29 outubro, 2008
Atlantic Waves - É Esta a Última Edição?
Um e-mail de Miguel Santos recebido há algumas semanas já me tinha alertado para a possibilidade. E, agora, uma notícia da Lusa dá mesmo conta de que o festival Atlantic Waves - cuja edição de 2008 começa dia 1 de Novembro, em Londres - poderá nunca mais vir a acontecer. O que, a concretizar-se, seria uma perda enorme para a divulgação extra-portas da música portuguesa e lusófona. O Atlantic Waves tem sido, tão-só, o mais importante festival temático, feito em terras estrangeiras, centrado na música portuguesa (embora abrindo sempre espaço para músicas e músicos de outros lugares, da lusofonia mas não só) e seria de todo desejável a sua continuação. Do programa deste ano - tal como também se pode ler mais em baixo neste blog e com mais pormenores - constam concertos de Mariza, Gaiteiros de Lisboa, Mafalda Arnauth com Vinicius Cantuária, Berrogüetto, Uxía, Rabih Abou-Khalil (na foto) com o fadista Ricardo Ribeiro, Rodrigo Leão com Vini Reilly, Waldemar Bastos e Neco Novellas. A notícia da Lusa, na íntegra:
«O festival Atlantic Waves, que apresentou Mariza ao público londrino e ao qual a fadista regressa este ano, abre dia 01 de Novembro com o futuro incerto. A delegação em Londres da Fundação Gulbenkian, que até agora financiou o evento dedicado à música lusófona iniciado em 2001, está a ponderar o que irá fazer com a iniciativa, nomeadamente a entrega da sua organização a outra entidade, deixando, no entanto, de a financiar. "Vamos ver se há potenciais parceiros para pegarem no que começámos", disse à agência Lusa o novo director da delegação, Andrew Barnett. A decisão coincide com o fecho do departamento de relações culturais anglo-portuguesas e com a diluição da promocao da cultura portuguesa na estrutura da delegação e a saída do seu responsável, Miguel Santos, que também era o director do Festival.
Andrew Barnett reconhece que o Atlantic Waves "foi um grande sucesso" e reivindica para o Festival o crédito de ter colocado o fado no mapa da música no Reino Unido. "Penso que não é demais dizer que [o Festival] ajudou Mariza a conseguir uma audiência britânica", vincou. Mariza estreou-se nos palcos londrinos em 2002, na 2/a edição do Festival, depois de ter actuado no festival WOMAD, em Reading. Poucos meses depois, em Março do ano seguinte, foi distinguida com o prémio de World Music da BBC3. Desde então Mariza regressou a Londres várias vezes, tendo esgotado a lotação do Royal Festival Hall em 2006, também no âmbito do Atlantic Waves. Este ano, Mariza abre o festival a 01 de Novembro com dois concertos no Barbican e ainda um espectáculo especial para as famílias durante o dia, aberto a crianças. Do programa constam ainda Rodrigo Leão e Durutti Column, Gaiteiros de Lisboa, Mafalda Arnauth, Vinicius Cantuária, estando o encerramento a cargo de Waldemar Bastos e Neco Novellas.
Andrew Barnett, no cargo há um ano, entende que é tempo de a delegação da Gulbenkian em Londres, que tem um orçamento anual de três milhões de euros, avançar para outros projectos. "Temos recursos limitados e é altura de passar à frente", refere, dando como exemplo o prémio britânico para museus e galerias, que a Gulbenkian deixou de patrocinar em 2007 após cinco anos. O mesmo, tudo indica, deverá acontecer com o festival Atlantic Waves.
Nas edições anteriores do festival passaram, entre outros, Madredeus, Mísia, Telectu, Pedro Carneiro, Zé Eduardo, The Raincoats, Lula Pena, Maria João e Mário Laginha, Rodrigo Leão, Blasted Mechanism e Gaiteiros de Lisboa - a maioria dos quais pela primeira vez no Reino Unido.
Um projecto semelhante poderá, entretanto, nascer no próximo ano pelas mãos do fundador e principal impulsionador do Atlantic Waves, Miguel Santos. "Serão quatro dias, seis concertos por dia, no início de Novembro", revelou à Lusa. O modelo, promete, será "mais ambicioso, com músicos portugueses, mas também parcerias internacionais". BM/Lusa»
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