Das Descobertas, Batalhas e Combates na Praia e no CasteloQual fero Adamastor, com as suas ameaças
Recebemos anónimas mensagens (do Cristiano)
Mas não perdes pela demora, oh Dragão das Taças
Havemos, oh celta falso, de nos encontrar p'ró ano!
Com Clash, oud, darabuka e sabedoria
Eis agora o enorme mouro, o Rachid Taha
Que gosta muito mais do galo champanhe
Do que da menta da sua terra: o bom chá
Ele há teutões que não batem bem do coco
Ele há helvéticas que põem o povo louco
Ele há bretões que fazem soar a bombarda
Ele há saxões que da folk fazem atoarda
Ele há romanos que dão grande chavascal
E, todos, todos, todos, não se saíram nada mal!
Oh África, África, nossa Terra-Mãe Comum
Ulularam as Tartit, cantou bem a Sangaré
E cantou o cota Ahmed e ainda mais um:
O glorioso K'naan, que ao 50 Cent bate o pé
Ao 50 Cent bate o pé, aos Limp Bizkit também
O jovem K'naan, que foi salvo por sua mãe
E se lerem isto em rap, do rap façam lição
Mas se for em baile mandado, talvez sim, talvez não
Talvez sim, talvez não, talvez cheguemos ao Brasil
Com o bandolim do Hamilton que do Pereira faz mil
Ou talvez ao Harry Manx, blues com sabor a caril
Blues com sabor a caril, que são ali do Canadá
Oh América, América, oh América coisa má
Diz um quarteto de saxofones que é do melhor que há...
Descobrimos das orientais electrónicas os odores
Quando arribámos ao mar bravo do Japão
O que nos salvou foi o indiano dos tambores
Deus das tablas Gurtu, que toca aquilo à mão
Dos odores do reggae houve um cheirinho
Um cheirinho que não era mesmo nada mau
Mas este cheirinho de que todos nós gostámos
Não era do Bitty McLean... Era do manhanhau
E que povos tão estranhos são estes Gogol Bordello
Comunistas! Ciganos! Punks! Até um preto no baixo!
Na refrega, no mosh, nosso Pedro perde óculos e cabelo
Calma, filho, calma: enrola aí um que eu já os acho
No fragor da batalha, com o castelo em chamas
Estalar de fogo, um cheiro a pólvora pelo ar,
Já todos ansiamos pelas nossas pátrias camas
Mas a cama pode esperar! Havemos todos de bailar!
A Festa, A Festa... e Dedicatória Final aos AmigosO escriba zarolho e seu amigo Gonçalo
Com muitos discos e apenas dois pratos
Puxaram a dança até ao cantar do galo
Passando, enfim, da teoria aos actos
Há muitos milhares de pessoas a dançar
Ao grande som do Bailarico Sofisticado
Festejamos todos juntos o gosto de viajar
E abraçamos os amigos: muito obrigado!
(Cheia está a Lua e já vai nascendo o Sol
Deixa-me dormir agora dentro do teu lençol)
Em Sines, ao lado da do Vasco da Gama
Ergueremos estátua ao Almirante Seixas
Que já o supera em engenho, arte e fama
E a todos deixa sem mágoas nem queixas
Na foto (do grande João Gonçalves): os bailadores ao som do Bailarico Sofisticado, num último adeus ao festival, já o sol tinha nascido sobre a Avenida da Praia Vasco da Gama, em Sines