02 agosto, 2007

Uxía - Um Álbum Luso-Galego-Africano



Quando se fala do grande caldeirão que é a lusofonia - se é que a lusofonia existe, e na minha opinião existe enquanto ideia de irmandade de povos próximos, histórica ou geograficamente, que partilham uma língua ou várias línguas que têm o longínquo galaico-português como raiz comum - muitas vezes esquece-se, exactamente, a Galiza, a Galiza que nos está aqui tão perto. E esquecêmo-lo mais, muito mais, do que muitos dos nossos irmãos galegos. Por isso, não é de estranhar que - depois de várias iniciativas ocorridas na Galiza, nomeadamente os espectáculos «Cantos na Maré» ou a recente homenagem luso-galega-africana a José Afonso - o novo álbum da cantora galega Uxía seja uma celebração desse conceito alargado de «lusofonia» e em que colaboram músicos e cantores como os cabo-verdianos Tito Paris e Jon Luz, a luso-cabo-verdiana Sara Tavares, os açorianos Zeca Medeiros e Paulo Borges, os portugueses Sérgio Godinho, Rui Veloso, Júlio Pereira, Mário Delgado, Filipa Pais, Amélia Muge e João Afonso, o guineense Manecas Costa ou as cantoras galegas Ugía Pedreira (Marful e Nordestin@s) e Guadi Galego (Berrogüetto e Nordestin@s), entre outros. O álbum, que tem edição marcada através da Nordesia para Outubro, é apresentado como o trilhar de «camiños partindo da tradición galega para encontrar sonoridades atlánticas e ritmos africanos... Dende varios puntos da Lusofonía veñen sons e ritmos que se mesturan coa melodiosa voz e o estilo intimista de Uxía, nunha pluralidade de linguaxes oídas nun só idioma». Promete!

4 comentários:

Chá de Lucia Lima disse...

Nem sabe como é bom ouvirmos falar de artistas que tanto apreciamos, como a Uxía. O último trabalho que tenho dela é o "La Sal de La Vida".
Pois, Lusofonia...eu nem ligo aos termos pois, habituei-me a associar os sons e, quanto a isso só sei dizer que: gosto demais do que ouço sempre que se junta gente como os que o Antº referiu. Assisti a alguns espectáculos da dita Lusofonia e só fiquei a ganhar. Desde o que se ouve até ao calor humano que se sente, ficamos muito mais ricos.
Falou em Manecas Costa -- uma das bonitas vozes da Guiné e um bonito ser humano. Outro cantor da Guiné que tbm faz parte deste grupo é Guto Pires.
Aiii, vou ficar por aqui, senão não me calo mais!!!!
Só tenho a dizer que, um album Galego - Luso - Africano: "Promete" e não deve falhar -- tenho a certeza!

kandandus! :-)

António Pires disse...

Lúcia Lima:

Sim, a Uxía sempre foi uma cultora activa da ligação da música galega à música portuguesa e africana (um dos seus primeiros colaboradores a solo foi Júlio Pereira) e estou ansioso por ouvir o novo álbum - já o poderia ter feito, no estúdio do Rui Veloso, no passado dia 20, mas à hora da audição para a imprensa já eu estava a caminho de Sines. E sim, a lusofonia é um tema interminável... Tem razão: mais do que discuti-lo, o melhor é mesmo desfrutar destas trocas e fusões...

Kandandus e abraços...

Anónimo disse...

Ouvi ontem o disco. Foram 2 priviégios o de o ter podido ouvir, ainda em estudio e o de ouvir este lindo trabalho da Uxia. Vão gostar. Quem gosta da música popular portuguesa das mornas de Cabo Verde e de tudo aquilo onde de alguma maneira deixamos um bocadinho de nós portugueses a que costumamos chamar a lusofonia, mais as canções populares galegas, é de certeza um disco para ouvir muito e amar.
Teresa

António Pires disse...

Teresa:

Muito obrigado pela sua contribuição! Volte sempre.