14 dezembro, 2006

Cromos Raízes e Antenas VII



Este blog continua hoje a publicação da série «Cromos Raízes e Antenas», constituída por pequenas fichas sobre artistas, grupos, personagens (míticas ou reais), géneros, instrumentos musicais, editoras discográficas, divulgadores, filmes... Tudo isto sem ordem cronológica nem alfabética nem enciclopédica nem com hierarquia de importância nem sujeita a qualquer tipo de actualidade. É vagamente aleatória, randomizada, livre, à vontade do freguês (ou dos fregueses: os leitores deste blog estão todos convidados a enviar sugestões ou, melhor ainda!, as fichas completas de cromos para o espaço de comentários ou para o e-mail pires.ant@gmail.com - a «gerência» agradece; assim como agradece que venham daí acrescentos e correcções às várias entradas). As «carteirinhas» de cromos incluem sempre quatro exemplares, numerados e... coleccionáveis ;)


Cromo VII.1 - Manu Chao


Cantor, músico, produtor, o francês Manu Chao é um dos «padrinhos» mais importantes da chamada world music, não apenas pelo seu trabalho em nome próprio, mas também através de grupos e artistas que produziu, como Amadou & Mariam ou Akli D., ou que apadrinhou, como os Ojos de Brujo. Nascido em Paris, a 21 de Junho de 1961, Jose-Manuel Thomas Arthur Chao, filho de mãe basca e pai galego, passou por vários grupos rock, chegando à fama internacional como vocalista dos Mano Negra (aos quais pertenceu entre 1987 e 1994). Depois da separação do grupo viajou pela América do Sul e por África, onde bebeu muita da inspiração para os seus trabalhos a solo, como o seminal «Clandestino» e os mais recentes «Proxima Estacion Esperanza», «Radio Bemba Sound System» (ao vivo), o livro-CD «Sibérie m'était contée» e «La Radiolina». O seu envolvimento em causas sociais e políticas (os «sem-papéis», imigrantes clandestinos na Europa, têm nele um dos seus principais defensores) contribuiu, juntamente com a sua música, para um culto alargado em todo o mundo.


Cromo VII.2 - Ewan MacColl


O cantor inglês de ascendência escocesa Ewan MacColl (aqui em foto com a sua companheira Peggy Seeger) nasceu a 25 de Janeiro de 1915 e morreu a 22 de Outubro de 1989. De seu verdadeiro nome James Miller, Ewan tornou-se primeiramente conhecido pelo seu trabalho como actor e como activista político, antes de se tornar um dos mais importantes cantores e compositores da folk britânica do séc. XX. Com uma carreira envolta em variadíssimos problemas - perseguido pelo MI5 (a polícia secreta inglesa; com canções proibidas na BBC; desertor do exército britânico; censurado publicamente por ter abandonado a mulher para se ligar à cantora e guitarrista norte-americana Peggy Seeger (irmã dos cantores de protesto Pete e Mike Seeger), muitos anos mais nova, que com ele gravaria muitas vezes -, isso não o impediu de com a sua voz iluminar canções fabulosas como «The Manchester Rambler», «The First Time Ever I Saw Your Face» ou... «Dirty Old Town», que décadas depois ficaria mundialmente conhecida através de uma brilhante versão assinada pelos Pogues.


Cromo VII.3 - Rokia Traoré


A cantora maliana Rokia Traoré (nascida a 24 de Janeiro de 1974) é um dos maiores ícones da música da África Ocidental e de como essa música está também aberta a outras influências. Rokia, que pertence à etnia bambara, viajou com o pai, diplomata, por vários países antes de voltar ao Mali, onde foi apadrinhada por Ali Farka Touré. E o facto de Rokia também tocar guitarra, para além de cantar, não será estranho a essa ligação. O seu primeiro álbum, «Mouneissa», foi lançado em 1999, e nele estabeleceu desde logo uma sonoridade bastante própria onde cruzava elementos de música de várias etnias malianas e géneros norte-americanos. Seguiram-se «Wanita» (2000), «Bowmboi» (2003), em que tinha como músicos convidados... o Kronos Quartet, e «Tchamantché» (2008). O reconhecimento do seu talento como cantora e compositora teve, talvez, a sua expressão máxima quando foi convidada para participar nas comemorações do 250º aniversário do nascimento de Mozart, em Viena, num espectáculo conjunto com o Klangforum Wien.

Cromo VII.4 - Tablas


As tablas são o instrumento de percussão mais importante da música indiana (principalmente do norte da Índia) e paquistanesa, sendo bastante importantes tanto na música popular como na música clássica. Riquíssimas em timbres e em soluções rítmicas, as tablas são também - de acordo com vários percussionistas ocidentais - um dos instrumentos de percussão de mais difícil aprendizagem. Os dois «tambores» que constituem as tablas descendem de instrumentos mais antigos - mrdangm e puskara -, conhecendo-se registos escritos acerca das tablas «modernas» desde o séc. XVIII. Desde os anos 60 do séc. XX, as tablas começaram também a ser ouvidas na música ocidental, nomeadamente em discos dos Beatles, Miles Davis ou Bill Laswell. Alguns dos mais importantes intérpretes de tablas são Samir Chatterjee, Trilok Gurtu, Zakir Hussain, Pandit Shankar Gosh e Ustad Haji Shamshuddin Khan, que se apresentam a solo ou acompanhando formações de música indiana/paquistanesa e grupos ocidentais de jazz, rock ou música erudita.

3 comentários:

FANCY disse...

I will keep my ears and eay's open fore the EU Brussels meeting.
You have done me speechless...*L*...

//Fancy

I dont understand your language but I do like the pictures.

ANNA-LYS disse...

Hello Antonio,
Hope you have a nice weekend. We are experiencing huge problems between bloggers of alpha and beta-versions. You have alfa, that is great. Tonight we do not even have access to our Google-accounts due to server-error. I mean are we or are we not totally in the hands of the artefact's we have created to make life smoother?
They say everything is easier with music, but I promise it does not improve Google-Blogger, no matter how high or which kind of music I play! :-)

Anna-Lys

ANNA-LYS disse...

Verdade *giggle*

You have a point there ... for now it is just fine and enough with plain old fashion music ;-)