18 outubro, 2007

Tinariwen e Vieux Farka Touré - O Deserto Aqui Tão Perto


E mesmo que não se possa ir ao deserto, o deserto pode vir até nós: é já amanhã, dia 19, que a fabulosa banda de músicos tuaregues Tinariwen (na foto) regressa a Lisboa para um concerto integrado na extensão que passa pela Europa e pelos Estados Unidos do Festival au Désert. Mas, como é sabido, não vêm sozinhos: na primeira parte terão o músico e cantor maliano Vieux Farka Touré, filho de Ali Farka Touré mas já senhor de uma voz própria e que o destaca da sombra tutelar do seu pai. Prevê-se mais uma noite inesquecível de música africana, desta vez no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, num fim-de-semana a que o CCB chama 3=6 (3 Dias, 6 Concertos, Muitas Músicas) e que inclui ainda espectáculos do flautista português Rão Kyao acompanhado pelo intérprete chinês de peipá Yanan (amanhã, no Pequeno Auditório), da pianista clássica Anne Kaasa (sábado, no Pequeno Auditório), do pianista de jazz Chick Corea (sábado, no Grande Auditório), do fadista Pedro Moutinho (domingo, no Pequeno Auditório) e da pop inteligente e encantatória do antigo vocalista dos Japan, David Sylvian (domingo, no Grande Auditório). Ainda antes do concerto em Lisboa, os Tinariwen e Vieux Farka Touré apresentam-se hoje, dia 18, no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria.

13 comentários:

laura disse...

De repente lembrei-me da canção que o outro cantava... "Ai eu estive quase morto no deserto..." :))

António Pires disse...

...E o Porto aqui tão perto!!!

(acertaste na mouche!!! - foi essa frase do Sérgio Godinho que inspirou o título do meu post!!!)

Beijos :)

laura disse...

Eu, de facto, sou uma moça muito culta!! :)))))))))))))))))

António Pires disse...

És, pois!! :))))))))))

ana disse...

Ontem fui ao Porto e era para ter visto o Vieux Farka Touré no norteshopping, mas foi cancelado o showcase :( . Ficou a consolação de ter trazido o disco, que é muito bom!

António Pires disse...

Ana:

Ainda podes vir a Lisboa vê-lo hoje à noite!!! E sim, o disco é muito bom, mesmo - há um texto sobre o álbum algures neste blog ;)

Lord of Erewhon disse...

O que faz droga! :)=

António Pires disse...

Lord of Erewhon:

Desculpe; não percebi... Importa-se de explicar?!?

ana disse...

Tenho que ler esse texto :)

Quanto a vê-lo fico à espera de uma próxima visita...

António Pires disse...

Ana:

O meu texto sobre o álbum de estreia do Vieux Farka Touré encontra-se em:

http://raizeseantenas.blogspot.com/2006/12/afel-bocoum-e-vieux-farka-tour-o_07.html

E vê-lo, vi-o hoje, há bocadinho no CCB e tenho a dizer-lhe que ele é um menino extraordinário: aquilo que em Ali Farka, o seu pai, era blues... é nele, Vieux, rock mesmo rock, fazendo o «upgrade» geracional e ainda avançando para o funk, o reggae, a soul... Ele não é uma cópia do pai e está - logo à partida - à procura de uma linguagem própria. Depois, é um guitarrista muito, muito!, bom e um vocalista com voz própria, uma voz fortíssima! O momento em que ele cruzou a sua guitarra com as dos Tinariwen, a seguir, ficará para sempre marcado na minha memória como um dos exemplos mais sublimes de música verdadeira!!!

Ana, ele há-de voltar, cada vez maior :)))) Não o perca dessa vez...

António Pires disse...

E... aceitando o repto de um amigo meu, via e-mail, aqui deixo dito que o concerto dos Tinariwen no CCB não foi tão bom quanto o de Loulé (ou, sequer, o da Casa da Música, o ano passado, no Festival Mestiço), muito devido à ausência da guitarra eléctrica e da voz de Ibrahim, retido no Mali por doença. E Ibrahim faz falta - principalmente aquela sua guitarra ácida, sónica, desviante... Mesmo assim, gostei muito do concerto, entrei em pré-transe muitas vezes (tanto que quando o Mário Lopes me interrompeu, involuntariamente, a viagem olhei para ele sem saber em que esfera da realidade eu estava...) e, digo eu, tomaram quase todos os grupos mais pintados do rock soar assim... Até gostei daquele tema hip-hop em francês a lembrar MC Solaar!!

Anónimo disse...

António! Tira-me só uma dúvida: o baterista do Vieux Farka Toure era o Tim Keiper? Ele é muito bom!

CR

António Pires disse...

CR:

Era sim senhor!!! O Tim chegou a trabalhar com o Ali Farka Touré e agora está a fazer esta digressão com o Vieux... Ele é mesmo um excelente baterista e já colaborou com o Cyro Baptista, o John Zorn, o Anthony Braxton, o Erik Friedlander e o Matisyahu... Ainda é muito novo mas já é um geniozinho!