
Um dos discos mais revolucionários e inovadores de inícios dos anos 80, «My Life In The Bush of Ghosts», de Brian Eno e David Byrne, foi reeditado, remasterizado e aumentado recentemente (tendo também uma capa nova, diferente daquela que está aqui em baixo). Já era tempo. O álbum ficou como um marco de vários géneros musicais, como um dos momentos-charneira da utilização de samples na música popular e precursor de muitos cruzamentos que, depois, a chamada world music iria desenvolver. No site bushofghosts, dedicado à reedição do álbum, está a decorrer um curioso concurso de remisturas dos temas, aberto à participação de toda a gente. E, aqui, recupero um texto originalmente publicado no BLITZ, em Agosto de 2002, de memória do álbum.
BRIAN ENO & DAVID BYRNE
«MY LIFE IN THE BUSH OF GHOSTS»
LP Sire, 1981

Depois de «My Life In The Bush of Ghosts», Eno seguiria a sua carreira a solo e embarcaria em colaborações e produções (U2 e o projecto paralelo Passengers, James, Laurie Anderson, Harold Budd, Johnny Cash, Peter Gabriel, Elvis Costello, Robert Fripp, Robert Wyatt...). E Byrne, depois de abandonados os Talking Heads, partiria ainda mais à descoberta das «músicas do mundo», usando-as na sua própria carreira ou como sementes de uma editora que deu a conhecer (ou permitiu o reconhecimento) gentes do Brasil, África ou Portugal, através da editora Luaka Bop. São grandes, enormes, músicos, com uma carreira brilhante (antes e) depois da edição de «My Life In The Bush of Ghosts». Mas nunca mais atingiriam o nível, o génio, a profecia, visão e presciência deste álbum que semeou milhares de arbustos e deu vida a milhões de fantasmas nas estradas dos sons.
Descendências (entre muitas outras):
Banda do Casaco - «Banda do Casaco com Ti Chitas»
Stewart Copeland - «The Rhythmatist»
Peter Gabriel - «Passion»
Negativland - «Helter Stupid»
Loop Guru - «The Third Chamber»
Deep Forest - «Deep Forest»
Moby - «Play»
The Avalanches - «Since I Left You»
1 Giant Leap - «1 Giant Leap»
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