03 março, 2007

Susana Baca - Música Negra (Contínua) em Lisboa e Guimarães



Olha-se-lhe o rosto e descobrem-se-lhe as raízes. Ouvimos o seu canto e sabemos de onde esse canto vem. É do Peru, sim, mas é também de África. A África a que Susana Baca voltou em busca das suas origens, a África berço de lunduns (que estão na origem do fado), lunduns que ela ainda canta, a África que viajou depois para muitos lugares, tantos, e para os Estados Unidos. E nos Estados Unidos ela estudou a evolução da música negra norte-americana para assim poder compreender melhor como ela, a música negra, e ela, cantora negra peruana, puderam evoluir lá mais em baixo, mas em sincronismo perfeito, na América do Sul. É esta cantora - e, mais que cantora, uma estudiosa da sua e de muitas músicas, fundadora do Instituto Negro Contínuo que, em Lima, faz a ponte entre as Américas e África - que regressa a Portugal, mais uma vez, para concertos em Lisboa, no Cinema S.Jorge, a 6 de Abril, e em Guimarães, no Centro Cultural de Vila Flor, um dia depois. Na bagagem traz ainda o seu álbum «Travesías», retrato daquelas e de outras viagens que passam pelo Peru, por África, pela poesia de Pablo Neruda, pela presença de Gilberto Gil ou por versões inesperadas de temas de Maxime Le Forestier e Damien Rice. Uma lição - a não perder, nunca - de vida, de música e de História.

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