13 outubro, 2008
Madredeus (Modificados) Renascem... Onde Nasceram
Há quase um ano, neste blog - quando se soube da saída de Teresa Salgueiro, José Peixoto e Fernando Júdice dos Madredeus -, e quando muito se especulou acerca da viabilidade de uns Madredeus reformulados, principalmente de uns Madredeus reformulados... sem Teresa Salgueiro, escrevi: «Sempre gostei mais dos Madredeus da primeira fase: a riqueza tímbrica dada por um leque alargado de instrumentos - a voz de Teresa, a guitarra de Pedro, o sintetizador de Rodrigo, o acordeão de Gabriel Gomes, o violoncelo de Francisco Ribeiro (numa mistura inusual de instrumentos clássicos, eléctricos e populares que depois se tornou quase um paradigma de muitas bandas portuguesas e estrangeiras) -, a simplicidade melódica das primeiras composições e o arrebatamento de uma música nova dos primeiros anos nunca depois foi igualado. E, nos últimos anos dos Madredeus, notava-se o cansaço daquilo tudo: da «fórmula», dos músicos, da voz de Teresa. E, se calhar, a saída de José Peixoto (extraordinário guitarrista), de Fernando Júdice (baixista da melhor escola) e da diva-musa-cantora Teresa Salgueiro foi o melhor que poderia ter acontecido aos Madredeus».
E, em jeito de voto para o futuro, escrevi também: «Há uma lenda que circula no meio musical português e que dá conta da existência de um baú - de uma espécie de «arca do tesouro» - em que Pedro Ayres tem guardadas centenas de canções originais, à espera de ver a luz do dia. Não se sabe se é verdade - é essa a força das lendas! - mas acredito que sim, que esse baú existe e, se não com centenas, com algumas dezenas de composições. Na minha humilde opinião, Pedro Ayres Magalhães é o maior e melhor compositor português dos últimos vinte anos. E, para além de compositor, um homem de ideias, de luzes, de missões a cumprir. Acredito - e faço votos para - que os Madredeus vão continuar, rejuvenescidos, com música e músicas novas - músicas saídas do cérebro de Pedro Ayres e de Carlos Maria, ele também um compositor talentoso -, com outra voz, com outros músicos. E com um novo sopro de vida. A música portuguesa precisa deles. Precisou há vinte anos. Precisa agora, ainda».
Agora, a notícia: os Madredeus continuam com Pedro Ayres e Carlos Maria Trindade ainda ao leme, com duas novas vozes - as de Mariana Abrunheiro e Rita Damásio -, e um leque alargado de instrumentistas acompanhantes, a Banda Cósmica, onde se realça a presença de instrumentos nunca usados pelo grupo como a guitarra eléctrica, a bateria, a harpa, as percussões ou o violino. E o regresso faz-se com um duplo-álbum, «Metafonia» (na foto) e uma série de concertos no lugar mítico em que o grupo nasceu: o Teatro Ibérico, em Lisboa, dias 6, 7, 8, 13, 14 e 15 de Novembro. A seguir, a apresentação do álbum e os pormenores do novo grupo e o alinhamento completo de «Metafonia»:
«Madredeus & A Banda Cósmica
METAFONIA
Edição dia 20 de Outubro
(Distribuição Farol)
METAFONIA é um duplo CD, editado independentemente por Pedro Ayres Magalhães e Carlos Maria Trindade
Os Madredeus começaram a ensaiar a introdução da harpa na sua oficina de composição em Dezembro de 2007, e a preparar os arranjos do novo e antigo reportório, enquanto procediam a audições para novas cantoras. Após o trabalho com a harpa de Ana Isabel Dias, convidaram a percussão afro de Ruca Rebordão e depois a secção rítmica, com Sérgio Zurawski na guitarra eléctrica, Gustavo Roriz na guitarra-baixo e contrabaixo e Babi Bergamini na bateria. Jorge Varrecoso integra estes CD’s como violinista convidado. O progresso dos arranjos musicais acompanhou o trabalho com diversas vozes até às sessões de gravação. A escolha final das canções foi decidida pelas excepcionais interpretações de Rita Damásio e Mariana Abrunheiro.
A nova formação dos Madredeus pretendeu inventar uma concepção nova de música cantada em português para grandes espectáculos, inspirada na diversa tradição das suas próprias composições, e nos arranjos da música popular da Europa, da África Ocidental e do Brasil.
A Pedro Ayres Magalhães (Guitarra Clássica) e Carlos Maria Trindade (Sintetizadores) juntaram-se:
Mariana Abrunheiro - Voz
Rita Damásio – Voz
Ana Isabel Dias - Harpa
Sérgio Zurawski - Guitarra Eléctrica
Gustavo Roriz – Guitarra Baixo
Ruca Rebordão – Percussão
Babi Bergamini – Bateria
Jorge Varrecoso – Violino
Sofia Vitória, Cristina Loureiro e Marisa Fortes – Coros
METAFONIA, foi gravado nos estúdios Música Nómada em Pavia, no Alentejo, entre 4 e 29 de Agosto de 2008.
Misturado nos Garate Studios, em Andoain, País Basco (Espanha), entre 1 e 14 de Setembro de 2008.
Engenheiros de som - Jorge Barata e Jonathan Miller
Masterizado por Andrew Jackson,Tube Audio,Ltd,Londres
Direcção Musical e Produção de Pedro Ayres Magalhães»
Alinhamento:
CD1 - Inéditos
01. Vou (larga o navio)
02. O Eclipse (Habitas no meu pensamento)
03. A profecia atlântica
04. Uma caipirinha
05. Um amor assim, o que será
06. Inventar (meditar no contratempo)
07. Voava na noite
08. A comunhão das vozes
09. Dança de Outono
10. Lisboa do mar
11. A estrada da montanha
12. Uma pausa
CD2 - Clássicos
01. O mar
02. Ao crepúsculo
03. O navio
04. O paraíso
05. Coisas pequenas
06. Agora - Canção aos Novos
07. Anseio (Fuga apressada)
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7 comentários:
Ouvi uma canção na TSF e pareceu-me rock sinfónico dos anos 70. Tenho que ouvir mais para formar opinião.
Abraço
CR
Carlos:
Eu então ainda não ouvi nada mas estou, claro!, curiosíssimo. Vou esperar pelo álbum.
Grande abraço...
Estou bastante curioso para ouvir.... embora goste mais da primeira fase deles. Após a saida do Rodrigo Leão, Madredeus para mim pouco ou mesmo nada me disse.
Vamos a ver o que nesta nova fase sai dali.
JO:
Também eu gosto mais da primeira fase, mas também eu estou muito curioso com a nova etapa dos Madredeus. Era bom que voltassem a ter a mesma importância, o mesmo impacto, a mesma frescura do início... Vamos ver, mesmo.
Um abraço...
Aqui fica o novo single e video da musica Eclipse:
http://downloads.officeshare.pt/expressoonline/Video/MaderdeusEclipse_161008.swf
JO:
Muito obrigado!! Vou já «cuscar»!
Ouvi 4 temas do novo disco disponibilizados no MySpace, Confesso que achei fraquissimo. Nem a frescura de Madredeus do inicio, nem as vozes saõ excepcionais.
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