23 junho, 2009
OqueStrada, Lhasa e Ojos de Brujo - Mais Um Cacharolete de Discos
E mais um «triunvirato» de discos cujas críticas foram há algum tempo publicadas na «Time Out Lisboa»: o álbum de estreia dos OqueStrada (anteriormente conhecidos como... O'QueStrada) e os novos de Lhasa de Sela (na foto; de Hibou) e dos Ojos de Brujo.
OQUESTRADA
«TASCA BEAT - O SONHO PORTUGUÊS»
Sony Music Portugal
São, finalmente, sete anos de 'strada plasmados num CD. E muito bem! Para quem já acompanha há muito tempo os concertos - e mais do que concertos, os espectáculos, happenings, festas, celebrações... - dos OqueStrada (que deixaram cair o apóstrofo), este era um álbum, o de estreia, há muito aguardado. E, se não defrauda os fãs, agora imagine-se o que fará a quem nunca os viu ao vivo. Em «Tasca Beat - o Sonho Português» está lá tudo o que faz deste grupo multinacional de Almada um dos melhores e mais imaginativos projectos nacionais desde há muito tempo: o fado tomado como conceito, matriz ou ideia-base mas também mil e outras músicas - hip-hop, ska, música brasileira (está lá a sua fabulosa versão de «Se Esta Rua Fosse Minha», com um assobio e uma trompete extraordinárias), valsa ou morna, entre muitas outras, mas sempre com umas letras, uma postura e uns desvios absolutamente deliciosos (com Roberta Flack e Billy Idol incluídos). (*****)
LHASA DE SELA
«LHASA»
Audigram/Warner
Acabei de ouvir o álbum e pensei, que álbum extraordinário, vou dar-lhe a nota máxima. Depois recuei: mas é todo cantado em inglês! Preconceito de gajo da world music, que amou profundamente o primeiro e fabuloso álbum de Lhasa (aka Lhasa de Sela), «La Llorona», editado há doze anos, todo cantado em espanhol e cheio de releituras actuais de rancheras, mariachis e do som da areia do deserto a enroscar-se nas raízes dos cactos. Com um tempo de edição muito próprio, este seu álbum homónimo é apenas o terceiro. Mas a verdade é que é tão bom quanto o primeiro e com a voz dela a soar ainda melhor. Com canções belíssimas feitas da melhor alt-country, blues, folk, pitadinhas de jazz e até com um tema que remete para Marianne Faithfull ou Patti Smith («1001 Nights»). Ficou mesmo com a nota máxima. (******)
OJOS DE BRUJO
«OACANÁ»
Diquela Records/Warner Music/Farol
De um bando de freaks catalães que se atreveram a misturar os vários «palos» (géneros) do flamenco e a rumba catalã com hip-hop, rock e várias «músicas do mundo», aos mais respeitados embaixadores de uma cidade - Barcelona - em que nascem todos os dias músicos nas esquinas das ramblas, os Ojos de Brujo chegam ao seu quarto álbum, «Oacaná», com a sua fórmula de sempre mas cada vez mais rica, orquestrada e apurada. Estão lá as suas paixões habituais (rumba, rap, funk, música indiana, muita música latino-americana e um flamenco cada vez mais aberto e libertário) mas com um bocadinho mais, por vezes, de electrónicas, de outras de elementos acústicos em diálogo irresistível - a secção de metais é arrebatadora! - e até um pouco de ciganadas dos Balcãs. Los Van Van, percussionistas do Karnataka, o rapper andaluz Tote King e o violinista húngaro Zoltan Lantos são alguns dos convidados. (****)
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