pensar em Lula não só como uma das grandes “reinventoras” do fado, mas alguém que verdadeiramente o viveu e segue vivendo.

Depois de mais um recorde de bilheteira batido em 2010, com mais de 25 mil pessoas a visitarem o Med durante os quatro dias de festival, a Câmara Municipal de Loulé, entidade organizadora do evento, continua a encarar a crescente adesão como uma consequência da qualidade artística do festival. Em 2011, a autarquia mantém a fasquia artística e também o preço dos bilhetes: bilhete diário - 12,00 €; passe de festival (4 dias) – 40,00 €.

Os bilhetes estarão à venda a partir de dia 1 de junho no Cine-Teatro Louletano. A partir do dia anterior ao festival, os ingressos poderão também ser adquiridos nas bilheteiras junto ao recinto."

25 abril, 2011

Festim 2011 com Acquaragia Drom, Carlos Nuñez e Ale Moller Band


Vem aí mais um Festim! E com mais um grande programa! Info geral e programação completa aqui em baixo:

"Aí está a 3ª edição do Festim!

O festival intermunicipal de músicas do mundo, vulgo Festim, volta aos palcos da região no próximo Verão, de 3 de Junho a 22 de Julho de 2011, assente numa rede de cinco municípios vizinhos: Águeda, Albergaria-a-Velha, Estarreja, Ovar e Sever do Vouga.

Com uma crescente identificação do festival pelo público nas duas edições realizadas, repete-se a dose, no incontido desejo de, através das músicas do mundo - uma área de paixão nas programações d’Orfeu -, consolidar uma rede de programação cultural à escala regional.

Em 2011, o Festim regressa com uma programação fascinante, uma festiva viagem pela diversidade. O mundo e as suas culturas em sete partidas: este ano há Itália, Cabo Verde, Palestina, Espanha, Brasil, Suécia, Grécia, Senegal, Canadá, México e Chile.

Dos oito grandes nomes desta 3ª edição, quatro são estreias absolutas em Portugal (Trio Joubran, DJ Tudo e Sua Gente de Todo Lugar, Ale Möller Band e Chico Trujillo). Oito grupos, cinco Municípios, vinte concertos, um cartaz único.

Faz teu o Festim!

Programa:


Acquaragia Drom (Itália)

Já todos sabemos que corre um sangue festivo nas veias da música cigana. Agora, imaginem-se os cantos de leste convertidos, ao passar os alpes, em saltarelos e tarantelas tipicamente italianas. É essa a matriz dos Acquaragia Drom, nome histórico da música zíngara em Itália. Na abertura do Festim, uma viagem ao extrovertido e original estilo personalizado por estes músicos de alma cigana.
Sex 3 Jun, OVAR
Sáb 4 Jun, SEVER DO VOUGA


Ritinha Lobo (Cabo Verde)

Ritinha Lobo, herdeira de um sobrenome consagrado na música de Cabo Verde, reflecte o espírito aberto da nova geração de vozes do arquipélago. Começa ainda criança a pisar os palcos, crescendo com o batuque, o funaná e as coladeras. Faz-se mulher e encarna a sensualidade da música caboverdiana. A morna faz parte dela, mas Ritinha abraça a África lusófona no seu repertório, para uma festa das sete partidas em português e em crioulo.
Qui 9 Jun, ESTARREJA
Sex 10 Jun, SEVER DO VOUGA


Le Trio Joubran (Palestina)

O alaúde está para o música árabe como a guitarra portuguesa para o fado. Os três irmãos Joubran são os inspirados herdeiros de uma tradição familiar ligada àquele instrumento. Nascidos na cidade bíblica de Nazaré, os virtuosos Samir, Wissam e Adnan improvisam com absoluta excelência e imprimem uma incomparável intensidade à sua música, ao mesmo tempo que conquistam grande notoriedade internacional. Um concerto deste trio é uma experiência irrepetível.
Sex 17 Jun , ALBERGARIA-A-VELHA
Sáb 18 Jun, ESTARREJA


Carlos Nuñez (Galiza, Espanha)

Carismático e brilhante gaiteiro galego, Carlos Nuñez (na foto) é um dos grandes nomes do Festim 2011. A aura mágica da sua música não é mais que uma certa representação da cultura celta, esse mítico mundo de magos, druidas, dólmenes e menires. Nuñez tem uma obra intemporal e uma carreira que falam por si, sendo ele próprio um ícone internacional da gaita-de-foles, instrumento com cuja magia encantará as plateias do festival intermunicipal de músicas do mundo.
Qui 23 Jun , ALBERGARIA-A-VELHA
Sex 24 Jun, ESTARREJA
Sáb 25 Jun, OVAR


La Troba Kung-Fú (Catalunha, Espanha)

Estes catalães trazem ao Festim a sua bombástica fusão de rumba catalã com ritmos da cumbia ou do reggae, num concerto com sentido único para a festa. La Troba Kung-Fú garante um cocktail explosivo de música para ouvir até dançar! Um concerto de inspiração mediterrânica a partir da cosmopolita e frenética Barcelona. Uma pedalada que só visto!
Sex 1 Jul, SEVER DO VOUGA
Sáb 2 Jul, ESTARREJA
Dom 3 Jul, ÁGUEDA


DJ Tudo e Sua Gente de Todo Lugar (Brasil)

Alfredo Bello, aka DJ Tudo, é um dos mais destacados pesquisadores da tradição musical brasileira. Em concerto, faz conviver samplers de vozes recolhidas por todo o Brasil com o potente som da sua banda. Uns e outros são a sua gente de todo o lugar. Unindo tecnologia e autenticidade, DJ Tudo viaja das capitais do mundo aos quintais do interior. Colagens sonoras de primeiríssima qualidade ou como fazer do Brasil profundo uma festa sofisticada!
Qui 7 Jul, ÁGUEDA
Sex 8 Jul, OVAR
Sáb 9 Jul, SEVER DO VOUGA


Ale Möller Band (Suécia, Grécia, Senegal, Canadá e México)

Ale Möller Band é expressão de uma música étnica transversal a várias culturas do globo. O resultado é mais que um som extraordinário, é a história cultural do mundo contada em notas de música. Virtuoso instrumentista sueco, Ale Möller apresenta na sua banda, literalmente, um músico de cada nação. Tal combinação de tradições, aparentemente distantes entre si, resulta numa colorida e fantástica miscigenação. Uma das estreias absolutas em Portugal desta edição do Festim.
Qui 14 Jul, ÁGUEDA
Sex 15 Jul, OVAR
Sáb 16 Jul, ALBERGARIA-A-VELHA


Chico Trujillo (Chile)

Um concerto de Chico Trujillo é daqueles em que não se pára de saltar. Este colectivo chileno arrasa em cada país por onde passa e chega agora, pela primeira vez, a Portugal. A contagiante fusão de cumbia, rock e ska inclui um cantor louco, uma explosiva secção de sopros, letras de desamor e consciência social e uma irreprimível batida. Com o primitivo desejo de fazer o público dançar, o objectivo da música de Chico Trujillo é a festa. Nada mais apropriado para fechar o Festim 2011!
Qui 21 Jul, ÁGUEDA
Sex 22 Jul, ALBERGARIA-A-VELHA"

Mais informações, aqui.

23 abril, 2011

Flamenco, Rumba Catalã, Folk e... Fado Vindos de Espanha


Hoje recupero aqui quatro textos publicados originalmente na Time Out Lisboa, todos a propósito de artistas de vários territórios espanhóis e de diversas áreas musicais: críticas a álbuns da maravilhosa cantora de flamenco Concha Buika, da herdeira do espítito dos L'Ham de Foc, Mara Aranda, e dos rumberos catalães Sabor de Gràcia, para além de uma entrevista com a fadista basca María Berasarte (na foto), que depois da edição deste álbum "Todas Las Horas Son Viejas" passou a integrar o projecto Aduf, de José Salgueiro.

Buika
"El Último Trago"
Casa Limon

Abençoada hispanidade que permite a junção de personagens musicais como estas e deste calibre para a realização de um álbum genial: o produtor espanhol Javier Limón (o mesmo que trabalhou no último álbum de Mariza), a extraordinária cantora de flamenco e não só Concha Buika e o fabuloso pianista cubano Chucho Valdés, mais a sua banda, juntaram-se para um disco de homenagem às canções de Chavela Vargas (a lendária cantora nascida na Costa Rica mas mexicana de alma). E o resultado é absolutamente sublime! Ouve-se este disco e, nele, as canções interpretadas por Chavela – e nem por isso as mais óbvias, faltando aqui “La Llorona”, por exemplo – ganham outras cores e sabores com as rancheras e outros ritmos do México a encontrar o flamenco, a rumba, o tango, o jazz. (*****)


Sabor de Gràcia
"Sabor Pa'Rato"
World Village/Harmonia Mundi

A rumba catalã – que está bem presente na música dos Ojos de Brujo mas também aparece como referência recorrente na música de Manu Chao, Amparanoia ou Macaco – tem nos Sabor de Gràcia uns mais que dignos representantes. Ciganos que homenageiam no seu nome o bairro de Barcelona onde os gitanos mesclaram vários palos do flamenco com a salsa e outros ritmos latino-americanos, os Sabor de Gracìa têm neste seu quarto álbum, "Sabor Pa'Rato", uma abordagem à “tradição” (mesmo que nascida nos anos 50 do Séc. XX) semelhante à que os Oquestrada fazem do fado e das marchas: estão lá o rock, o funk e outras músicas mas também o respeito por ícones como Peret e Gato Pérez e, como convidados, Marina Cañailla (Ojos de Brujo), o brasileiro Wagner Pá ou Los Manolos. (***)


Mara Aranda & Solatge
"Dèria"
Galileo

Durante muitos anos foi uma das metades dos L'Ham de Foc, ao lado de Éfren López, com quem viajou pelas músicas da sua cidade (Valência) mas também de outras sonoridades ibéricas, gregas ou árabes, sempre com a memória da música medieval por trás e os ensinamentos dos Hedningarna e dos Dead Can Dance pela frente. E, com ou sem López, entrou noutras aventuras como os Aman Aman (música espanhola, grega e do resto da baía do Mediterrâneo) ou o Al Andaluz Project (música da Andaluzia da Idade Média, num convívio de géneros cristãos, muçulmanos e judeus). Agora, no álbum de estreia do primeiro projecto de Mara em nome próprio (com os Solatge) tudo isto lá continua, vivo e sempre selvaticamente acústico. É um álbum sisudo mas também há lugar para o divertimento gaiato de um fandango. (****)



María Berasarte
O fado que vem do País Basco


Há alguns, mas não muitos, os álbuns de fado gravados por artistas estrangeiros. Mas raros serão os que têm a qualidade, a ousadia e, ao mesmo tempo, um amor tão grande por este género português quanto "Todas Las Horas Son Viejas", disco de estreia da cantora basca María Berasarte, com produção de José Peixoto e letras originais, em castelhano, de Tiago Torres da Silva. Nele, não há guitarra portuguesa, mas há fados tradicionais de Lisboa em novas roupagens e uma belíssima voz a coroar isto tudo. Carlos do Carmo chama-lhe fadista.

O que é que leva uma rapariga basca a interessar-se por um género como o fado?

A minha mãe é galega e tive sempre uma relação muito estreita com Portugal. E desde há muito que comecei a ouvir fado e a apaixonar-me por esta linguagem, que é belíssima. Também gosto de flamenco, mas este é mais duro; gosto mais das melodias do fado. E, quando comecei a falar sobre o que seria o meu primeiro disco, a minha mãe disse-me “Maria, tens que gravar um disco de fados”. Primeiro, não liguei muito mas... isto ficou a maturar na minha cabeça.

Lembra-se de qual foi o primeiro fado que ouviu ou qual a primeira ou primeiro fadista que ouviu?

Foi a Amália Rodrigues. E coincidiu mais ou menos com uma altura em que a Dulce Pontes estava a ter muito sucesso em Espanha com a “Canção do Mar”. Estamos a falar de há treze anos e, nessa altura, não havia muitos discos de fado em Espanha. Mas eu comecei a comprar todos os que encontrava. E aprendi a cantá-los!

Antes da entrevista começar, disse que não quis fazer um disco de fado tradicional porque já há muitos e muito bem feitos. Este álbum, apesar de ter o fado como base navega também por outras músicas como o tango, o flamenco, a música árabe... Acha que há ligações entre todos estes géneros?

Sim. Principalmente, entre as músicas que nascem em cidades portuárias. Sevilha, onde nasceu o flamenco, foi um porto importantíssimo. Lisboa também; Buenos Aires também... as viagens que as músicas
fazem enriquecem-nas. Mas não houve nenhuma intenção inicial de irmos a essas ou outras músicas. A ideia era: vamos tocar, vamos sentir e aí vamos ver o que acontece... Poderíamos ter ido por um lado como por outros. Mas, sendo espanhola e não sendo fadista, tenho mais liberdade para percorrer esses caminhos...

“Fadista” é um carimbo muito forte...

Sim, eu prefiro dizer que sou cantora; também pela liberdade que me dá. Mas quando o Carlos do Carmo me apresentou (NR: no espectáculo comemorativo dos seus 45 anos de carreira) como uma “fadista espanhola” senti um grande orgulho! E participar nessa festa foi é importantíssimo para mim.

O José Peixoto esteve sempre nas margens do fado – lá perto mas sem lá estar. Com os seus projectos a solo, com os Madredeus, o Sal... Ele era o parceiro perfeito para esta aventura, não era?

Sim, claro. Ele foi importantíssimo em tudo isto. Costumo dizer que foi o pai do disco. Os arranjos, a produção, a sonoridade, o sentimento... E acho que para ele também foi importante, porque acho que foi a primeira vez que trabalhou sobre composições feitas há já muito tempo (NR: todas as músicas do disco são fados tradicionais de Lisboa).

Continuando na “família” que fez este disco, se a mãe é a María, se o pai é o José Peixoto, também há um tio...

Que é o Tiago Torres da Silva. Ele deu-nos muita força para fazermos o disco e arriscou ainda mais do que nós, ao fazer letras originais para aqueles fados, directamente em castelhano. E, ainda mais, a fazer letras pensando em mim. Eu gosto de cantar coisas com que me identifico e ele conseguiu conhecer-me.

O disco está a ser agora editado em Portugal e já foi editado em Espanha. Acha que Espanha já está suficientemente familiarizada com o fado para aceitar um álbum como este e... cantado em espanhol?

Em Espanha há muita gente que conhece e gosta de fado. Mas há muita gente que não percebe as palavras do que se canta. Gosto desta ideia de poder explicar, e em castelhano, do que é que o fado fala.

20 abril, 2011

Sly & Robbie com Junior Reid, Dissidenten e Secret Chiefs 3 no FMM Sines, Justin Adams & Juldeh Camara e Speed Caravan no Islâmico de Mértola


Duas excelentes notícias. A referente a Sines é da responsabilidade da organização. A de Mértola foi directamente roubada no Crónicas da Terra.


"Sly & Robbie feat. Junior Reid, Dissidenten
e Secret Chiefs 3 no FMM Sines

Reggae, worldbeat e rock experimental nas três novas confirmações do FMM Sines – Festival Músicas do Mundo 2011.

SLY & ROBBIE feat. JUNIOR REID (Jamaica)

O último concerto do FMM no Castelo, no dia 30 de Julho, com honras de fogo-de-artifício, estará este ano a cargo de Sly & Robbie feat. Junior Reid.

Lowell “Sly” Dunbar (bateria) e Robert “Robbie” Shakespeare (baixo) formam a dupla mais bem-sucedida da música jamaicana.

Enquanto secção rítmica e produtores, deram coração ao melhor reggae produzido desde os anos 70 até aos dias de hoje e nas cerca de 200 mil canções que já tocaram ou produziram acumulam um dos patrimónios mais impressionantes da música popular.

O seu uso inovador das capacidades do digital ajudou a mudar o “modus faciendi” da criação musical nos anos 80 e a sua erudição rítmica tem sido procurada por uma lista interminável de artistas de outros géneros musicais, em que se incluem nomes como Bob Dylan, The Rolling Stones e Sting.

Apresentam-se em Sines 10 anos depois da sua primeira passagem, em 2001, com os Black Uhuru.

Junior Reid, o cantor que trazem como convidado, também conheceu a experiência de actuar com aquele grupo lendário, mas hoje afirma-se a solo como umas vozes que melhor promove o encontro entre o reggae, o R&B e o hip hop.

DISSIDENTEN (Alemanha)

Os berlinenses Dissidenten sobem ao palco do Castelo de Sines no dia 29 de Julho.



Apelidados de “padrinhos do worldbeat” pela Rolling Stone, foram fundamentais para abrir a música popular ocidental como a conhecemos às músicas do mundo.

Formados em 1981, editaram o primeiro disco, “Germanistan”, no ano seguinte, durante uma estadia na Índia. Em 1984, em Tânger, gravaram “Sahara Elektrik”, de onde saiu um dos maiores sucessos, a canção “Fata Morgana”.

Continuaram em viagem pelo planeta e pelos seus sons nas duas décadas seguintes.

Em 2008, editaram “Tanger Sessions”, disco base do concerto no FMM, inspirado no conflito entre Oriente e Ocidente que se seguiu ao 11 de Setembro.

Marlon Klein (bateria e percussões) e Uve Müllrich (baixo e guitarra), membros fundadores da banda, lideram um septeto explosivo com músicos alemães e marroquinos.

SECRET CHIEFS 3 (Estados Unidos)

O grupo americano Secret Chiefs 3 (na foto) actua no Castelo de Sines no dia 22 de Julho.

Liderada pelo guitarrista / compositor Trey Spruance, trata-se de uma banda de rock progressivo experimental de grande versatilidade, com influências tão diferentes quanto a música sinfónica de cinema, as melodias do Médio Oriente e o heavy metal.

Originária de São Francisco, foi fundada em meados dos anos 90 por Spruance, Trevor Dunn (baixo) e Danny Heifetz (bateria).

Ao longo da sua história e de quase uma dezena de discos gravados, as formações têm sido fluidas, como a própria banda, que muitas vezes apresenta fronteiras pouco definidas com outros grupos liderados por Spruance, como Ur e Traditionalists.

A edição de 2011 do FMM Sines – Festival Músicas do Mundo realiza-se na cidade de Sines em dois fins-de-semana de Julho: 22 a 24 (sexta a domingo) e 27 a 30 (quarta a sábado).

Além dos nomes divulgados nesta nota, estão também já confirmados, entre os 35 concertos previstos, os seguintes artistas: Congotronics vs. Rockers (RD Congo / EUA / Argentina / Suécia), Vishwa Mohan Bhatt & The Divana Ensemble “Desert Slide” (Rajastão – Índia), Cheikh Lô (Senegal), Ebo Taylor & Afrobeat Academy (Gana), Mário Lúcio (Cabo Verde), Mamer (China), António Zambujo (Portugal), Nathalie Natiembé (Ilha Reunião – França). Blitz the Ambassador (Gana / EUA), Ayarkhaan (República da Iacútia – Rússia), Le Trio Joubran (Palestina), Shunsuke Kimura x Etsuro Ono (Japão), Luísa Maita (Brasil), Mercedes Peón (Galiza – Espanha), Mama Rosin (Suíça), Manou Gallo & Women Band (Costa do Marfim / Bélgica) e Nomfusi & The Lucky Charms (África do Sul).

Mais informações sobre o festival em www.fmm.com.pt e www.facebook.com/fmmsines."

"Justin Adams & Juldeh Camara e Speed Caravan no Islâmico de Mértola


O festival bienal Islâmico de Mértola celebra-se este ano entre os dias 19 e 22 de Maio.

O enorme souk que atravessa as ruas estreitas, íngremes e caidas do centro histórico desta localidade debruçada sobre o Rio Guadiana, continua a ser uma das principais atracções desta 6ª edição do Islâmico. Mas o cartaz musical, apesar de incluir propostas que figuraram em cartazes de Sines e de Loulé (e no próprio Islâmico de Mértola) é, provavelmente, o mais forte de sempre. Senão vejamos os pratos principais: o guitarrista britânico Justin Adams (e produtor dos Tinariwen) volta actuar com o griot gambiano Juldeh Camara; os sónicos Speed Caravan (que saudades da sua versão de “Killing an Arab” dos The Cure), os marroquinos Nass Marrakesh, Eduardo Paniagua e Sebastião Antunes com Janita Salomé. Fora de horas há ainda bailaricos e animação de rua com os Uxu Kalhus e a Kumpania Algazarra.



Programa Completo

Dia 19

10:00h ~ Abertura do mercado de rua
~ Abertura dos museus
~ Abertura das exposições
16:00h ~ Inauguração oficial do 6º Festival Islâmico de Mértola
16:30h ~ Conferência Diálogo e Coexistência na região
Euro-mediterrânica (F. Anna Lindh)
17:00h ~ Apresentação da linha de mershandising e produtos
tradicionais do Festival Islâmico
18:00h ~ Colóquio “Norte de África ¿Una Revolucion Islàmica?” (CIE)
~ Ao Pôr-do-Sol – Noite de Dikra
20:00h ~ Encerramento dos Museus e exposições
22:00h ~ Concerto no Castelo
Eduardo Paniagua “Latidos de Al-Andalus”
~ Encerramento do mercado de rua

Dia 20

10:00h ~ Abertura do mercado de rua
~ Abertura dos Museus
~ Abertura das exposições
18:00h ~ Colóquio “La Verdad de la Economia actual:
A Quien protegen los Estados” (CIE)
19:00h ~ Apresentação informal de dança – Dansul
20:00h ~ Encerramento dos Museus e exposições
22:00h ~ Concertos no cais do Guadiana
Nass Marrakech
Justin Adams & Juldeh Camara
~ Encerramento do mercado de rua
01:00h ~ Concerto/baile na Praça Luís de Camões
Uxukalhus

Dia 21

10:00h ~ Abertura do mercado de rua
~ Abertura dos Museus
~ Abertura das exposições
11:00h ~ workshop de dança oriental – Dansul
20:00h ~ Encerramento dos Museus e exposições
22:00h ~ Concertos no cais do Guadiana
Sebastião Antunes “Cá Dentro”
participação especial de Janita Salomé
Speed Caravan
~ Encerramento do mercado de rua
24:00h ~ Concerto/baile na Praça Luís de Camões
Kumpania Algazarra

Dia 22

10:00h ~ Abertura do mercado de rua
~ Abertura dos Museus
~ Abertura das exposições
16:00h ~ Encerramento dos Museus
~ Encerramento das Exposições
17:00h ~ Encerramento do mercado de rua

Outras actividades: Passeios no barco “O Vendaval”; Animação
Musical (Alentejanos, Grupo Coral Guadiana de Mértola,
Adufeiras, Mercadores de Abjul, Eduardo Ramos); Circuito dos
Pátios de Mértola; Circuito da Poesia; Feira do Livro; Dança; Teatro;
Exposição e Workshop de Instrumentos Musicais…"

12 abril, 2011

Odisseia:Portos - Ciclo Lusófono na Invicta


A Praça da Batalha, no Porto, é a partir de dia 15 o palco de um novo ciclo/festival muito apropriadamente intitulado Odisseia:Portos. Todos os pormenores:

"Odisseia: Portos


Antecedendo a realização de um showcase e de um festival de teatro internacional, o Odisseia faz da Praça da Batalha o seu ancoradouro, resgatando-a da costumeira condição de descampado nocturno. Iniciativa realizada com o apoio do Turismo de Portugal, Portos faz desembarcar nas imediações do TNSJ o fado, a música tradicional portuguesa, a percussão e os ritmos africanos, as sonoridades ibéricas, a música popular brasileira – sons da lusofonia que simbolicamente culminam a 25 de Abril.

Todas as músicas de raiz popular e tradicional, não escritas, apesar de representativas de uma região, de uma ideologia ou da vivência dos povos que as interpretam, são o resultado de uma série de influências culturais. Se uma canção, ao ser composta, passa por um processo de crescimento até alcançar toda a sua estrutura, o mesmo acontece com qualquer género musical.

O fado, por exemplo, absorveu influências musicais de várias terras que fazem parte da nossa história, de África ao Brasil, sem esquecer as próprias regiões de Portugal, tornando-se assim uma forma de música popular urbana. Mas também influenciou géneros oriundos dos vários países ligados à lusofonia – das mornas ao samba e ao chorinho, e até a alguma música pop cantada em português.

As cidades portuárias são, sem dúvida, coniventes com a cristalização destas músicas. Em toda a história do nosso país, o mar foi a estrada principal para todas as viagens. Uma Odisseia de encontros, desencontros, cruzamentos e evoluções, que acabaria por nos deixar por herança este caldeirão de culturas que faz parte da alma e da história do mundo português.

Hélder Moutinho


15 Abril, 23:00
Yami (Angola/Portugal)
convidado: Manuel D’Oliveira

Cantor, compositor e guitarrista, Yami nasceu em Angola, mas viveu apenas em Luanda até aos quatro anos. Ainda assim, os sons, cheiros e costumes de África foram-lhe transmitidos pela mãe e vêm ao de cima em Aloelela, disco de estreia lançado em 2007, em que se detectam também influências da música brasileira, da música soul e do jazz. A guitarra de Manuel D’Oliveira vai trazer outras texturas a uma noite que celebra a lusofonia, ponto comum das várias aventuras musicais de Yami.


16 Abril, 23:00
Manuel D’Oliveira (Ibéria)
convidado: Yami

A música tradicional portuguesa e o flamenco constituem a matriz do trabalho de Manuel D’Oliveira, pelo que não é por acaso que o seu disco de estreia, lançado em 2002, se chama Ibéria. O guitarrista empresta a essas linguagens o seu inegável virtuosismo, mas também uma alma a toda a prova, que lhe valeu a admiração (e colaboração) do “mestre” António Chainho. Repetindo uma parceria já encetada, por exemplo, no projecto Muxima, o vimaranense surge em palco acompanhado pelo angolano Yami.



17 Abril, 18:00
Atlantihda (Portugal)
convidados: Paulo Parreira, Pedro Soares

Os Atlantihda reúnem o talento de seis músicos com percursos diversos que definiram o objectivo de criar “uma canção genuinamente portuguesa”. Se a voz poderosa de Gisela João lhe empresta um cunho fadista, a presença de instrumentos como o acordeão, o violoncelo, a viola braguesa e o adufe baralham as contas e proporcionam tonalidades surpreendentes. Os Atlantihda trazem na bagagem um recentíssimo álbum de estreia e “neste espectáculo especifico” a companhia dos guitarristas Paulo Parreira e Pedro Soares.



22 Abril, 21:30
João Afonso (Portugal)
convidado: Ruben Alves

João Afonso conquistou, por mérito próprio, um lugar de relevo entre os cantautores que exploram a tradição musical portuguesa. A participação em Maio Maduro Maio (1994) – disco em que interpretou temas do tio, Zeca Afonso, ao lado de Amélia Muge e José Mário Branco – foi decisiva para o lançamento de uma carreira como compositor e letrista. O premiado Missangas, de 1997, marcou o início de um trajecto que o tem levado a múltiplos palcos nacionais e internacionais. Acompanhado pelo pianista Ruben Alves, o cantor revisitará boa parte do seu repertório.



23 Abril, 21:30
Ritinha Lobo (Cabo Verde/Angola/Brasil)
convidado: Yami

A cabo-verdiana Ritinha Lobo (na foto) vai servir um caldeirão de géneros ligados aos países de língua oficial portuguesa. A vocalista promete evocar o funaná da sua terra natal, o semba de Angola e a música popular brasileira. Para este concerto, Ritinha Lobo convida Yami, colaborador já habitual nos seus espectáculos e ao lado do qual integrou o projecto Muxima, uma homenagem ao Duo Ouro Negro.




24 Abril, 21:30
Ricardo Parreira (Portugal)
convidados: Micaela Vaz, Marco Oliveira, Vânia Conde

Cresceu fascinado por Carlos Paredes, no seio de uma família de guitarristas. Depois de se estrear em 2007 com um disco de homenagem a Fernando Alvim (eterno companheiro de Paredes), Ricardo Parreira editou Cancionário em 2010. O álbum junta à sua guitarra portuguesa as vozes de Micaela Vaz, Marco Oliveira e Vânia Conde, que o vão acompanhar na Praça da Batalha. O fado será a porta de entrada para uma viagem pela música tradicional e popular portuguesa.



25 Abril, 18:00
Amor Electro (Portugal)
convidado: Ricardo Parreira

O desígnio dos Amor Electro é claro: fazer pop em português, conciliando elementos electrónicos com instrumentos como o adufe ou a guitarra portuguesa, que o convidado Ricardo Parreira trará para este concerto. O quarteto vai apresentar Cai o Carmo e a Trindade, a sua estreia em disco, que chega aos escaparates precisamente no Dia da Liberdade. Do alinhamento fazem parte versões de temas históricos da pop nacional, como “Sete Mares”, dos Sétima Legião, ou “Foram cardos, foram prosas”."

07 abril, 2011

Cheikh Lô, Le Trio Joubran e Mama Rosin no FMM Sines


E mais três de uma vez:

"As três novas confirmações do programa do FMM Sines – Festival Músicas do Mundo 2011 são provenientes do Senegal, da Palestina e da Suíça.

CHEIKH LÔ (Senegal)

Considerado um dos músicos africanos mais importantes das últimas duas décadas, Cheikh Lô actua no Castelo de Sines no dia 22 de Julho. Nascido em 1955, numa cidade do Burkina Faso junto ao Mali, Lô é senegalês, mas domina toda a cultura musical da África Ocidental e Central. Cantor, guitarrista e compositor de excelência, começou a carreira como percussionista, primeiro em África e depois em França, onde passou alguns anos na década de 80. De volta ao Senegal, editou uma cassete, “Doxademe” (1990), com canções sobre a emigração, mas foi “Ne La Thiass” (1996), produzido por Youssou N’Dour, que fez dele uma estrela. Seguiram-se “Bambay Gueej” (1999), “Lamp Fall” (2005) e “Jamm”, um dos grandes discos de 2010. Na sua voz, o mbalax mais tradicional surge suavizado através de um maior uso acústico e da incorporação de ritmos cubanos, reggae, música brasileira e influências de outras origens.

LE TRIO JOUBRAN (Palestina)

Filhos de uma família palestina com quatro gerações de fabricantes e tocadores de alaúde, Samir, Wissam e Adnan Joubran (na foto) expandem o potencial deste instrumento, conferindo-lhe em trio novas dimensões de harmonia e sincronização. A história do grupo, de que também faz parte o percussionista Youssef Hbeisch, teve início quando o irmão mais velho, Samir, começou uma carreira a solo, com dois discos gravados, em 1996 e 2001. No terceiro álbum, “Tamaas” (2003), Samir pediu ao irmão Wissam para tocar com ele. O irmão mais novo, Adnan, juntou-se a eles para “Randana”, gravado em 2005, nascimento em disco do primeiro trio de alaúdes conhecido no mundo. Seguiram-se “Majâz” (2007), o disco que os tornou conhecidos do público internacional, “À l’Ombre des Mots” (2009) e “AsFâr” (2011). O repertório do grupo, composto por peças originais e improvisações, funda-se na cultura dos maqâms tradicionais. Actuam no Castelo de Sines no mesmo dia que Cheikh Lô, 22 de Julho.


MAMA ROSIN (Suíça)

Originário de Genebra, o trio suíço Mama Rosin reinventa o zydeco, estilo de música de dança nascido há dois séculos no seio da comunidade crioula negra do Luisiana. Formado por Cyril Yeterian (acordeão diatónico, voz, guitarra), Robin Girod (guitarra, banjo, “washboard” e voz) e Xavier “Gérard Guilain” Bray (bateria), o grupo funde o rock n’ roll mais enérgico ao manancial de música norte-americana com raízes na cultura de língua francesa. Elegem como grandes influências Amede Ardoin, lendário tocador de concertina dos anos 1920 e 1930, mas também bandas como Velvet Underground, The Clash e White Stripes. Gravaram o primeiro disco, “Tu As Perdu Ton Chemin”, em 2008, e “Brûle Lentement”, em 2009. “Black Robert”, editado também em 2009, acrescentou o jazz e o calypso como ingredientes desta música festiva. Lançam, muito em breve, o seu quarto disco. Mama Rosin sobe ao palco do Castelo no dia 27 de Julho.

A edição de 2011 do FMM Sines – Festival Músicas do Mundo realiza-se na cidade de Sines em dois fins-de-semana de Julho: 22 a 24 (sexta a domingo) e 27 a 30 (quarta a sábado).

Além dos nomes divulgados nesta nota, estão também já confirmados, entre os 35 concertos previstos, os seguintes artistas: Congotronics vs. Rockers (RD Congo / EUA / Argentina / Suécia), Vishwa Mohan Bhatt & The Divana Ensemble “Desert Slide” (Rajastão – Índia), Ebo Taylor & Afrobeat Academy (Gana), Mário Lúcio (Cabo Verde), Mamer (China), António Zambujo (Portugal), Blitz the Ambassador (Gana / EUA), Ayarkhaan (República da Iacútia – Rússia), Shunsuke Kimura x Etsuro Ono (Japão), Luísa Maita (Brasil), Mercedes Peón (Galiza – Espanha), Manou Gallo & Women Band (Costa do Marfim / Bélgica), Nomfusi & The Lucky Charms (África do Sul) e Nathalie Natiembé (Ilha Reunião – França).

Mais informações sobre o festival em www.fmm.com.pt e www.facebook.com/fmmsines."

04 abril, 2011

Colectânea de Textos no jornal "i" - XXIV


Em busca das arcas perdidas...
Publicado em 18 de Fevereiro de 2010

A Movieplay vai editar, dia 1 de Março, uma colecção de fado com dezenas de temas inéditos em CD "descobertos" no acervo da antiga editora Alvorada, etiqueta da Rádio Triunfo. O trabalho de recuperação do tesouro foi feito por José Manuel Osório e, nos três volumes de "Os Fados da Alvorada", estão gravações de Amália Rodrigues, José Afonso, Artur Paredes (na foto), Carlos Paredes, Luís Piçarra, João Villaret, Tereza Siqueira (mãe de Carminho), Maria de Lurdes Resende e Madalena Iglésias, entre muitos outros. Trata-se de mais um passo importantíssimo - a juntar-se a outros - para a preservação da nossa memória musical. Mas ainda há muito por fazer. Há alguns dias, no âmbito de um trabalho não estritamente musical, um amigo meu "descobriu" (e continuo a usar as aspas porque estas coisas já lá estão, à espera de ver de novo a luz) valiosíssimas gravações ao vivo de artistas e grupos importantes do pré e pós-25 de Abril que é urgente dar a conhecer. Numa conversa recente com um etnomusicólogo veio à baila o facto de dezenas de horas de recolhas feitas por Michel Giacometti (e mais algumas feitas por Ernesto Veiga de Oliveira) nunca terem sido disponibilizadas em disco, quer em vinil quer em CD. Se juntarmos a isto o facto, entre outros, de não ter sido dada continuidade à colecção Do Tempo do Vinil (que previa, por exemplo, o lançamento em CD do primeiro álbum a solo de José Cid), vemos que esse trabalho de recuperação é gigantesco mas absolutamente necessário.


E as arcas já reveladas...
Publicado em 25 de Fevereiro de 2010


Um leitor deste jornal fez-me chegar, simpaticamente, via email, o reparo de que uma frase contida na minha última crónica - "o facto de dezenas de horas de recolhas feitas por Michel Giacometti (e mais algumas feitas por Ernesto Veiga de Oliveira) nunca terem sido disponibilizadas em disco, nem em vinil nem em CD" - poderia induzir em erro e ser entendida como a afirmação de que nada daquilo que Giacometti recolheu alguma vez esteve disponível em disco. Tem razão, mas não era essa, obviamente, a minha intenção: o que eu quis dizer era que, para além das muitas horas já editadas, há ainda muitas outras que nunca foram passadas a disco. Como a semana passada se falou aqui de "arcas perdidas" de gravações de música tradicional portuguesa, fala-se hoje de algumas (e apenas de algumas) daquelas que já foram abertas e estão disponíveis em suporte CD: "Música Regional Portuguesa", recolhas de Michel Giacometti e Fernando Lopes-Graça (Strauss/PortugalSom), cinco CD; "Portugal Raízes Musicais", recolhas de José Alberto Sardinha (BMG/JN), seis CD; "Música Tradicional dos Açores" (Açor), quatro caixas de CD; "Musical Traditions of Portugal" (Smithsonian/Folkways), CD com 30 temas; "Música Tradicional - Terra de Miranda" (Saga, numa colecção que inclui também regiões espanholas); "Voix de Femmes de Portugal" (Ethnic); variadíssimos CD com recolhas de Mário Correia (Sons da Terra), etc. Conclusão: há muita música de raiz tradicional rural já revelada, mas há muito mais ainda por revelar.

Um outro mapa necessário
Publicado em 04 de Março de 2010


Não quero alongar-me muito sobre o estado do ensino da Música nas escolas oficiais, realidade que, sublinho, apenas conheço pela rama, mas da qual tenho a percepção, talvez errada talvez não, de que é extremamente pobre se comparada com a de muitos outros países, principalmente no que toca ao ensino das nossas músicas tradicionais - carência que é, em parte, colmatada pela existência de escolas privadas ou associações em que esse ensino existe, vivo e dinâmico. Estou convicto, no entanto, de que essa realidade poderá mudar, pelo menos um bocadinho, se todas as salas de aula em que se ensina Música ostentassem na parede, com orgulho e galhardia, o belíssimo Mapa Etno-Musical de Portugal. Espelho imediato da diversidade, da riqueza e da originalidade de géneros musicais, instrumentos tradicionais, formações vocais ou antigos saberes do povo português, o Mapa Etno-Musical é uma criação do músico Júlio Pereira, com a ajuda de João Luís Oliva, Sara Nobre e Henrique Cayatte, e nele estão, de forma simples e imediata, retratados variadíssimos instrumentos musicais portugueses, uns conhecidos e outros que poderão abrir imediatamente o apetite a miúdos e professores: mas que raio é um rajão ou uma viola campaniça, que música é essa do aboio ou do leva-leva? No site do Instituto Camões, onde o mapa também está alojado, podem ainda ouvir-se os sons respectivos. Apesar de não ser exaustivo, o mapa é bem capaz de aguçar a curiosidade por muita da nossa música.

31 março, 2011

Manou Gallo, Mercedes Peón, Luísa Maita... - Vozes de Mulher no FMM de Sines 2011


Sempre a somar (e no feminino):

"Cinco cantautoras de África, Europa e América confirmadas no FMM Sines

As novas confirmações do programa do FMM Sines – Festival Músicas do Mundo 2011, que acontece em Sines em Julho, são no feminino: cinco cantautoras oriundas de África (Manou Gallo, Nomfusi e Nathalie Natiembé), Europa (Mercedes Peón) e América (Luísa Maita; na foto, de João Wainer).

A primeira a subir ao palco do Castelo de Sines, no dia 24 de Julho, é a brasileira LUÍSA MAITA, uma das mais fortes apostas recentes da Cumbancha, editora de referência na área das músicas do mundo. Nascida em São Paulo em 1982, filha de pai sírio e mãe judia, faz música assumidamente urbana tendo o samba e a bossa nova como principais fundações artísticas. O seu álbum de estreia, “Lero-Lero”, foi lançado em 2010 e figurou na lista dos melhores discos do ano de várias publicações, incluindo a revista Veja. A sua presença em Sines é uma estreia em palcos portugueses.

MERCEDES PEÓN, natural da Galiza, é um das artistas mais carismáticas do circuito da “world music”. As suas primeiras influências foram os cantos tradicionais das mulheres da Costa da Morte, com os quais aprendeu e os quais ensinou. Gravou o seu primeiro disco, "Isué", em 2000. Seguiram-se "Ajrú" (2004) e "Sihá" (2007), numa evolução para o registo electroacústico, que culmina em "Sós" (2010), o seu trabalho mais vanguardista, que nos últimos meses tem ocupado o 1.º lugar nos “charts” europeus de “world music”. Compositora, cantora, multi-instrumentista, enche sozinha o palco no Castelo, no dia 27 de Julho.

Também no dia 27 de Julho, actua MANOU GALLO. Natural da Costa do Marfim, apaixonou-se pela música pela via da percussão, tocando desde muito cedo os “tambores falantes”, tipo de percussão usado nos rituais do povo Djiboi. No início da idade adulta, começou a interessar-se pelo baixo, que em 1997 a levaria à Bélgica, para integrar o grupo Zap Mama. Desenvolve uma carreira a solo, como cantora, baixista e percussionista, desde 2001, tendo já gravado três discos: “Dida” (2002), “Manou Gallo” (2006) e “Lowlin” (2009). Na sua música, junta a tradição do seu país a influências de soul, funk e blues. É acompanhada em concerto pela Women Band, constituída por músicos belgas.

NOMFUSI, jovem estrela da música sul-africana, está no Castelo na noite de 28 de Julho. Nascida numa “township” (bairro pobre exclusivamente habitado por não brancos), Nomfusi começou a cantar na igreja, onde foi descoberta e ganhou uma bolsa de estudo para estudar canto e composição na Cidade do Cabo. “Kwazibani”, o nome do seu disco de estreia, lançando em 2009, lembra o nome de sua mãe, morta com sida quando Nomfusi tinha 12 anos. A sua identidade musical situa-se entre o jazz sul-africano, o R&B e o Motown clássico. É acompanhada pela banda The Lucky Charms, formada por músicos das “townships”. Estreia-se em Portugal no FMM.

NATHALIE NATIEMBÉ, natural de Reunião, ilha francesa no Oceano Índico, actua no Castelo na noite de 30 de Julho. Inscrita na tradição do “maloya”, um dos estilos principais da música da ilha, com raízes na cultura dos escravos, Nathalie cria canções com letras em francês e em crioulo, onde também se deixam entrever influências da “chanson” francesa, jazz, blues, reggae e várias músicas africanas. Chega a Sines com três discos gravados: “Margoz” (2001), “Sankèr” (2005), classificado com a nota máxima, Choc, do suplemento musical do Le Monde – e “Karma” (2009). A sua voz, usada a cappella ou acompanhada por um grupo instrumental reduzido, é o seu trunfo principal. É mais uma estreia em Portugal.

A edição de 2011 do FMM Sines – Festival Músicas do Mundo realiza-se na cidade de Sines em dois fins-de-semana de Julho: 22 a 24 (sexta a domingo) e 27 a 30 (quarta a sábado).

Além dos nomes divulgados nesta nota, estão também já confirmados, entre os 35 concertos previstos, os seguintes artistas: Congotronics vs. Rockers (RD Congo / EUA / Argentina / Suécia), Vishwa Mohan Bhatt & The Divana Ensemble “Desert Slide” (Rajastão – Índia), Ebo Taylor & Afrobeat Academy (Gana), Mário Lúcio (Cabo Verde), Mamer (China), António Zambujo (Portugal), Blitz the Ambassador (Gana / EUA), Ayarkhaan (República da Iacútia – Rússia) e Shunsuke Kimura x Etsuro Ono (Japão).

Mais informações sobre o festival em www.fmm.com.pt e www.facebook.com/fmmsines."

30 março, 2011

Fanfare Ciocarlia vs Boban & Marko Markovic Orchestra - É Para o Chavascal!


Os metaleiros Manowar arriscam-se a perder o Record do Mundo do Guinness pelo seu duvidoso prémio de grupo musical com maior nível decibélico para... a Balkan Brass Battle que vai arrasar Portugal com o seu chavascal (uma bela rima!). Veja-se só o que diz o Crónicas da Terra, para se perceber:

"Balkan Brass Battle no Porto, em Lisboa e no Med de Loulé


A orquestra romena e cigana de metais Fanfare Ciocarlia regressa ao nosso país, nos próximos meses de Maio e Junho. A acompanhá-la estará a também orquestra de metais dos sérvios Boban & Marko Markovic.

Durante duas horas em palco, tanto a Fanfare Ciocarlia como a orquestra sérvia de pai e filho – Boban e Marko Markovic - competem entre si para que o público determine quem é o vencedor da categoria de pesos-pesados de metais balcânicos.

Esta Balkan Brass Battle terá lugar no Porto (Casa da Música, 17 de Maio), em Lisboa (24 de Junho, local a confirmar) e no Festival Med de Loulé (25 de Junho).

A 20 de Maio, a editora alemã especialista em música cigana dos balcãs – Asphalt Tango – edita o primeiro disco desta saudável batalha 'Balkan Brass Battle – Fanfare Ciocarlia vs Boban & Marko Markovic Orchestra'."

29 março, 2011

Um Bombo de Luto É Um Bombo em Luta


Todos os que ficaram consternados com a notícia de que a sede do Tocá Rufar -- um dos mais extraordinários projectos de divulgação e ensino da arte das percussões (portuguesas mas não só), dirigido por Rui Júnior -- tinha ardido, perdendo-se assim milhares de instrumentos musicais, livros e documentação, podem agora ajudar e divulgar esta nota:

"A 1 de Março de 2011, pelas 15h, ardeu o TamborQfala, sede do projecto Tocá Rufar. Em poucos minutos, os registos e espólio de 14 anos de história ficaram feitos em cinzas. A perda é incalculável e deixa a vossa maior orquestra de percussão tradicional portuguesa sem os recursos necessários para dar continuidade ao trabalho educativo, artístico e cultural que a sustentam.

Os que sentirem no coração esta perda, que é de Portugal inteiro, enviem os sinceros donativos para a conta da ADAT - Associação dos Amigos do Tocá Rufar:

NIB 0036 0050 99100254775 90

IBAN PT50 0036 0050 9910 0254 7759 0

Ou pela linha de apoio 760 50 10 90 (0,60 € + IVA por chamada)

Não desistimos, vamos seguir em frente com as nossas actividades, ensaios, espectáculos, da forma que conseguirmos.

O melhor modo de nos ajudarem é também divulgar o sucedido pelo maior número de pessoas possível e gritar bem alto que vamos continuar e lutar para renascer e fazermos sempre cada vez melhor."

28 março, 2011

Kretcheu - Agora com Casa Própria


Uma bela notícia: depois de várias festas e concertos em diferentes locais de Lisboa, a Kretcheu -- agora Associação Cultural Kretcheu --encontrou finalmente um poiso certo. E ainda por cima na Bica, ondde ali perto se pode beber o melhor grogue de Lisboa! Há festa. claro. Aqui seguem o excelente cartaz e o comunicado:

"E porque já andávamos à procura de um espaço só nosso, finalmente encontrámos a nossa "casa" perfeita! Dia 31, Quinta-Feira, contamos com a presença dos nossos amigos para a inauguração e festejarmos juntos já sermos uma Associação Cultural - A ACK. A partir das 22h00, uma grande noite com grandes convidados e a nossa banda residente, Calú Moreira, Nandocas, Vaiss, Toy Vieira e Kau Paris e os convidados Aires Silva, Ana Firmino, Dany Silva, Mário Rui e Sandra Horta, num noite muito especial. A Guest List abriu, agora é só enviar mail com os vossos nomes!
ENTRADA LIVRE
ACK- Rua das Chagas, 33 (Perto do Largo Camões)"