27 junho, 2007

África Festival (ou Lisboa na Cidade Negra*)



O África Festival começa amanhã, dia 28, na Torre de Belém, em Lisboa, com concertos de Mayra Andrade e dos Músicos do Nilo. E espero - do fundo do coração! - que comece bem e assim continue, tanto na sua «base» mais visível em Belém como na sua extensão ao Cinema S.Jorge, na primeira semana de Julho. Tive o prazer de colaborar com a organizadora do festival, Paula Nascimento, escrevendo um texto sobre música africana que ocupa as páginas centrais do jornal que vai ser distribuído no África Festival; o que muito me honrou. Uma colaboração que vai ter o seu epílogo no debate de encerramento do festival, dia 8 de Julho, depois da exibição do filme «Lusofonia, A (R)evolução». A todas as pessoas envolvidas no África Festival mas, principalmente, à Paula Nascimento - cujo profissionalismo, visão, empenho e paixão por esta causa são exemplares - deixo um grande obrigado, um «até já» e a recuperação de um texto publicado neste blog há alguns tempos:

O bolo principal do África Festival, que decorre no relvado junto à Torre de Belém, em Lisboa, já é conhecido mas fica aqui recordado: Mayra Andrade (Cabo Verde) e Músicos do Nilo (Egipto) no dia 28 Junho; Paulo Flores (Angola) e Bassekou Kouyaté (Mali) no dia 29; e Sally Nyolo (Camarões; na foto) e Baaba Maal (Senegal) no dia 30. Mas o Festival inclui ainda outros concertos de bastante interesse e muito cinema, na sua extensão ao Cinema S.Jorge, também em Lisboa, de 1 a 8 de Julho. Da programação de concertos faz parte um espectáculo de apresentação do novo álbum de Nancy Vieira (dia 2 de Julho); o novo projecto do músico, compositor e construtor de instrumentos Victor Gama «FWD: Utopia» (4 de Julho); do fabuloso grupo de tuaregues do malianos Tinariwen, que recentemente editou o álbum «Aman Iman», cuja crítica pode ser encontrada um pouco mais abaixo neste blog (dia 5 de Julho); e de um novo projecto em que Kalaf convida músicos angolanos e de outros países, Ecos da Banda (dia 7 de Julho); para além das Kizomba Sessions (um concurso de kizomba que decorre de 3 a 6 de Julho, seguido de um workshop de kizomba por Avelino Chantre, a 7).

Também no S.Jorge é apresentada, nestes dias, uma variadíssima programação de cinema, «Sons e Visões de África», que inclui os filmes «Bamako», de Abderrahmane Sissako (dia 3); «Bajove Dokotela - The Philip Tabane Story», de Khalo Matabane e Dumisani Phakathi, «Being Pavarotti», de Odette Geldenhuys, e «Amandla!», de Lee Hirsch (dia 4); «Le Miel N'Est Jamais Bon Dans Une Seule Bouche - Ali Farka Touré», de Marc Huraux, e «Teshumara - Les Guitares de La Rébellion Touareg», de Jérémie Reichenbach (dia 5); «Ishumars, Les Rockers Oubliés du Désert», de François Bergeron, e «Sierra Leone's Refugee All Stars», de Zach Niles e Banker White (dia 6); «Marrabentando, ou As Histórias Que a Minha Guitarra Canta», de Karen Boswell, «Muxima», de Alfredo Jaar, e «Mãe Ju», de Kiluanje Liberdade e Inês Gonçalves (dia 7); «Calado Não Dá», de João Nicolau, «Mais Alma», de Catarina Alves Costa, «Batuque, A Alma de Um Povo», de Júlio Silvão Tavares, e «Lusofonia, A (R)evolução», da Red Bull Music Academy (dia 8).

*«Lisboa na Cidade Negra» é o título de um maravilhoso livro de Jean-Yves Loude, recentemente editado pela Dom Quixote; mote para uma visita guiada pelo autor pela África que há em Lisboa, dia 1 de Julho. O lançamento oficial do livro decorre no S.Jorge, um dia depois.

13 comentários:

Curiosa disse...

Que foto espectacular!

Acho que estes é que não vou perder, sendo aqui mesmo ao lado de casa!
Obrigada pela informação sempre tão actual! Já nem preciso de comprar jornais, ahahahah!!!
;))

Anónimo disse...

Tenho planos para ver aos concertos da Mayra, Musicos do Nilo e da Nancy. Os dois primeiros serão uma estreia para mim, a Nancy assisti há meses a um concerto seu no Jardim de Inverno do Sâo Luis e fiquei fã.
Nomes como Nancy Vieira, Mayra Andrade, Maria de Barros, Teté Alhinho, Lura e tantos outros são a prova que a musica das ilhas esta em grande forma e recomenda-se.
Abraço António,

isabel mendes ferreira disse...

"africa nossa"...


_____________________~

a música.


a poesia.

_____________________


beijo.

Titá disse...

Lisboa em festa! É fantástico.
sempre a oferecer-nos excelentes sugestões.

Gostei da sugestão do livro. Não o li e vou procurá-lo.
Obrigada
Beijo e bom dia

un dress disse...

vi mayra andrade no centro cultural vila flor...

infelizmente sentada...

que não é música para se ouvir sentada...:) -

e sim, estarei atenta ao livro. embora lhe haverei de preferir seguramente os momentos musicais: de preferência ao vivo, no caso africano.
pelo sentido e sentir de festa ...:)

António Pires disse...

Curiosa, Isabel, Teresa, Un-dress e Rotiv:

Vão mesmo, se puderem, ao África Festival. Eu, infelizmente e mais uma vez, lamento imenso não ter o dom da ubiquidade do meu santo padroeiro (o Sto. António, claro, e duplamente: por ser de Lisboa e ser António). Estou em Loulé, no MED, por estes dias...

Beijos e abraços

Isabel Victor disse...

Abraço

:))

Bandida disse...

tu és fantástico! e esse gosto pela música... é !



beijo A.

B.
___________________________

TRIONFO AL GRAND disse...

Um miminho de prémio para si no meu novo "espacinho":)))

António Pires disse...

Bandida:

Não sou nada fantástico (blushing)...

Beijo B.

A.

Trionfo:

Muito, muito obrigado!!!

Um beijo

António Pires disse...

Isabel Victor:

Não sei porquê, mas a minha resposta ao seu comentário, feito no stress do MED e quase sem computadores disponíveis, desapareceu. Aqui fica: um abraço também... E outro, para me redimir :))

Anónimo disse...

Granda àfrica Festival,sim senhor!!

E muito obrigada António,pelo texto de encerramento do festival no cinema são jorge.

Depois desta semana tão agitada e calorosa (onde a lusofonia marcou e encantou) ouvir o seu texto é ajudar-nos a reflectir (e ainda bem) sobre a prática da cidadania, assente na partilha cultural, sem raças ou cores ou com todas as cores desse mundo pequenino.

Muito Obrigada!Bom trabalho
RiTaqueLim

António Pires disse...

RiTaqueLim:

Rita (?) Raquel (?) Lima (?): Muito, muito obrigado pelas suas palavras!!! E o meu texto - se assim lhe pudermos chamar - só fez sentido, mesmo, no debate final do festival, onde tive a felicidade - como moderador - de estar rodeado de pessoas extraordinárias: o Artur Soares da Silva (co-argumentista do fabuloso filme «Lusofonia, A (R)evolução»), o José da Silva (mentor da editora Lusáfrica e que veio de propósito de Paris para o debate), o Kalaf (Buraka Som Sistema, One Week Project, Ecos da Banda...) e o Firmino Pascoal (Lindú Mona; e... com o seu manifesto lindíssimo), todos na mesa comigo, e o Luís Rei, o Pedro Gonçalves, o David Ferreira, a Luanda Cozetti, o Nel Assassin, o José Falcão e a Kattia Hernandéz, que, no painel, deram o troco necessário - e os outros que, com a sua intervenção, deram ao debate o seu sentido último (o grande Bonga incluído). Tem é que agradecer a todos eles e, claro, à Paula Nascimento, organizadora do festival e cérebro disto tudo.

E muito obrigado, mais uma vez, para si... Volte sempre!