10 novembro, 2006

«Rhythms del Mundo» - O Rock Vai a Cuba


Coldplay (na foto), U2, Arctic Monkeys, Kaiser Chiefs, Sting, Jack Johnson, Franz Ferdinand e Radiohead, todos, de uma maneira ou de outra, presentes neste álbum que também é protagonizado pela Sra. Omara Portuondo, inclui as última gravações do enorme Ibrahim Ferrer e tem lá dentro muitos dos músicos do «Buena Vista Social Club». O álbum não é nenhuma maravilha mas tem uma boa causa à mistura e também vale por isso.


VÁRIOS
«RHYTHMS DEL MUNDO»
Universal Music


O início é delicioso: «Clocks», dos Coldplay, com a voz e o piano originais e o resto em metais e percussões em divagações salseiras. A continuação, porém, com Jack Johnson em registo baladeiro/son fraquinho indicia logo que a fórmula vai ser, quase sempre, esta e limitada: a mistura nem sempre feliz de temas de sucesso de artistas anglo-saxónicos com ritmos cubanos, aqui representados por muitos dos intervenientes em «Buena Vista Social Club»: Barbarito Torres, Amandito Valdes, Virgilio Valdes, Angel Terri Domech, Manuel «Guajiro» Mirabal, Orlando «Cachaito» Lopez e Demetrio Muniz. Para além, claro, do saudoso Ibrahim Ferrer (numa versão arrepiante de «As Time Goes By», cantado em espanhol) e de Omara Portuondo (em «Killing Me Softly», também cantada em espanhol, e, em duo com Ferrer, numa segunda versão ainda melhor que a primeira de «As Time Goes By»). E são de Omara e Ibrahim os melhores momentos do disco... De resto, o rock rugoso dos Arctic Monkeys pouco é infectado por Cuba; Dido com os Faithless não estão aqui a fazer nada; a versão de Coco Freeman com os U2 de «I Still Haven't Found What I'm Looking For» (em espanhol) é forçada; os Maroon 5 são assustadores; e Sting não consegue, uma vez mais, salvar a canção «Fragile» (aqui «Fragilidad»). Mas no disco ainda há bastantes coisas boas, a juntar a Omara, Ferrer e os Coldplay: a versão «cubanizada» de «Modern Way», dos Kaiser Chiefs, não é nada má (com metais em brasa a sublinhar o refrão); Vanya Borges dá outro sentido - um melhor sentido - a «Ai No Corrida», de e com Quincy Jones; Aquila Rose e Idana Valdes são excelentes em «Hotel Buena Vista»; Coco Freeman e os Franz Ferdinand assinam uma deliciosa versão, também em espanhol, de «The Dark of The Matinee»; e Abel «Lele» Rosales, dos históricos Los Van Van, agarra pelas tripas - e aqui isto é um elogio - «High and Dry», dos Radiohead, transformando-a na banda-sonora de um filme latino-americano estranho, escuro e trágico. (6/10)

(Cerca de três euros obtidos com a venda de cada álbum será destinado pela Artists' Project Earth a organizações e programas de ajuda a zonas afectadas por desastres naturais; o site da APE pode ser encontrado aqui)

6 comentários:

ANNA-LYS disse...

Hello Antonio,
Thank you for the information and link about Project Earth

laura disse...

interessante. fiquei curiosa...
abraço

Paulo disse...

Bom blogue!!! Comentei o Post onde lembra Amália Rodrigues....
Abraço
Paulo

António Pires disse...

Hello Anna-Lys:

You're (always) welcome...

Hugs*

Olá Laura:

Musicalmente, o álbum vale por metade, mas é mesmo por uma boa causa...

Abraço


Olá Paulo:

Obrigado pelas palavras... Estas e as que recuperou sobre Amália lá mais em baixo... Esse post é o único deste blog que não tem um texto meu. Achei que o poema do «Foi Deus» lhe faria muito mais justiça do que qualquer coisa que eu escrevesse...

Abraço

Anónimo disse...

I found some more links

www.myspace.com/rhythmsdelmundo
www.rhythmsdelmundo

António Pires disse...

Hello Steve:

Thank you!!!