21 novembro, 2008

Frei Fado d'El Rei Vencem Prémio José Afonso


Via Sopa da Pedra (o blog paralelo do programa de rádio homónimo, realizado pelo meu querido amigo Carlos B.Norton, que é transmitido na RUA - Rádio Universitária do Algarve e está a festejar três anos de emissão; parabéns!!!) veio a notícia de que os Frei Fado d'El Rei venceram a edição deste ano do Prémio José Afonso, atribuído pela Câmara Municipal da Amadora:

«É uma notícia em primeira mão, os vencedores do prémio José Afonso deste ano foram os Frei Fado d'El Rei com o trabalho "Senhor Poeta". O álbum de homenagem à obra de José Afonso, editado no ano em que passam 20 anos sobre a morte do autor português foi premiado pelo júri nomeado pela Câmara Municipal da Amadora. Desde já ficam os parabéns aos músicos e a todos envolvidos!».

Por sua vez, e via e-mail, Álvaro José Ferreira - do blog A Nossa Rádio - fez-nos chegar um outro texto a propósito do mesmo assunto:

«O álbum "Senhor Poeta", do grupo Frei Fado d'El Rei, editado pela Ovação em Abril de 2007, foi o grande vencedor da edição de 2008 do Prémio José Afonso, instituído pela Câmara Municipal da Amadora, e que tem o valor pecuniário de 5 mil euros. O júri foi constituído pelo jornalista Carlos Pinto Coelho, a pianista Olga Prats, a coordenadora do Serviço de Animação Cultural da C.M. Amadora, Natália Cañamero de Matos, e o Vereador da Cultura da edilidade, António Moreira. Instituído em 1988, o Prémio José Afonso tem o objectivo de homenagear o imortal autor/compositor/intérprete, e incentivar a criação musical de raiz portuguesa e animar turística e culturalmente a Amadora. O grupo Frei Fado d'El Rei junta-se assim a uma prestigiosa galeria de artistas já distinguidos: Fausto Bordalo Dias, Vitorino, Sérgio Godinho, Júlio Pereira, José Mário Branco, Né ladeiras, Amélia Muge, João Afonso, Vai de Roda, Gaiteiros de Lisboa, Dulce Pontes, Vozes do Sul/Janita Salomé, Jorge Palma, Carlos do Carmo, Filipa Pais, José Medeiros e Brigada Victor Jara.

Em 2007, ano em que se assinalaram os vinte anos da morte de José Afonso, foram sete os álbuns de tributo ao autor de "Cantigas do Maio", pelo que não era fácil ao júri não ter em consideração essa leva de edições, o que não quer dizer que não houvesse outros discos perfeitamente premiáveis, como é o caso de "Parainfernália", do grupo Diabo a Sete (ed. Açor/Emiliano Toste); "Não Sou Daqui", de Amélia Muge (ed. Vachier & Associados); "Vinho dos Amantes", de Janita Salomé (ed. Som Livre); e "À Espera de Armandinho", de Pedro Jóia (ed. HM Música), este último recentemente distinguido com o Prémio Carlos Paredes. Em todo o caso, a escolha de "Senhor Poeta" não deixa de ser justíssima, precisamente por se tratar do melhor de todos os trabalhos de abordagem à obra de José Afonso (como tive o ensejo de referir no texto Grandes discos da música portuguesa: editados em 2007) e também por vir reconhecer a importância do grupo Frei Fado d'El Rei para a música portuguesa. Embora com uma discografia escassa – além de "Senhor Poeta", apenas dois álbuns de originais ("Danças no Tempo", Sony Music, 1995; e "Encanto da Lua", Sony Music, 1998) e um gravado ao vivo ("Em Concerto", Açor/Emiliano Toste, 2003) – a estética do grupo Frei Fado d'El Rei é indiscutivelmente uma mais das originais, inovadoras e cativantes do nosso panorama musical, mas que ainda não lograra obter o devido reconhecimento. Refira-se a propósito que o grupo foi um dos participantes no álbum colectivo "Filhos da Madrugada Cantam José Afonso" (MG Ariola, 1994), com uma belíssima versão do tema "Que Amor Não me Engana" (também presente em "Senhor Poeta"). Estão pois de parabéns José Flávio Martins, Carla Lopes, Cristina Bacelar e restantes elementos dos Frei Fado d'El Rei e, igualmente, os jurados, pela lúcida e justa decisão».

2 comentários:

Anónimo disse...

Houvesse justiça e o "Não sou daqui" levava o prémio, por não ter concorrência à altura. Nunca, mas nunca, os Frei Fado d'El Rei criaram alguma coisa que chegasse aos calcanhares daquilo que a Amélia Muge já assinou. Mas cada um tem direito à sua opinião e o prémio não deixa de merecer o mesmo respeito que já me merecia por causa disso. Um abraço.

António Pires disse...

Rui G:

Aqui fica a tua opinião, de e com direito... :)) Só uma ressalva, pessoal, minha: sou fã incondicional da Amélia Muge mas também sou fã incondicional dos Frei Fado d'El Rei e o álbum que eles fizeram de homenagem ao José Afonso é lindíssimo... Eu, pessoalmente, até prefiro o dos Couple Coffee - pelo arrojo, pela ousadia, pela originalidade, pela musicalidade... - mas desta vez (não vamos aqui falar das polémicas de outros anos anteriores) até percebo os critérios do júri deste prémio... José Afonso.

Obrigado Rui, e um grande abraço...